Priscilla embarcou em uma novidade em sua carreira. A atriz passa a fazer uma participação especial no Wicked: O Musical, que está em cartaz no Teatro Renault, em São Paulo, entre os dias 26 e 30 de novembro. Na peça, a cantora interpreta Nessarose, irmã de Elphaba, substituindo Luisa Bresser neste período.

Em entrevista ao ESTRELANDO, a artista comenta sobre o processo de preparação para subir aos palcos, dessa vez atuando. Mesmo sendo sua primeira vez em um musical, ela conta que estava preparada, pois é algo que estuda desde sempre:

- Eu estudo música a vida inteira e estudei muito interpretação vocal, então, com certeza, minha vida me preparou para isso. Minha vida musical me preparou para isso. Mas eu acho que um ponto específico, um momento específico, tenha sido a minha participação no The Masked Singer [programa musical da Globo], que eu participei interpretando um personagem cantando, o unicórnio. Ali ninguém sabia que era eu, não usava meu nome, meu rosto… eu interpretava aquele personagem, tinha o acting corporal daquele personagem… Eu tive um contato parecido com o que eu estou fazendo hoje. Então acho que aquela experiência já me deixou mais familiarizada com o que eu tenho feito agora em Wicked.

Em seguida, Priscilla diz que sentia de alguma forma que acabaria indo para os palcos, e elogiou a equipe do musical pelo apoio recebido:

- Eu sempre soube dentro de mim que em algum momento eu acessaria esse lugar, então eu me sentia muito confortável quando comecei os ensaios, comecei a interagir, a equipe e a produção… sem palavras! Eles são incríveis e foram muito generosos, carinhosos comigo.

Mesmo preparada, os desafios também estiveram presentes no processo, mas foram pontuais:

- Claro que é muito desafiador, porque é uma história de muitas camadas, tem a sua complexidade, é uma produção muito renomada, então claro que existem desafios, mas esses desafios foram sutis, porque foi tudo muito delicado, no sentido positivo, todo esse processo do convite até a apresentação final., começa ela, que continua dando um exemplo da maior dificuldade que teve:

- O maior desafio realmente foi entender o palco. Eu acho que ele é mais diferente do que o próprio ofício que eu estou fazendo ali. O meu palco musical, eu domino ele todinho, eu posso ir para a esquerda, para a direita, eu posso ir para a frente, para trás. E num palco musical não, as marcações são muito corretas, as entradas, as saídas. Então esse foi o maior desafio, foi entender como funciona um palco de um musical.

Sobre seus fãs, Priscilla conta que eles estão empolgados para viverem esse momento com ela. A atriz ainda destaca que se encantou por musicais e que pretende ir atrás de novas oportunidades:

- Meus fãs sempre souberam da minha vontade de fazer musical, eu sempre falei na imprensa, então eles estão extremamente felizes, ansiosos para viver esse momento comigo. Não tenha dúvida que musical já se tornou uma paixão minha, é algo que eu vou querer me dedicar muito e ir em busca de novas oportunidades, porque eu me senti muito à vontade, tem sido muito gostoso. Acho que eu realmente encontrei uma nova paixão.

Reflexão

Completando 20 anos de carreira, a cantora também reflete sobre como a história de Wicked se conecta com sua vida pessoal:

- São muitos pontos que eu me conecto com a história. Um específico é o fato de que eu sempre quis desbravar. Eu sou uma pessoa corajosa, então às vezes as pessoas estranham isso, ou simplesmente não compactuam com alguma mudança que você queira fazer e que na verdade diz respeito só a si próprio. A história da Elphaba, por exemplo, diz muito sobre isso. Tem uma frase da música que eu acho linda, que ela quer dizer: Eu estou sozinha, mas sou livre. Então, às vezes, a solidão é um preço que a gente está pagando pela nossa liberdade, mas, no fim, esse sentimento de você ir atrás e conquistar algo que faz sentido para você compensa os males da vida. A história tem muitas coisas que a gente pode refletir sobre, mas essa coragem de ser, eu acho que é a coisa que mais se conecta comigo.

É justamente nessa rebeldia da Elphaba que Priscilla se enxerga. Sobre isso, ela ainda conta que costuma ser destemida e ter controle da situação:

- Eu sou um pouco rebelde na vida. Eu queria dizer que eu sou bem rebelde, porque eu não tenho medo de nada. Desde sempre eu sempre me vi livre, então qualquer sinal de que eu estaria presa em alguma forma, algum padrão, algum lugar, eu já arrumava algum jeito de mexer com aquela estrutura, deixar bem claro a minha autonomia.

Outro ponto que a artista menciona são as expectativas na carreira. Para ela, mesmo sempre acreditando que tudo daria certo, a vida ainda achou uma maneira de surpreendê-la:

- Eu sempre me imaginei dando certo na minha carreira musical, mas você não consegue literalmente imaginar tudo, a vida te surpreende. Ao mesmo tempo que eu, por exemplo, sempre imaginei cantar nos maiores festivais, quando você sobe no palco, é uma outra percepção, cai realmente a ficha de que aquilo já não é mais uma ideia, é uma concretização., começa ela, que continua se derretendo por esses momentos:

- Quando esses momentos acontecem, eu olho para trás e penso: Se me dessem esses detalhes, talvez eu ficasse Sério mesmo? Acho que pode ser perto daí, mas talvez não tanto. Mas vários momentos, várias coisas que acontecem, até mesmo essa, por exemplo, de estar colaborando num projeto tão grande como Wicked, maravilhoso… se eu recebesse lá atrás esses detalhes, talvez eu duvidasse um pouquinho, porque realmente a vida me surpreendeu muito, muito mesmo.