Em uma quente tarde em São Paulo, um hotel da capital estava prestes a receber a ilustre presença de Sérgio Marone, que com certeza fez o ar-condicionado parar de funcionar ao entrar na sala com seus quase dois metros de altura. Simpático, o astro sentou-se frente a frente com o ESTRELANDO para falar sobre O Jovem Messias, filme o qual ele dubla José e que conta a história da infância de Jesus. 

Essa foi a primeira vez que o ator se arriscou - com sucesso - na dublagem, mas seu grande motivo de orgulho ainda se deve ao fato de ter se entregado totalmente ao papel de Ramsés em Os Dez Mandamentos, novela da Record. A seguir, você acompanha os melhores momentos da nossa conversa com ele que rolou nessa terça-feira, dia 22 - e que ainda estamos tentando nos recuperar, diga-se de passagem!

ESTRELANDO: Como foi a experiência de dublar O Jovem Messias?

- Foi muito legal. Minha primeira vez dublando um outro ator. Eu já havia, inclusive, feito isso no filme Os Dez Mandamentos em todas as cenas do Ramsés, mas dublando um outro ator foi a primeira vez e foi uma experiência muito interessante. É um exercício, né, pra gente quando ator porque você tem que passar aquelas emoções e os sentimentos. Tem que passar tudo pela voz, interpretar só com a voz e ao mesmo tempo você tem que dar o rimo certo pra caber na embocadura do ator, então é um trabalho bastante difícil, mas foi uma experiência que eu gostei de fazer e espero poder fazer outras vezes, porque eu acho que é um super exercício, para qualquer ator.

ESTRELANDO: Como surgiu a oportunidade de poder dublar o filme?

- Quando fui dublar Os Dez Mandamentos surgiu o convite para fazer O Jovem Messias. Eu adorei a ideia porque eu acho que é uma história super interessante de um ponto de vista muito pouco explorado, a gente ouve muito falar sobre a história de Jesus, mas muito pouco sobre esse ponto de vista dele enquanto criança e achei muito curioso, muito interessante como essa criança descobre esses poderes, como os pais lidam com isso, com essa situação toda. Eu topei na hora fazer e valeu super a pena, porque o personagem é um dos mais importantes do filme, porque ele protege o Jesus. Ele é um personagem muito forte e o filme todo é muito intenso e emocionante. Eu gostei muito de fazer esse filme. Tô bem curioso pra ver o resultado final.

ESTRELANDO: Mesmo não estando na segunda temporada de Os Dez Mandamentos, o que você acha que o papel do Ramsés representou em sua vida?

- Foi fantástico. Foi um ano que a minha vida foi o Ramsés. Eu me dediquei ao personagem durante um ano trabalhava, voltava para casa, estudava, treinava, enfim, porque era um personagem que exigia bastante de mim em todos os sentidos, inclusive, fisicamente. Mas eu acho que representou uma mudança de paradigma, foi um personagem que, não só o personagem em si, mas a novela foi uma mudança de paradigma, ela entrou para a história da dramaturgia brasileira, vai fazer sucesso em qualquer lugar do mundo em que ela foi exibida, porque ela é uma das histórias mais clínicas da humanidade, foi muito bem executada pela equipe. Figurinos incríveis, cenários incríveis. Foi mágico, eu diria, esse momento, esse trabalho, junto com essa equipe que vestiu a camisa e era uma família que não tinha concorrência, não tinha estrelismo no elenco, todo mundo se ajudava. Olha, foi fantástico. Foi sensacional.

ESTRELANDO: Você considera que Ramsés foi o ponto mais alto de sua carreira até agora?

- Sem dúvida (é o ponto mais alto da minha carreira até agora). Até porque é a minha primeira novela fora da Rede Globo, foi uma novela que bate a novela das oito da Globo, incomodou o Jornal Nacional, incomodou os principais produtos da emissora, então é um marco na história da televisão, da teledramaturgia, então eu acho que o personagem também tem um peso, uma força muito grande, então eu considero sim, que eu acho que Ramsés tenha sido personagem da minha vida, até agora. A comoção, o fenômeno que se tornou Os Dez Mandamentos, nunca aconteceu em 16 anos de carreira.

ESTRELANDO: Como foi fazer Malhação, que foi reprisada há pouco tempo no canal Viva? Você considera que o papel tenha sido importante em sua vida?

- Foi muito legal Malhação. A novela foi importante pra mim porque foi meu primeiro protagonista. Foi a primeira vez que eu tinha um protagonista que eu gravava de segunda a sexta e que eu tinha uma quantidade de cenas grandes, então, teve esse peso pra mim porque foi a primeira vez que eu tive esse compromisso de fazer um dos personagens mais importantes, um personagem que carrega a trama, os protagonistas tem uma importância muito grande na trama. Então foi um trabalho muito importante nesse sentido, me deu uma noção de como é você ser líder de um elenco de uma trama, que é um trabalho bastante difícil. É um trabalho difícil em todos os sentidos. Me deu esse senso de responsabilidade.

ESTRELANDO: Como você lida com o assédio do público? Com Ramsés, você acha que isso aumentou?

- Eu sempre tive um carinho muito grande do público feminino. É engraçado, estando no ar, fora do ar, coisa que varia um pouco, claro, mas sempre foi uma coisa muito constante. Eu lido com isso da melhor maneira possível, com senso de humor, agradecendo porque é bom isso. Claro, tem dias que você não tá bem, que você tá com problemas, enfim, mas nesses dias eu não saio de casa porque, de verdade, o público sempre foi muito querido comigo. Com o Ramsés isso aumentou bastante porque acho que a gente conseguiu trazer uma humanidade pro personagem que tinha um carisma também, as pessoas amavam odiar o Ramsés e odiavam amar o Ramsés (risos), então quando a gente consegue atingir o público é o suprassumo, porque ninguém é só bom, ninguém é só mau, então as pessoas amarem o vilão também é interessante. E com o Ramsés é impressionante, as pessoas de todas as classes sociais, de todas as idades, todo mundo vinha falar comigo, todo mundo abria um sorriso quando me via, então foi muito especial. E Os Dez Mandamentos teve uma coisa com homem também, muito homem viu essa novela, muita gente que nunca viu novela viu. E o Ramsés tinha essa coisa de ser rei, acho que isso criava um certo fascínio.