Mais uma edição da São Paulo Fashion Week chegou ao fim, na última quinta-feira, dia 26! Foram muitas e diferentes as novidades apresentadas e os conceitos abordados pelas marcas e estilistas e agora chegou a hora de fazer um apanhado geral de tudo o que ainda devemos ver muito, de acordo com um dos eventos fashions mais importantes do Brasil. O que podemos adiantar de antemão é: vai dar babado! Seguindo a tendência que já tem sido vista nas semanas de moda estrangeiras, o detalhe apareceu por aqui em biquínis e saias da Água de Coco e foi uma das grandes apostas da Lilly Sarti.

A alfaiataria é um clássico do guarda-roupa e nesta edição ela apareceu com ares renovados. A PatBO, que trouxe o tema cigano às passarelas, apresentou uma alfaiataria mais desconectada, com estampa xadrez, detalhes bordados no blazer e babados assimétricos na barra da saia, de comprimento midi. O conjuntinho ainda ganha novo significado quando combinado com botas western. Reinaldo Lourenço, por sua vez, apostou em uma alfaiataria com traço mais clean, combinando calça midi e blazers com volume estratégico.

Botas com pegada western e as botas-meias apareceram em diversas coleções, mas outro modelo que promete ser hit nas próximas estações é o Chelsea. A bota, que lembra um sapatão, com elástico nas laterais, pôde ser vista no desfile de João Pimenta, que buscou inspiração no cenário rural para a criação das peças.

Nos acessórios, a premissa mais é mais pareceu nortear alguns desfiles. PatBo apresentou maxi brincos com temática florida, enquanto Fabiana Milazzo apostou nas argolas irregulares com pedra ágata. Lenny Niemeyer e Modem também trouxeram brincos maiores e irregulares a suas coleções, mas desta vez apareceram apenas em uma orelha.

Nos pulsos, pulseiras conceituais, como a desfilada pela Lenny Niemeyer, e a mistura de diferentes tamanhos e cores, como apostou a Salinas, são detalhes nos quais vale a pena prestar atenção para o próximo verão!

Outro destaque que merece atenção nesta temporada da SPFW foram algumas iniciativas que tiveram apelo social, provando que a moda pode muito bem ser política. Na sua coleção AS MUDAS, Ronaldo Fraga resgatou temas ligados à preservação ambiental e ainda desenvolveu uma parceria com as Meninas da Barra, um coletivo de bordadeiras de Minas Gerais. O Projeto Ponto Firme também merece destaque na medida em que os trabalhos de crochê foram todos realizados por detentos, juntamente com o artesão Gustavo Silvestre.

A sustentabilidade, aliás, apareceu em outros desfiles e foi tema central da nova coleção da Osklen. Na coleção ASAP, a marca trouxe como tema a urgência da adoção de um estilo de vida mais consciente e usou apenas materiais ecológicos na criação das peças. Por sua vez, a Uma, de Raquel Davidowicz, usou borracha sustentável para produção de seus acessórios.

Além dos detalhes das roupas e acessórios, as inovações aparecem na forma como a coleção é apresentada. Nesta edição, alguns estilistas procuraram trazer mais diversidade às passarelas, optando por modelos e desfiles que fogem do tradicional. Fernanda Yamamoto trouxe às passarelas artesãs da comunidade hispânica, que esbanjaram bom humor durante o desfile, enquanto a Memo exibiu sua coleção por meio de um duelo de dança ao som de hip-hop, com dançarinas com os mais variados formatos de corpos. A Amapô Jeans fez algo semelhante e chamou pessoas que não são modelos profissionais.

A moda sem gênero foi outra tendência que apareceu no SPFW. Handred apostou em conjuntinhos de veludo molhado, em uma coleção inspirada no Oriente Médio, enquanto fez sua estreia na SPFW trazendo uma moda com cores e recortes neutros. A Cotton Project também apostou em peças sem gênero.