Na próxima quinta-feira, dia 4, a novela Liberdade, Liberdade chegará ao fim. Com um enredo marcante, o folhetim ganhou a atenção do público quando retratou uma cena de sexo entre dois homens, personagens de Caio Blat e Ricardo Pereira. André e Tolentino se relacionaram na trama e o casal foi alvo de uma série de comentários positivos nas redes sociais pela urgência do ato diante do amor proibido. Apesar da cena também ter recebido críticas, os atores comemoram o sucesso da história e vêm um lado positivo e inspirador daqui para frente.

- Está doendo essa despedida. A gente já começou semana passada com o fim das gravações. O elenco está muito apaixonado com o resultado do trabalho, ninguém quer se separar, comentou o ator Caio Blat no programa Encontro com Fátima Bernardes nesta segunda-feira, dia 1.

O astro ainda é otimista sobre a repercussão da cena de amor entre os personagens.

- Foi uma coisa impressionante. Foi um momento mágico em que toda a sociedade voltou o olhar para um tema, e ele conseguiu ser tratado com delicadeza, com elegância e com sabedoria. Acho que foi uma conquista para a televisão brasileira. A gente abriu um novo território e muita gente se sentiu reconhecida e representada, então acho que é um momento de maturidade para a televisão brasileira num horário adulto, noturno, onde temos a possibilidade de falar de temas adultos. 

Ele também comentou sobre a abordagem das relações homossexuais em uma novela de época.

- A homossexualidade faz parte da humanidade desde que ela existe. O homem sempre teve atração por outros homens e é natural do ser humano. Existe e sempre existirá. Acho legal que isso aconteça em uma novela histórica, porque mostra como o preconceito é pré-histórico. A pessoa por conta de sua opção sexual poderia ser presa, é uma loucura isso.

Além disso, Caio também reconhece o papel da mulher e dos negros na sociedade de anos atrás.

- A mulher também não tinha lugar na sociedade nessa época, os negros apanhavam e eram escravos. Então, de certa maneira, o pano de fundo histórico é inadmissível hoje em dia. 

O ator também deu um discurso relacionado a pessoas que praticam a homofobia.

- Não consigo entender por que a vida sexual de outra pessoa pode me incomodar. O Brasil evoluiu tanto que, hoje em dia, a homofobia é crime, a violência contra a mulher e o preconceito racial são crimes. Aos poucos, as pessoas vão tratando com mais naturalidade e aceitando melhor a liberdade dos outros. Acho que foi uma conquista falarmos isso abertamente, concluiu.