A protagonista de Vale Tudo é a íntegra Raquel Accioli, que é fiel a seus princípios e quer provar a todos que é possível vencer na vida de forma justa, apenas colhendo os frutos do trabalho duro e sem passar por cima de outras pessoas. A personagem foi vivida por Regina Duarte na versão original e agora chega sob interpretação de Tais Araújo no remake, que está sendo exibido às 21h na TV Globo. A seguir, relembre a trajetória de Raquel na trama e aos momentos em que ela não abaixou a cabeça ou deixou que passassem por cima dela:

Raquel inicia a história trabalhando como guia turística em Foz do Iguaçu. Ela via o pai como um grande exemplo de honestidade e caráter. Foi com ele que aprendeu o lema: Quem mente, rouba; quem rouba mata. A frase é repetida pela protagonista diversas vezes ao longo dos capítulos.

Após a morte do pai, Raquel precisa lidar com o choque da notícia de que Maria de Fátima [Bella Campos] vendeu a casa da família e partiu para o Rio de Janeiro. Ela então vai em busca da filha e descobre que ela não quer retornar à antiga vida, o que leva a matriarca a buscar um meio de se sustentar na Cidade Maravilhosa. A solução encontrada por ela foi vender sanduíches na praia, mas a herdeira fica envergonhada com o trabalho da mãe e pede para que ela o largue. Ao falar com Maria de Fátima sobre o assunto, Raquel dispara que se trabalha de um trabalho digno: - Indigente é você que precisou gastar o dinheiro que seu avô levou uma vida para juntar. Estou trabalhando, todo trabalho é digno. [...] Realmente, uma pessoa que finge não conhecer a própria mãe não tem como falar em dignidade.

Quando Raquel prestigia um evento em Paraty, dá de cara com Maria de Fátima, que finge não conhecer a mãe. Ela responde à atitude da filha se apresentando como sendo uma amiga da mãe dela, mas não perde a oportunidade de puxá-la de lado para dar um sermão. Quando Fátima se refere a ela como mãe ao reclamar de sua reação, ela deixa claro: - Dobra essa língua que eu não sou sua mãe. Eu sou amiga da sua mãe. Não quero conversa com você não, Maria de Fátima. Só te chamei até aqui porque seu pai me disse as coisas lindas que você falou a ele. O Rubindo pode ter muitos defeitos, talvez ele tenha todos os defeitos desse mundo, mas amanhã ele vai para Nova York e é bem provável que a gente nunca mais volte a ver seu pai. Eu queria que você pensasse bem nisso. Ele não merece passar o resto da vida lembrando que a última vez que ele falou com a filha dele foi para ser tratado como um cachorro. A herdeira tenta responder, mas é interrompida: - Cala a boca, eu não te trouxe aqui para te ouvir. Quem fala aqui sou eu, não quero ouvir uma palavra dessa tua boca. Pode ficar muito tranquila, não tenho a menor intenção de falar para ninguém aqui que sou sua mãe, até porque eu tenho vergonha de ter uma filha como você. Eu nunca vou esquecer o que aconteceu na praia. Uma filha que tem vergonha da mãe não merece nada. Você não merece uma gota do leite que sai do meu peito, garota. Mas eu sou forte, pode não parecer, mas eu sou. Já sobrevivi a muitas coisas e vou sobreviver a você também. E Raquel finaliza: Não me chama de mãe, você não tem mais mãe, meu nome é Raquel. E se você não fizer as pazes com o Rubinho, você vai acabar sem pai também.

Ao lado de Ivan [Renato Góes], Raquel comparece à exposição de arte de Heleninha [Paolla Oliveira] No local, conhece Odete Roitman [Debora Bloch] e elogia os quadros da filha da vilã. A empresária, no entanto, reage com deboche, após descobrir sua profissão, o que leva a uma resposta à altura: - Qual o problema? A senhora acha que uma cozinheira não pode ter opinião sobre um quadro? [...] Assim como a senhora não é cozinheira, aliás, não deve nem saber fritar um ovo, e deve ter opinião sobre tudo o que come. É ou não é?. E finalizou dizendo que estaria indo embora do evento e aguardaria por Ivan no carro: Tome seu tempo, estou te esperando lá fora, que educação é uma coisa que vem de berço e dinheiro nenhum compra. Passe bem, dona Odete.

Após Raquel conquistar seu primeiro comercial, ela encontra Ivan [Renato Góes] no caminho para casa e recebe elogios do ex-namorado. Diante disso, confessa como o trabalho foi muito importante para ela e compartilha o que a cozinha representa em sua vida: Estou tão feliz. Olha, Ivan, eu mereço. Eu mereço mesmo. Não que eu faça mais do que a maioria das mulheres brasileiras fazem, porque ser mulher no Brasil não é fácil, pelo contrário, é muito difícil, ainda mais uma mulher negra que estudou pouco. Você sabe que, vendo o comercial hoje, me achei bonita? Eu sou [linda], mas não acreditava nisso. Sabe porque comecei a cozinhar tão cedo? Com doze anos quando minha mãe morreu, comecei a cozinhar em casa para mim e meu pai, então a pobreza me ensinou. Aprendi a cozinhar com a pobreza, a ser honesta com a pobreza e vai ser com a pobreza que vou aprender a ser rica. Sem ficar com o dinheiro de ninguém.

Quando Heleninha [Paolla Oliveira] faz uma proposta de contratar o restaurante de Raquel e Poliana [Matheus Natchergaele] para servir um evento, a protagonista logo percebe que as intenções da filha de Odete Roitman [Debora Bloch] podem não ser nada nobres e faz um desabafo com amigos: - Eu acho que é um jeito de me humilhar. É uma humilhação com muita classe, mas me contratar é um jeito de falar comigo de cima para baixo.

Raquel passou pela decepção de ser roubada por Gilda, que tentou se redimir devolvendo o dinheiro à patroa. Ela, no entanto, recusa as cédulas, pois não sabia sua origem: - Onde você conseguiu esse dinheiro? Isso é tudo que importa. Porque nem todo dinheiro é igual, nem tem o mesmo valor. O dinheiro roubado não vale a mesma coisa que o dinheiro honesto. O dinheiro que é suado vale muito mais. Não quero esse dinheiro.