O que acontece quando se mistura atores brasileiros com atores norte-americanos, desenho, Rio de Janeiro, Canadá e David Bowie? Resposta: o filme Zoom, que estreará nos cinemas do Brasil todo na próxima quinta-feira, dia 24! Com Pedro Morelli na direção - um paulista de 29 anos de idade -, o longa ainda conta com Jason Priestley, conhecido por Barrados no Baile, Mariana Ximenes, Claudia Ohana, Gael Garcia Bernal e Alison Pill no elenco.

O filme traz três histórias diferentes uma das outras, porém interligadas, com personagens únicos: uma menina que cria bonecas realistas e desenha nas horas vagas, uma modelo que quer se tonar escritora e um diretor de cinema tentando criar um filme artístico. A trama acaba ganhando ainda um toque bem especial por contar também - sua arma mais poderosa - com a animação no melhor estilo HQ, feita por 25 ilustradores diferentes. 

Caipirinhas

Com um elenco tão diversificado, é claro que os locais de filmagem não iriam pecar. Zoom tem cenários tanto no Rio de Janeiro quanto em Toronto, no Canadá, com a maioria dos atores fazendo as cenas em países diferentes. Jason, por exemplo, não mediu elogios ao falar sobre o Brasil, onde ele veio para gravar cenas ao lado de Ximenes, sua esposa no filme, e ainda deixou escapar que se divertiu bastante com as famosas caipirinhas:

- Sim, eu bebi algumas várias caipirinhas! Eu me diverti muito filmando aqui (no Brasil). Foi fantástico, disse na coletiva de imprensa que aconteceu em São Paulo nessa segunda-feira, dia 21.

Mas, como um astro, conhecido por ter vivido Brandon Walsh em Barrados no Baile, foi parar em um filme semi-brasileiro?

- Eu li o roteiro e parecia como algo que eu nunca tinha lido antes. O roteiro era muito diferente, muito divertido, muito esperto. E fazia uma declaração sobre a nossa sociedade, a forma como nós apreciamos a beleza, a forma como a mídia, como os filmes informam beleza e sexo. (...) Me sinto muito sortudo pelo fato de o filme ser fiel ao roteiro que eu tinha lido, que todos nós tínhamos lido.

Atuando em inglês

Além de desbravar territórios gringos, há também a pequena barreira da língua. No filme, Jason é Dale, casado com a brasileira Michelle, a modelo que quer ser escritora - algo que foi muito bem contornado por Mariana. A atriz explicou que treinou tanto no Brasil, quanto no Canadá, para superar esse desafio em sua carreira:

- É outro raciocínio. Falar normalmente é uma coisa, quando você vai interpretar é outra. Eu tive uma coach aqui e tive um coach lá. E fui um pouquinho antes pro Canadá pra poder me habituar um pouquinho mais (...), ir nos lugares que a minha personagem costumava ir, por exemplo, o aquário. Eu fui tentar entender qual seria o sentimento da Michelle. Eu fui sozinha, então tive longas caminhadas sozinha. (...) Mas realmente eu tive grandes parceiros, o Jason me apoiou também e tava sempre de prontidão pra poder me ajudar.

Cena de sexo

Mas se você pensa que falar em inglês foi a parte mais difícil do filme, se enganou. Mariana e Claudia, em determinado momento, ficam nuas e protagonizam uma cena de sexo extremamente delicada. Sobre isso, Claudia brincou, afirmando que as duas treinaram antes de filmar:

- A gente fez um trabalho de laboratório antes de filmar. Foi muito, muito legal, porque a gente conseguiu se aproximar. Essa cena foi muito engraçada, eu adorava. (E para treinar) a gente foi pra um motel!

Arrancando risadas dos presentes, a atriz ainda continuou contando sobre a experiência:

- Foi com total liberdade. E a nossa cena de sexo foi muito engraçada. Foi a primeira vez que eu fiquei com vergonha, não sabia o que fazer. Nunca tinha feito uma cena de sexo com mulher antes no cinema. Então eu fiquei meio, tipo, Mari, onde eu pego? Posso meter a mão, é isso mesmo?

Já Mariana, falou da parte profissional da cena:

- Se você tem uma boa parceira, se você tem uma história que também tem coerência e pede esse tipo de cena, um diretor que sabe conduzir com sensibilidade, com elegância, com gentileza... é união mesmo. Não tem outra forma de fazer cinema sem uma harmonia entre os membros da equipe.

David Bowie

Como se não bastasse o impressionável talento aos 29 anos de idade, Pedro ainda contou com um pouco de sorte ao realizar o filme. Ele precisava de uma música para finalizar o longa e sua primeira opção foi David Bowie. Porém, como a produção já estava chegando ao fim, o dinheiro estava curto, ou seja, pagar por uma canção do músico estava fora de cogitação. Sabe o que aconteceu? O próprio Bowie assistiu ao filme antes, gostou e ainda autorizou o uso da música Oh, You Pretty Things, com um preço muito mais em conta.

Poucos filmes tiveram a honra dessa aprovação incrível de um dos músicos mais icônicos do mundo, não é? 

Logo abaixo, relembre o antes e o depois do elenco de Barrados no Baile!