Não é novidade que todo bom filme de espionagem precisa de um plot twist caprichado para deixar o público de boca aberta. Contudo, o que acontece quando o roteiro usa o recurso como muleta durante as quase duas horas e vinte minutos do longa? É o caso de Argylle, que será amado ou odiado pelo espectadores - sem meio termo. Isso porque o filme usa e abusa de clichês até torná-lo exagerado - e até bobo. Se você foi ao cinema para ver Henry Cavill e Dua Lipa nas telonas, como foi divulgado nos pôsteres e trailers, pode se decepcionar. O ESTRELANDO já foi conferir e te conta o motivo.

A história gira em torno de Elly Conway, interpretada por Bryce Dallas Howard, a reclusa autora de uma série de romances de espionagem best-sellers, cuja ideia de felicidade é uma noite em casa com seu computador e seu gato, Alfie. Mas quando as tramas dos livros fictícios de Elly – sobre o agente secreto Argylle e sua missão de desvendar um sindicato global de espionagem – começam a espelhar as ações secretas de uma organização de espionagem da vida real, as noites tranquilas em casa ficaram só na lembrança.

Um dos pontos mais atrativos do filme é justamente o elenco de peso que trouxeram para a trama. Dua Lipa, Henry Cavill, Samuel L. Jackson são apenas alguns nomes. Afinal, quem não gostaria de ver Cavill como um super espião e Dua Lipa vivendo uma sedutora vilã, né? Contudo, os atores são simplesmente deixados de lado durante toda a história. Dua Lipa não tem mais do que cinco minutos de cena, enquanto Cavill surge em poucos momentos apenas como um personagem criado na cabeça de Elly, sendo até um desperdício escalar tais artistas, que possuem tanto talento a ser explorado, para papéis tão medíocres.

Por outro lado, se tem algo a ser contemplado é o arco de personagem de Elly Conway, vivida por Bryce Dallas Howard, que carrega a história nas costas o tempo todo. A escritora começa como um tipo de pessoa e, gradualmente, se transforma em algo que o público não espera, encaixando as peças do quebra-cabeça que desenrola a história. Elly é a própria personificação do ditado não julgue um livro pela capa.

Apesar de ser repleto de cenas de ação e comédia, Argylle depende tanto das reviravoltas mirabolantes para se sustentar que se perde no meio de tantos plot twists - e nem mesmo o elenco renomado consegue deixá-lo memorável. Quem esperava um grande filme de espionagem, pode se decepcionar. Aqueles que apenas querem curtir um filme divertido, vai fundo!