Natal - É uma alegria. É simplesmente diferente. Bruce adorava o Natal e nós adoramos celebrá-lo com ele. Só que é diferente, então nos adaptamos a isso. Você tem que aprender, se adaptar e criar novas memórias, resgatar as tradições que tinha antes. A vida continua. Simplesmente continua. A demência é difícil, mas ainda há alegria nela. Acho importante não pintarmos um quadro tão negativo em torno da demência. Ainda rimos. Ainda há alegria. Só que ela se manifesta de forma diferente.

"Bruce está com uma saúde ótima no geral, sabe? É só o cérebro dele que está falhando", disse Heming Willis a Diane Sawyer, da ABC News, no especial da ABC " Emma & Bruce Willis: The Unexpected Journey ", um olhar íntimo sobre a batalha do ator contra problemas de saúde e como sua família, liderada por Heming Willis, se uniu para cuidar dele. Ao ser questionada se Willis, seu marido há 16 anos, ainda a reconhece, Heming Willis disse que a conexão ainda existe. "Eu sinto que sim, né? Tipo, eu sei que sim. Sabe, quando estamos com ele... ele se ilumina, né?", disse Heming Willis a Sawyer, acrescentando que a conexão dele também é presente com as duas filhas pequenas do casal e com as três filhas adultas de Willis. "Ele segura nossas mãos. Nós o beijamos. Nós o abraçamos. Ele retribui. Sabe, ele está curtindo." Ela continuou: "E é só disso que eu preciso, sabe? Eu não preciso que ele saiba que sou a esposa dele, que nos casamos neste dia e que é isso aí... Eu não preciso de nada disso. Eu só quero sentir que tenho uma conexão com ele. E eu tenho."

O ator de 70 anos, famoso pela franquia "Duro de Matar", também perdeu grande parte de sua capacidade de se comunicar desde o diagnóstico, de acordo com Heming Willis, autora de um novo livro sobre a experiência de sua família, intitulado "The Unexpected Journey: Finding Strength, Hope, and Yourself on the Caregiving Path" (A Jornada Inesperada: Encontrando Força, Esperança e a Si Mesmo no Caminho do Cuidado). "A língua está mudando e, sabe, nós aprendemos a nos adaptar", disse ela. "E temos uma maneira de nos comunicar com ele, que é simplesmente diferente, uma maneira diferente." "Não são dias, mas temos alguns momentos", disse Heming Willis. "É a risada dele, sabe? Tipo, ele tem uma risada tão... contagiante. E, sabe, às vezes você vê aquele brilho no olhar dele, ou aquele sorriso de canto de boca, e eu simplesmente me sinto transportado." Ela disse: "E é difícil de ver, porque tão rápido quanto esses momentos aparecem, eles desaparecem. É difícil. Mas sou grata. Sou grata por meu marido ainda estar aqui."

Heming Willis descreveu a decisão como "uma das mais difíceis" que teve de tomar em sua jornada como cuidadora. "Mas eu sabia, antes de tudo, que Bruce gostaria disso para as nossas filhas. Sabe, ele gostaria que elas estivessem em um lar mais adequado às necessidades delas, e não às dele", disse ela.

Olhando para trás, Heming Willis disse que demorou muito para buscar ajuda e apoio para si mesma e para Willis. Foi somente quando sua enteada, Scout, lhe disse que estava mais preocupada com ela do que com o pai, que Heming Willis disse que procurou ajuda. "Nunca vou me esquecer de quando Scout me disse isso. E eu pensei: 'Nossa. Ok. Estou perdendo o controle. Preciso me recompor'", relembrou Heming Willis, acrescentando que ela própria precisou ser tratada para depressão e que, eventualmente, Willis recebeu cuidados profissionais.

Ao ser questionada sobre o que mais gostaria de conversar com Willis hoje, Heming Willis disse que apenas esperava ter uma "conversa" com o homem que ama. "Gostaria muito de saber como ele está, se está bem, se se sente bem. Se há algo que possamos fazer para apoiá-lo melhor. Eu adoraria saber. Se ele está com medo. Se ele está preocupado", disse Heming Willis. "Sabe, eu adoraria poder conversar com ele."