Sábado de manhã em um luxuoso hotel de São Paulo. Encontros empresariais acontecem na sala ao lado. Homens de terno seriam o público predominante do local. Não fosse o burburinho de 300 fãs, em sua maioria adolescentes e jovens adultos, quase todas mulheres, ao virar o corredor.
Neste final de semana, nos dias 28 e 29 de maio, acontece na capital paulistana a RisingCon, conferência de fãs de Supernatural, série produzida nos Estados Unidos pelo canal CBS e exibida no Brasil pelo Warner Channel.
Logo no começo da manhã, fãs de todo o país chegam ao hotel. Alguns, da Argentina, do Chile, da Venezuela. Entram pacientemente na longa fila, fazem suas inscrições no evento. De posse do crachá, mais uma fila. Esperam pelo pacote que, dependendo do caso, dá direito a autógrafo e fotos com os três atores da atração confirmados - Misha Collins, do elenco fixo, e Chad Lindberg e Matt Cohen, convidados especiais.
O primeiro evento da lista é também o mais esperado, a entrevista com Misha Collins, que interpreta o anjo Castiel na atração. Na sexta temporada, ele sobe ao cargo de ninguém menos do que Deus, e domina a hierarquia no céu. Portanto, havia muito o que conversar.
- E ele é muito bonito, explicou Vanessa Santos, de 22 anos, do Rio de Janeiro, que esperava na fila pelo momento com o ator.
A moça era só mais uma entre as centenas que gritaram o nome do ator assim que ele entrou no palco. Confortável, bastante à vontade com toda a bajulação, Misha não parava de sorrir para as meninas da plateia. Fez brincadeiras com a tradução simultânea, com a cadeira, com o microfone, com as entrevistadoras-fãs que se revezavam na fila. Começou pelas mudanças em seu personagem.
- Eu não tive muito tempo para trabalhar nisso ainda. Mas a primeira coisa que pensei quando li o roteiro foi: Ufa, não me mataram. A segunda foi: E como é que se interpreta Deus?
Parte 2 - Mischa Collins explica sua relação com o Brasil, após duas semanas no país