Em entrevista a Lázaro Ramos, no programa Espelho, exibido na última segunda-feira, dia 7, Fernanda Gentil abriu o jogo sobre como foi tonar público sua relação com Priscila Montandon e como foi a reação do filho mais velho, Lucas, de nove anos de idade, ao saber da novidade. 

- Quando juntei com meu ex-marido (Matheus Braga), eu fiquei impressionada como é essa experiência de juntar dois mundos diferentes. Tem dois caminhos: ou você se estressa ou tira sarro. Sempre fui mais para o lado do bom humor, eu acho que tudo fica mais simples quando você vê dessa maneira. No meio do caminho eu me separei. A gente riu, mas foi doído, eu chorei muito. Você interrompe um plano, que não era esse. Aí veio a Priscila como um furacão na minha vida, primeiro por ser o primeiro relacionamento depois da separação, que está num momento de luto, e eu escolhi viver muito o luto, não quis atropelar esse momento. Fiquei muito com meus filhos também, foi bem gostoso. Aí veio a Priscila e tudo que eu poderia pensar de um relacionamento com uma mulher, todas as questões que vem no mundo e na sociedade que a gente vive, pelo meu trabalho, pelos meus pais, acho que a minha única grande preocupação era minha família, em contar para todos eles antes do país saber. Eu falei com meu pai, meu irmão, meu ex-marido também soube e aí depois da Olimpíada explodiu para o país todo. Eu também eu já estava totalmente estruturada e bem resolvida com o que poderia me acontecer. Tive meus pais e meu irmão perto de mim, isso me deu muita força. Foi natural. A naturalidade é a melhor bandeira que a gente pode levantar, viver como estou vivendo: eu assumi, falei para todo mundo, e vida que segue. Óbvio que ouvi uma coisa ou outra na rua. Vai ouvir um negócio que você não quer, mas fui muito surpreendida positivamente, no movimento todo. No dia que explodiu, para cada crítica iam dez em cima daquela pessoa. As pessoas já vão se sentindo incomodadas também por esse ponto tão extremo, dos críticos e haters. Gostei de acompanhar, eu recebi muito carinho, muita mensagem positiva, muita energia boa, relembrou a jornalista. 

Sobre a reação das crianças, Fernanda disse que o caçula, Gabriel, fruto da relação com Matheus, já crescerá num ambiente plural, por isso não precisou se preocupar muito, mas com Lucas precisou sentar e explicar o que estava acontecendo com a família:

- O Gabriel é muito novinho, vai crescer anos-luz à frente por estar em um ambiente plural e com muito amor acima de tudo e isso que importa. Com o Lucas tive uma conversa pelo que ele poderia ouvir na escola. Essa foi minha única preocupação. Ele já ouve coisas chatas por ser o único no colégio que não tem mãe biológica. Ele está acostumado a viver com isso, então a minha conversa com ele foi simplesmente essa. E também por isso tudo que ele viveu, eu coloquei que desde o início nosso conceito de família é amor. Família é o que a gente ama, não importa o que está na certidão, o que tá no sangue. Isso não quer dizer muita coisa. O que quer dizer é a vivência, experiência, o que está em casa. Sempre foi nosso discurso com ele, nossa prática mesmo. Com isso ele tá muito bem estruturado. Com a novidade da Priscila eu comecei por esse assunto: O que é família? É o que a gente ama. Então tá: Eu amo a Priscila e agora ela é da nossa família. E também por ser ainda não muito comum, você vê mais mulher com homem e homem com mulher não é? É é isso, então por ser um pouco diferente mulher com mulher, pode ser que você ouça coisas ruins na escola, como você também ouviu porque sua mãe não tá mais aqui na terra. Tem algum problema com isso? Não. Tem alguma coisa errada? Não. Então é isso. A mamãe não está fazendo nada de errado. O seu pai já sabe, a família toda já sabe, tá tudo bem, a tia Priscila adora vocês, a vida vai seguir, nunca jamais Então confia em mim e a gente vai seguir como já vem vivendo. E ele falou tá bom, já acabou? Então tá beijo, cagou na minha cabeça. Ele falou com ela com um sorrisinho de 'já sei' e nunca mais falou sobre isso". Nunca foi uma questão, um problema. Não sei nem se ouviu alguma coisa na escola, mas nunca trouxe para a casa e a gente conversa bastante. Se ouviu, ele já resolveu por lá mesmo e esse era meu objetivo. Nosso dever ta feito. 

A apresentadora ainda disse acreditar que achou que fez o certo ao tornar o relacionamento público:

- É assim que tenho vivido dia após dia. Tem preconceito, as fobias todas, mas nós somos as melhores pessoas para acabar com isso, da melhor maneira, com paz, sem guerra, sem radicalismo, sem ofensa e agressão. Vivendo nossa vida e agindo naturalmente.

Durante bate-papo, Fernanda também relembrou como aconteceu a adoção de Lucas:

- Foi uma adoção diferente da tradicional. Eu não fui ao orfanato, não entrei numa fila, não esperei e nem decidi em algum momento adotar uma criança. Foi muito natural, de uma grande tragédia. A mãe dele morreu, mulher do meu tio, e eu era madrinha, ela me escolheu para ser madrinha logo no início da gravidez e acabou acontecendo essa fatalidade. Ele tinha cinco meses e ela ficou doente. Ela faleceu ele tinha um ano e quatro meses. Eu tive uma madrinha muito presente, minha segunda mãe total, então eu aprendi esse amor com ela, por quem não nasceu de você, só pela convivência e criação e você desenvolver esse sentimento tão nobre. E aí quando o Lucas nasceu já era assim, por ser meu afilhado, eu queria ser a madrinha que eu tive também. Minha primeira lembrança da morte da Adriana, foi no velório dela em São Paulo e quando cheguei em casa, ele tava lá e aí quando olhei para ele, foi um encontro, eu entendi: tá beleza, tá comigo. Caiu uma ficha natural, eu não tive que ficar pensando será que eu vou assumir, vou arcar, foi muito doido, porque bagunçou muita coisa internamente, mas depois que a dor fica menor e a saudade só aumenta e o Lucas cada vez mais perto. Foi muito enriquecedor essa experiência. 

A seguir, veja os motivos que provam que Fernanda Gentil é a melhor pessoa das redes sociais!