X

NOTÍCIAS

Publicada em 22/06/2021 às 00:01 | Atualizada em 21/06/2021 às 17:47

Sem estereótipos e estrelada por Liniker, Manhãs de Setembro retrata protagonismo trans e afeto: - Uma série sobre família

A produção irá estrear na próxima sexta-feira, dia 25, no Amazon Prime Video

Yasmin Mazzeo

Divulgação

Na próxima sexta-feira, dia 25, será lançada a primeira temporada de Manhãs de Setembro, produção original brasileira do streaming Amazon Prime Video. Dividida em cinco episódios de 30 minutos, a série marca a estreia de Liniker como atriz, que dá vida à protagonista Cassandra.

Diferentemente das outras produções que retratam o protagonismo trans, a trama não foca na transição e nas dificuldades da mudança de gênero, mas no afeto, dignidade e cotidiano da personagem. O ESTRELANDO já assistiu a série e participou da coletiva de imprensa com o elenco e produção, que contou um pouquinho sobre a representatividade em Manhãs de Setembro

A roteirista Alice Marconi falou sobre o assunto:

- Pessoas negras, LGBTQ, etc. não são tema de produção. Quando a gente tiver uma protagonista negra, trans numa série de terror, por exemplo, aí que a gente vai estar falando de representatividade de fato. O mercado brasileiro é nichado, com muita dificuldade de achar essas narrativas. A gente precisa entender a importância de ter uma equipe e personagens trans, LGBTQ e negras dentro de todas as produções. E não transformar a existência dessas pessoas no tema da série. Manhãs de Setembro faz isso muito bem: A gente tem uma série sobre família, afeto. Não é sobre uma personagem trans, negra. A gente tem uma virada nessa chave que é fundamental pra gente caminhar e falar sobre representatividade, relatou.

Na história, Cassandra vive uma vida profissionalmente e amorosamente estável, trabalhando como motogirl na cidade de São Paulo e, na noite paulistana, fazendo cover de Vanusa. Entretanto, ao descobrir que tem um filho, Gersinho, interpretado pelo ator Gustavo Coelho, a personagem se encontra em uma situação em que se vê dividida entre o sonho de ser cantora - ou ser mãe. 

Cantora e compositora, Liniker é dona de diversos sucessos e já realizou diversas parcerias musicais, sendo a última com o cantor Péricles na música O Melhor do Mundo. Entretanto, a formação da artista é, na verdade, de atriz. No bate-papo, ela falou sobre suas inspirações.

- A minha música vem de um lugar e antes de ser cantora, minha formação é em uma escola de teatro. A Vanusa e toda a admiração que Cassandra tem por ela na série me inspira. Acho que o que me traz de especial dessa relação, é ter minha relação com meus fãs, com pessoas que ouvem minha música. A Vanusa não é só uma cantora pra Cassandra, é um porto seguro, uma bússola. A personagem cria uma relação super especial com a ídola. 

Em seu primeiro trabalho como protagonista de uma produção desse porte, Liniker revelou que se emocionou com o olhar íntimo sobre a personagem que o projeto proporciona e acredita que a série possa proporcionar uma outra realidade para as famílias que assistirem.

- Eu acho que têm muitos recortes dentro de identidade de gênero e comunidade LGBTQIA+, que muitas vezes a gente é dissociado das nossas famílias sanguíneas. Acho que a Cassandra ter um lugar seguro onde ela pode ser acolhida, falar das suas questões, criar esse afeto e mostrar na tela que mesmo que lá fora a sociedade seja violenta, transfóbica e racista, no fim das contas quem se acolhe é a gente mesmo. Sejam pessoas pretas, trans, seja o movimento LGBTQ, é a gente que dá suporte pra sobreviver no dia a dia. Tenho uma família muito amorosa, que me acolhe, mas isso não é a realidade de muitas pessoas. É importante trazer esse lugar de futuro que a gente gosta de ver e olhar, que as famílias consigam abrir esse espaço de afeto do coração e da alma.

O elenco da série inclui ainda Paulo Miklos, Isabela Ordoñez, Clodd Dias, Gero Camilo e a cantora Linn da Quebrada em uma participação especial. Confira o trailer:


Chaz Bono, filho de Cher e Sonny Bono, é ativista dos direitos LGBTQ+, advogado e ator. Ele nasceu Chastity Sun Bono e após muitas especulações, revelou ser lésbica em 1995. Ele escreveu dois livros para falar sobre esse processo: Family Outing: A Guide to the Coming Out Process for Gays, Lesbians, and Their Families, em 1998, e The End of Innocence, em 2003. Entre 2008 e 2010, ele passou pelo processo de transição de gênero e até fez o documentário Becoming Chaz para contar tudo. Ao Huffington Post Chaz já declarou o seguinte: - Então, com frequência as pessoas pensam que estamos tentando enganar outras pessoas por ser algo que não somos. Não. Aquilo não era eu. Agora eu sou quem eu sou.
  • Divulgação -
    @elliotpage
  • Divulgação -
    @linikeroficial
  • Divulgação -
    @tommy.dorfman
  • Divulgação -
    @leat

Deixe um comentário

Atenção! Os comentários do portal Estrelando são via Facebook, lembre-se que o comentário é de inteira responsabilidade do autor, comentários impróprios poderão ser denunciados pelos outros usuários, acarretando até mesmo na perda da conta no Facebook.

Enquete

Qual filho de Kate Middleton e Príncipe William você acha mais fofo?

Obrigado! Seu voto foi enviado.

Sem estereótipos e estrelada por Liniker, <i>Manhãs de Setembro</i> retrata protagonismo <i>trans</i> e afeto: <i>- Uma série sobre família</i>

Sem estereótipos e estrelada por Liniker, Manhãs de Setembro retrata protagonismo trans e afeto: - Uma série sobre família

A produção irá estrear na próxima sexta-feira, dia 25, no Amazon Prime Video

22/Jun/2021

Yasmin Mazzeo

Na próxima sexta-feira, dia 25, será lançada a primeira temporada de Manhãs de Setembro, produção original brasileira do streaming Amazon Prime Video. Dividida em cinco episódios de 30 minutos, a série marca a estreia de Liniker como atriz, que dá vida à protagonista Cassandra.

Diferentemente das outras produções que retratam o protagonismo trans, a trama não foca na transição e nas dificuldades da mudança de gênero, mas no afeto, dignidade e cotidiano da personagem. O ESTRELANDO já assistiu a série e participou da coletiva de imprensa com o elenco e produção, que contou um pouquinho sobre a representatividade em Manhãs de Setembro

A roteirista Alice Marconi falou sobre o assunto:

- Pessoas negras, LGBTQ, etc. não são tema de produção. Quando a gente tiver uma protagonista negra, trans numa série de terror, por exemplo, aí que a gente vai estar falando de representatividade de fato. O mercado brasileiro é nichado, com muita dificuldade de achar essas narrativas. A gente precisa entender a importância de ter uma equipe e personagens trans, LGBTQ e negras dentro de todas as produções. E não transformar a existência dessas pessoas no tema da série. Manhãs de Setembro faz isso muito bem: A gente tem uma série sobre família, afeto. Não é sobre uma personagem trans, negra. A gente tem uma virada nessa chave que é fundamental pra gente caminhar e falar sobre representatividade, relatou.

Na história, Cassandra vive uma vida profissionalmente e amorosamente estável, trabalhando como motogirl na cidade de São Paulo e, na noite paulistana, fazendo cover de Vanusa. Entretanto, ao descobrir que tem um filho, Gersinho, interpretado pelo ator Gustavo Coelho, a personagem se encontra em uma situação em que se vê dividida entre o sonho de ser cantora - ou ser mãe. 

Cantora e compositora, Liniker é dona de diversos sucessos e já realizou diversas parcerias musicais, sendo a última com o cantor Péricles na música O Melhor do Mundo. Entretanto, a formação da artista é, na verdade, de atriz. No bate-papo, ela falou sobre suas inspirações.

- A minha música vem de um lugar e antes de ser cantora, minha formação é em uma escola de teatro. A Vanusa e toda a admiração que Cassandra tem por ela na série me inspira. Acho que o que me traz de especial dessa relação, é ter minha relação com meus fãs, com pessoas que ouvem minha música. A Vanusa não é só uma cantora pra Cassandra, é um porto seguro, uma bússola. A personagem cria uma relação super especial com a ídola. 

Em seu primeiro trabalho como protagonista de uma produção desse porte, Liniker revelou que se emocionou com o olhar íntimo sobre a personagem que o projeto proporciona e acredita que a série possa proporcionar uma outra realidade para as famílias que assistirem.

- Eu acho que têm muitos recortes dentro de identidade de gênero e comunidade LGBTQIA+, que muitas vezes a gente é dissociado das nossas famílias sanguíneas. Acho que a Cassandra ter um lugar seguro onde ela pode ser acolhida, falar das suas questões, criar esse afeto e mostrar na tela que mesmo que lá fora a sociedade seja violenta, transfóbica e racista, no fim das contas quem se acolhe é a gente mesmo. Sejam pessoas pretas, trans, seja o movimento LGBTQ, é a gente que dá suporte pra sobreviver no dia a dia. Tenho uma família muito amorosa, que me acolhe, mas isso não é a realidade de muitas pessoas. É importante trazer esse lugar de futuro que a gente gosta de ver e olhar, que as famílias consigam abrir esse espaço de afeto do coração e da alma.

O elenco da série inclui ainda Paulo Miklos, Isabela Ordoñez, Clodd Dias, Gero Camilo e a cantora Linn da Quebrada em uma participação especial. Confira o trailer: