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Publicada em 21/09/2016 às 19:00 | Atualizada em 22/09/2016 às 09:19

Maria Ribeiro, mulher de Caio Blat, escreve texto para Camila Pitanga: Obrigada por estar aqui

A atriz falou sobre a morte de Domingos Montagner e ao mesmo tempo homenageou a amiga

Da Redação

Montagem-Divulgação

Na próxima quinta-feira, dia 22, vai completar uma semana da morte de Domingos Montagner. O astro de Velho Chico se afogou no rio São Francisco após nadar, com Camila Pitanga, em uma área propensa à correntezas. O trágico e fatal acidente mobilizou muitas pessoas que conviveram com ele, mas também chamou a atenção, de maneira errada, para a atriz que acompanhava o amigo no momento que tirou sua vida.

E para mostrar compaixão, Maria Ribeiro escreveu uma coluna no O Globo para falar de Domingos, mas exaltando Camila, pedindo para ser amiga dela, ainda mais neste momento triste e traumático. No texto, ela explica o que estava fazendo no exato momento em que ficou sabendo da notícia ruim:

Eu tava em Portugal, Camila. E mesmo que eu estivesse aqui. Não somos amigas, e também, mesmo que fôssemos... Às vezes, só a mão do tempo, e também a do seu marido, da sua filha, e daquelas cinco pessoas sobre as quais deitamos a cabeça e o peso dos dias que não acabam. Que tristeza, companheira. Que tristeza. Domingos era um ser que não acabava nunca, e não é à toa que seu nome próprio era também um plural, e também um gerúndio, uma gramática, um “Dicionário Houaiss” daqueles gigantes e que quase não existem mais. Gerúndios continuam, Camila. Gerúndios não terminam a ação. Não têm ponto final. Seguem existindo. São reticentes e donos do tempo.

Ela ainda continua:

Aliás, pra mim, Domingos está logo ali. Com você na novela, no cinema com a Ingrid, no filme novo do Daniel Rezende, dançando com a Luciana, fumando charuto com o Ricardo, soltando fogo no circo que manteve firme dentro de si. Galãs palhaços não morrem. Nada de vida real ou noticiário, nada de lamento ou música triste. E essa foi a parte boa de não estar no Brasil. 

Maria ainda tentou descrever sua tristeza, a qual compartilhou com o marido, Caio Blat, e a amiga, Carolina Dieckmann:

Quando soube de tudo, jantando dentro de um antigo convento em Lisboa e depois de horas com o celular sem bateria, saí pra chorar e dar dois telefonemas — para Caio e Carol, companheiros de Domingos na novela Joia Rara —, mas já havia decidido não ler mais nada, e não me render ao lado B de uma partida dessas, que sempre acabam sujeitas a reportagens infinitas, normalmente sob a linha tênue que separa homenagens de espetacularização.

Por fim, ressaltou que o texto era para homenagear a atriz:

E agora você passou por tudo isso, e eu queria dizer que, ao lado da imensa dor de termos perdido artista tão especial e — mais grave e importante — pessoa tão especial, reganhamos você, e isso não pode ser deixado de lado. Domingos teve o privilégio da tua parceria, da tua mão estendida, do teu riso aberto, da tua inteireza, e, principalmente, da tua companhia. Nós, na plateia, também temos.Um viva pra você, Camila. Obrigada por estar aqui.

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Maria Ribeiro, mulher de Caio Blat, escreve texto para Camila Pitanga: <i>Obrigada por estar aqui</i>

Maria Ribeiro, mulher de Caio Blat, escreve texto para Camila Pitanga: Obrigada por estar aqui

24/Abr/

Na próxima quinta-feira, dia 22, vai completar uma semana da morte de Domingos Montagner. O astro de Velho Chico se afogou no rio São Francisco após nadar, com Camila Pitanga, em uma área propensa à correntezas. O trágico e fatal acidente mobilizou muitas pessoas que conviveram com ele, mas também chamou a atenção, de maneira errada, para a atriz que acompanhava o amigo no momento que tirou sua vida.

E para mostrar compaixão, Maria Ribeiro escreveu uma coluna no O Globo para falar de Domingos, mas exaltando Camila, pedindo para ser amiga dela, ainda mais neste momento triste e traumático. No texto, ela explica o que estava fazendo no exato momento em que ficou sabendo da notícia ruim:

Eu tava em Portugal, Camila. E mesmo que eu estivesse aqui. Não somos amigas, e também, mesmo que fôssemos... Às vezes, só a mão do tempo, e também a do seu marido, da sua filha, e daquelas cinco pessoas sobre as quais deitamos a cabeça e o peso dos dias que não acabam. Que tristeza, companheira. Que tristeza. Domingos era um ser que não acabava nunca, e não é à toa que seu nome próprio era também um plural, e também um gerúndio, uma gramática, um “Dicionário Houaiss” daqueles gigantes e que quase não existem mais. Gerúndios continuam, Camila. Gerúndios não terminam a ação. Não têm ponto final. Seguem existindo. São reticentes e donos do tempo.

Ela ainda continua:

Aliás, pra mim, Domingos está logo ali. Com você na novela, no cinema com a Ingrid, no filme novo do Daniel Rezende, dançando com a Luciana, fumando charuto com o Ricardo, soltando fogo no circo que manteve firme dentro de si. Galãs palhaços não morrem. Nada de vida real ou noticiário, nada de lamento ou música triste. E essa foi a parte boa de não estar no Brasil. 

Maria ainda tentou descrever sua tristeza, a qual compartilhou com o marido, Caio Blat, e a amiga, Carolina Dieckmann:

Quando soube de tudo, jantando dentro de um antigo convento em Lisboa e depois de horas com o celular sem bateria, saí pra chorar e dar dois telefonemas — para Caio e Carol, companheiros de Domingos na novela Joia Rara —, mas já havia decidido não ler mais nada, e não me render ao lado B de uma partida dessas, que sempre acabam sujeitas a reportagens infinitas, normalmente sob a linha tênue que separa homenagens de espetacularização.

Por fim, ressaltou que o texto era para homenagear a atriz:

E agora você passou por tudo isso, e eu queria dizer que, ao lado da imensa dor de termos perdido artista tão especial e — mais grave e importante — pessoa tão especial, reganhamos você, e isso não pode ser deixado de lado. Domingos teve o privilégio da tua parceria, da tua mão estendida, do teu riso aberto, da tua inteireza, e, principalmente, da tua companhia. Nós, na plateia, também temos.Um viva pra você, Camila. Obrigada por estar aqui.