O Oscar, uma das cerimônias de cinema mais importantes do mundo, reúne diversas personalidades do cinema e é televisionado para milhões de espectadores. A visibilidade da cerimônia, que acontece no próximo domingo, dia 12, fez com que diversos artistas usassem o palco e o tapete vermelho para protestaren, mas foram as mulheres que mais protagonizaram esses momentos icônicos. A indígena Sacheen Littlefeather fez um protesto em 1973, em conjunto com ator Marlon Brandon, ao subir no palco para discursar sobre o povo apache, o preconceito e a forma como os índios estavam sendo retratados nos filmes norte-americanos. A atriz foi vaiada e até agredida na época, mas anos depois a Academia pediu desculpas pelo ocorrido. No mesmo movimento, Marlon Brandon recusou o Oscar por melhor ator no filme O Poderoso Chefão.

Jada Pinkett-Smith, esposa de Will Smith, também tem sido uma voz potente que usa o tapete vermelho para expor preconceitos e racismo enfrentado pelos negros que fazem parte da indústria. A atriz não apenas boicotou o Oscar de 2016, como também expôs em um vídeo para suas redes o motivo de sua decisão. Implorar por reconhecimento, ou mesmo pedir, diminui a dignidade e o poder. Somos um povo digno e poderoso, e não vamos nos esquecer disso. Vale lembrar que na época, Chris Rock era um dos apresentadores da cerimônia, e criticou movimento da atriz.

Natalie Portman é um dos maiores ícones que mais usa sua visibilidade no tapete vermelho para criticar os abusos na indústria cinematográfica. A atriz já protagonizou diversos momentos, como a alfinetada: aqui vão todos os homens indicados, quando apresentou a categoria de melhor diretor. Já em 2020, a musa bordou em uma capa os nomes de todas as diretoras que tinham sido esnobadas pela cerimônia. Apesar de discreto, o protesto bombou no mundo todo.

Frances McDormand fez um dos discursos mais potentes da história da cerimônia, em 2018, quando recebeu a estatueta como Melhor Atriz por seu papel em Três Anúncios para um Crime e usou todo seu tempo para expor a falta de trabalho e financiamento para narrativas femininas. Ela pediu oportunidades iguais para suas colegas artistas e criticou a indústria. Olhem ao redor, senhoras e senhores, porque todas nós temos histórias para contar e projetos que precisamos financiar. Não falem com a gente nas festas de hoje à noite. Daqui a alguns dias, convidem-nos para o seu escritório, ou venham até os nossos, o que for melhor para vocês, e vamos contar sobre nossos projetos. Na época ela estava furiosa, principalmente pela forma como Hollywood tenta descartar as mulheres mais velhas.

Susan Sarandon, que por vezes faz declarações controversas, também já protagonizou protestos durante a cerimônia do Oscar. Ela e o colega de apresentação Tim Robbins, deixaram de ler o roteiro proposto pela academia no momento de anunciarem a categoria de Melhor Edição, em 1993, e falaram sobre os haitianos vítimas de HIV. Gostaríamos de chamar atenção para os 250 haitianos sendo mantidos em quarentena em Cuba. Qual o crime deles? Terem testado positivo para HIV