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Publicada em 14/08/2018 às 16:10 | Atualizada em 14/08/2018 às 16:52

Bruna Linzmeyer desabafa sobre relacionamento homoafetivo: - Quem está doente são vocês que estão achando meu amor estranho

A atriz acha importante se posicionar e ir à luta pelas causas que acredita

Da Redação

Divulgação

Bruna Linzmeyer é lésbica e ativista pela causa LGBT, e em entrevista à revista Donna, ela falou sobre ela ser quem ela é, não importa o que os outros pensem.

- Eu me enxergo como uma artista e cidadã que luta e resolve se posicionar pelas coisas em que eu acredito. Entendo como meu papel.

Para ela, sua posição social a protege de muitos ataques homofóbicos, mas, mesmo assim, eles acontecem.

- Claro que têm alguns preconceitos que sofro, algumas coisas que eu ouço na rua, comentários absurdos na internet e coisas que fico sabendo, mas, ainda assim, sou uma mulher branca, completamente dentro dos padrões de beleza, atriz da Globo, famosa pelo país. Isso me protege de muita coisa. Sou privilegiada, vivo nesta bolha. Acho que tem gente que vive muita treta mesmo, as pessoas de periferia. Às vezes, no interior, até aí no sul, vejo quando viajo para Santa Catarina. Quando você está fora do eixo Rio-São Paulo, quando é de algum outro tipo de minoria, você é preta ou indígena, além de ser lésbica, além de ser feminista. Ou você é gorda, ou fora de padrão de beleza. Tudo isso fica muito treta mesmo, aí vem a real problemática do preconceito. Então, obviamente eu sofro, mas isso é muito pequeno perto do que está acontecendo no mundo. 

 Bruna já havia dito em outra entrevista que se definir como mulher lésbica é um ato político, e falou um pouco mais sobre isso:

- É um ato político usar essa palavra. Porque eu, como ser humano, não quero ser reduzida por essa palavra em nenhuma esfera. Se fosse pensar na minha sexualidade, a minha sexualidade é livre: quero, posso e vou ficar com quem eu quiser. Existe até um nome para isso, que é pansexual ou panafetiva. Vou me relacionar com seres humanos, não importa o gênero deles, a sexualidade, com o que ele se identifica. Mas o uso da palavra lésbica, porque também sou lésbica, não sou só lésbica, é importante para o ato de luta. As pessoas falam pouco a palavra lésbica, né? Além de ser homoafetiva ou homossexual, eu ainda sou mulher. E é isso que a palavra lésbica traz. Há um preconceito, um machismo e misoginia porque é mulher e também porque namora outras mulheres. Por isso o uso dessa palavra é importante. Mas considero a minha existência, o meu corpo e o meu prazer muito maior do que qualquer caixinha.

Além disso, ela destacou a necessidade de falar mais sobre as minorias políticas nos espaços da ficção.

- Tanto no cinema quanto na televisão, a representatividade homossexual ainda é muito sobre os homens gays, pouco sobre as mulheres lésbicas. Acho que a gente precisa falar mais sobre todas as minorias políticas e a gente também precisa dar mais espaço neste segmento específico para as mulheres lésbicas. Representatividade é muito importante, traz pertencimento. Não sou estranha, não estou doente. Não tem nada de errado comigo. Quem está doente são vocês que estão achando meu amor estranho. É isso que representatividade traz.

A seguir, confira fotos de Bruna e sua namorada no Rio de Janeiro!


...e de mar, é claro.

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Bruna Linzmeyer desabafa sobre relacionamento homoafetivo: - <i>Quem está doente são vocês que estão achando meu amor estranho</i>

Bruna Linzmeyer desabafa sobre relacionamento homoafetivo: - Quem está doente são vocês que estão achando meu amor estranho

A atriz acha importante se posicionar e ir à luta pelas causas que acredita

14/Ago/2018

Da Redação

Bruna Linzmeyer é lésbica e ativista pela causa LGBT, e em entrevista à revista Donna, ela falou sobre ela ser quem ela é, não importa o que os outros pensem.

- Eu me enxergo como uma artista e cidadã que luta e resolve se posicionar pelas coisas em que eu acredito. Entendo como meu papel.

Para ela, sua posição social a protege de muitos ataques homofóbicos, mas, mesmo assim, eles acontecem.

- Claro que têm alguns preconceitos que sofro, algumas coisas que eu ouço na rua, comentários absurdos na internet e coisas que fico sabendo, mas, ainda assim, sou uma mulher branca, completamente dentro dos padrões de beleza, atriz da Globo, famosa pelo país. Isso me protege de muita coisa. Sou privilegiada, vivo nesta bolha. Acho que tem gente que vive muita treta mesmo, as pessoas de periferia. Às vezes, no interior, até aí no sul, vejo quando viajo para Santa Catarina. Quando você está fora do eixo Rio-São Paulo, quando é de algum outro tipo de minoria, você é preta ou indígena, além de ser lésbica, além de ser feminista. Ou você é gorda, ou fora de padrão de beleza. Tudo isso fica muito treta mesmo, aí vem a real problemática do preconceito. Então, obviamente eu sofro, mas isso é muito pequeno perto do que está acontecendo no mundo. 

 Bruna já havia dito em outra entrevista que se definir como mulher lésbica é um ato político, e falou um pouco mais sobre isso:

- É um ato político usar essa palavra. Porque eu, como ser humano, não quero ser reduzida por essa palavra em nenhuma esfera. Se fosse pensar na minha sexualidade, a minha sexualidade é livre: quero, posso e vou ficar com quem eu quiser. Existe até um nome para isso, que é pansexual ou panafetiva. Vou me relacionar com seres humanos, não importa o gênero deles, a sexualidade, com o que ele se identifica. Mas o uso da palavra lésbica, porque também sou lésbica, não sou só lésbica, é importante para o ato de luta. As pessoas falam pouco a palavra lésbica, né? Além de ser homoafetiva ou homossexual, eu ainda sou mulher. E é isso que a palavra lésbica traz. Há um preconceito, um machismo e misoginia porque é mulher e também porque namora outras mulheres. Por isso o uso dessa palavra é importante. Mas considero a minha existência, o meu corpo e o meu prazer muito maior do que qualquer caixinha.

Além disso, ela destacou a necessidade de falar mais sobre as minorias políticas nos espaços da ficção.

- Tanto no cinema quanto na televisão, a representatividade homossexual ainda é muito sobre os homens gays, pouco sobre as mulheres lésbicas. Acho que a gente precisa falar mais sobre todas as minorias políticas e a gente também precisa dar mais espaço neste segmento específico para as mulheres lésbicas. Representatividade é muito importante, traz pertencimento. Não sou estranha, não estou doente. Não tem nada de errado comigo. Quem está doente são vocês que estão achando meu amor estranho. É isso que representatividade traz.

A seguir, confira fotos de Bruna e sua namorada no Rio de Janeiro!