X

NOTÍCIAS

Publicada em 20/03/2012 às 01:00 | Atualizada em 08/05/2015 às 06:36

Novo drama de Kiefer Sutherland, Touch repete mecanismos de Heroes

Vana Medeiros

E se o destino for uma fórmula? E se o futuro for fruto de um cálculo? Esta é a premissa de Touch, série que estreou nos Estados Unidos em janeiro e que trouxe de volta à TV uma dupla bastante conhecida dos fãs de séries. A trama é de Tim Kring, a mesma mente por trás de Heroes. E o astro é Kiefer Sutherland, quase dois anos depois de deixar Jack Bauer e 24 Horas.

Jake, um garoto de dez anos de idade que sofre de um grau leve de autismo, nunca disse uma única palavra, apesar dos esforços de seu pai, Martin, de se conectar com o garoto. O que o personagem de Kiefer não sabe é que seu filho é um gênio capaz de fazer ligações entre padrões matemáticos que, teoricamente, definem o mundo e seus acontecimentos, e decifrar assim detalhes do futuro.

Nas palavras do garoto, sua missão no mundo é fazer com que pessoas que devem se encontrar, fatos que devem acontecer, ligações que não podem falhar realmente cumpram seu objetivo. No primeiro episódio, por exemplo, as previsões de Jake fazem com que seu pai interfira na vida de um bombeiro aposentado e o leve a salvar um ônibus escolar depois de um acidente. Este mesmo bombeiro, aliás, revela mais tarde que foi responsável por resgatar a esposa de Martin do World Trade Center em 11 de setembro de 2001, e se culpa desde então por não ter conseguido salvá-la.

Em resumo, todos estamos conectados. Um telefone roubado na Europa pode lançar a carreira de uma cantora no Japão depois que um vídeo seu cai nas mãos certas. Um garoto no Oriente Médio pode conseguir dinheiro para ajudar sua família por conta da boa vontade de uma atendente nos Estados Unidos. E assim por diante.

O assunto, quem conhece Tim Kring sabe, não é novo para o roteirista. A trama de Heroes era toda construída com base nessa premissa, e as vidas de pessoas com habilidades especiais se interligavam em todos os cantos do planeta. O primeiro episódio de Touch faz com que Kring não possa negar suas raízes. Além da estrutura parecida, o gosto pelo suspense permeado por pitadas de cenas mais emocionais não deixa o novo trabalho se afastar do antigo.

Aqui começam os problemas. Assim como o piloto de Heroes foi um evento que solidificou uma espécie de linguagem televisiva - a das tramas paralelas e relacionadas - que já vinha se apresentando nos Estados Unidos, o início de Touch é muito envolvente. Não vai ser fácil para o telespectador abandonar a história de Martin e Jake após o primeiro capítulo. Mas o perigo para Tim Kring nunca é o começo de uma trama: é seu fim.

Heroes conseguiu se manter interessante por mais ou menos 24 episódios, a duração da primeira temporada. Mas, contando o último episódio deste primeiro ano, todo o resto foi algo bastante parecido com um desastre - ninguém gosta, mas todo mundo quer saber onde aquilo vai terminar. Touch, por dividir com Heroes uma estrutura bastante parecida, oferece possibilidades muito reais para que Kring se atrapalhe novamente. Cabe ao telespectador torcer para que o roteirista tenha aperfeiçoado seus próprios super poderes e consiga prever o futuro sem dar mais um passo em falso.

Deixe um comentário

Atenção! Os comentários do portal Estrelando são via Facebook, lembre-se que o comentário é de inteira responsabilidade do autor, comentários impróprios poderão ser denunciados pelos outros usuários, acarretando até mesmo na perda da conta no Facebook.

Enquete

Qual filho de Kate Middleton e Príncipe William você acha mais fofo?

Obrigado! Seu voto foi enviado.

Novo drama de Kiefer Sutherland, <i>Touch</i> repete mecanismos de <i>Heroes</i>

Novo drama de Kiefer Sutherland, Touch repete mecanismos de Heroes

24/Abr/

E se o destino for uma fórmula? E se o futuro for fruto de um cálculo? Esta é a premissa de Touch, série que estreou nos Estados Unidos em janeiro e que trouxe de volta à TV uma dupla bastante conhecida dos fãs de séries. A trama é de Tim Kring, a mesma mente por trás de Heroes. E o astro é Kiefer Sutherland, quase dois anos depois de deixar Jack Bauer e 24 Horas.

Jake, um garoto de dez anos de idade que sofre de um grau leve de autismo, nunca disse uma única palavra, apesar dos esforços de seu pai, Martin, de se conectar com o garoto. O que o personagem de Kiefer não sabe é que seu filho é um gênio capaz de fazer ligações entre padrões matemáticos que, teoricamente, definem o mundo e seus acontecimentos, e decifrar assim detalhes do futuro.

Nas palavras do garoto, sua missão no mundo é fazer com que pessoas que devem se encontrar, fatos que devem acontecer, ligações que não podem falhar realmente cumpram seu objetivo. No primeiro episódio, por exemplo, as previsões de Jake fazem com que seu pai interfira na vida de um bombeiro aposentado e o leve a salvar um ônibus escolar depois de um acidente. Este mesmo bombeiro, aliás, revela mais tarde que foi responsável por resgatar a esposa de Martin do World Trade Center em 11 de setembro de 2001, e se culpa desde então por não ter conseguido salvá-la.

Em resumo, todos estamos conectados. Um telefone roubado na Europa pode lançar a carreira de uma cantora no Japão depois que um vídeo seu cai nas mãos certas. Um garoto no Oriente Médio pode conseguir dinheiro para ajudar sua família por conta da boa vontade de uma atendente nos Estados Unidos. E assim por diante.

O assunto, quem conhece Tim Kring sabe, não é novo para o roteirista. A trama de Heroes era toda construída com base nessa premissa, e as vidas de pessoas com habilidades especiais se interligavam em todos os cantos do planeta. O primeiro episódio de Touch faz com que Kring não possa negar suas raízes. Além da estrutura parecida, o gosto pelo suspense permeado por pitadas de cenas mais emocionais não deixa o novo trabalho se afastar do antigo.

Aqui começam os problemas. Assim como o piloto de Heroes foi um evento que solidificou uma espécie de linguagem televisiva - a das tramas paralelas e relacionadas - que já vinha se apresentando nos Estados Unidos, o início de Touch é muito envolvente. Não vai ser fácil para o telespectador abandonar a história de Martin e Jake após o primeiro capítulo. Mas o perigo para Tim Kring nunca é o começo de uma trama: é seu fim.

Heroes conseguiu se manter interessante por mais ou menos 24 episódios, a duração da primeira temporada. Mas, contando o último episódio deste primeiro ano, todo o resto foi algo bastante parecido com um desastre - ninguém gosta, mas todo mundo quer saber onde aquilo vai terminar. Touch, por dividir com Heroes uma estrutura bastante parecida, oferece possibilidades muito reais para que Kring se atrapalhe novamente. Cabe ao telespectador torcer para que o roteirista tenha aperfeiçoado seus próprios super poderes e consiga prever o futuro sem dar mais um passo em falso.