Ao pensar nos trabalhos de sucesso de Selton Mello, com toda a certeza O Auto da Compadecida, quando o ator deu vida ao famoso Chicó, é uma das primeiras produções que vêm à cabeça de muita gente. Com Enrique Díaz não é diferente, uma vez que na série, que depois virou filme, ele fez o Cabra de Severino. Lembra que o segundo mata o primeiro durante a produção? Pois os dois se vêm nos postos de inimigos mais uma vez na série O Mecanismo, que estreia nesta sexta-feira, dia 23, na Netflix.

O seriado conta a história da Lava Jato, começando a narrar os acontecimentos em 2003. É aí que você conhece Marco Ruffo, personagem de Selton na trama, e Ibrahim, a quem Díaz dá vida. Desde as primeiras cenas - que, aliás, têm um quê de Tropa de Elite, visto que essa também é uma produção de José Padilha - você já entende que eles travarão o maior embate da história, que conta todas as tramoias por parte dos políticos brasileiros para a lavagem de dinheiro. 

E por conta dessa longa parceria e amizade existente entre os dois, durante a coletiva de imprensa feita no Rio de Janeiro para apresentar a série aos jornalistas, o clima era de descontração entre Selton e Díaz, o que permitiu, até, que eles brincassem com a situação:

- Vocês sabem que eu já fui morto pelo Enrique, né?, questionou Selton durante o bate-papo. 

Em um primeiro momento até mesmo Díaz se surpreendeu com a pergunta, concordando com a cabeça apenas depois que Mello continuou a sua fala:

- Ele me matou em O Auto da Compadecida, quando fazia um jagunço, completou, aos risos. 

Voltando para a trama que acaba de chegar ao serviço de stremming, apesar de você chegar a questionar no começo dos episódios se a relação de ódio entre Ruffo e Ibrahim é algo fictício e criado apenas para fazer com que a história tenha um enredo envolvente - visto que muitas vezes o assunto tratado em O Mecanismo é difícil de engolir por falar da corrupção no país -, ela é verdadeira, assim como quase toda a história retratada nas telas.

Os personagens dos dois têm um envolvimento desde a adolescência, assim como aconteceu na vida real, e cresceram juntos. No entanto, um vai para o lado da justiça e o outro acaba se envolvendo com questões de corrupção. Ibrahim corresponde ao doleiro Alberto Youssef. Marco Ruffo, ao delegado da polícia federal Gerson Machado. E isso foi comentado por Selton:

- Isso é real. O cara que inspirou o Ruffo de fato teve essa relação com o que inspirou o Ibrahim desde a infância. Eles eram amigos de infância e é muito louco isso.

- Eu acho esse embate entre esses dois personagens superforte e interessante. Principalmente porque a gente toca em pontos importantes. Mas é independe da questão política. Para mim, eles são uma mistura de Cain e Abel e Tom e Jerry, completou Díaz, referindo-se aos personagens que são conhecidos por seus embates de gato e rato - no caso de Tom e Jerry, usando a expressão literal. 

Ficou curioso para assistir à série? Confira, abaixo, os motivos levantados pelo elenco da trama que devem fazer com que você se deixe levar pelo seriado: