X

NOTÍCIAS

Publicada em 03/05/2018 às 00:03 | Atualizada em 02/05/2018 às 15:20

Edson Celulari se declara para os filhos Enzo e Sophia: - Eles vão crescendo e o amor só aumenta

O ator falou sobre os desafios de interpretar um cego em seu novo filme, Teu Mundo não Cabe nos Meus Olhos

Mel Pinheiro

Divulgação

Edson Celulari enfrentou um desafio e tanto em seu mais novo trabalho no cinema. Em Teu Mundo não Cabe nos Meus Olhos o ator interpreta Vitório, um deficiente visual que vive feliz com a família no bairro do Bixiga, em São Paulo, cuidando da pizzaria que herdou de seus pais. Porém, com o incentivo e insistência da esposa, acaba fazendo uma cirurgia para recuperar a visão e, a partir daí, o longa mostra as dificuldades do personagem a se adaptar a uma nova vida.

Em entrevista exclusiva ao ESTRELANDO, Edson falou que começou a preparação para o personagem três meses antes do início das filmagens, convivendo com deficientes visuais, inclusive um deles que também era pizzaiolo, como Vitório:

- Obviamente, tive que aprender a ter destreza, em como convencer que é um cego de olhos abertos, como um cego anda. Mas, de verdade, o Vitório é único, não é um especificamente que eu copiei, é um pouco de toda a pesquisa, e foi muito gratificante conviver e aprender com eles.

Além de interpretar um cego, Celulari teve que aprender a fazer pizzas, o que gerou, segundo palavras dele, algumas farinhas e massas caindo em sua cabeça. Mas um terceiro desafio inusitado foi dado para o ator: ele, que é palmeirense, teve que dar vida a um corinthiano fanático e vestir a camisa do time paulista:

- Foi muito estranho eu me ver, ainda bem que o personagem é cego, ele não se viu com a camisa [risos]. Mas é isso, eu sou palmeirense e minha família inteira é palmeirense, foi mais um desafio para o personagem. Mas eu acho que o Vitório ser corinthiano foi uma escolha certa, porque ele se mistura com a maior torcida. É bonito de ver um cego ali na torcida, pertencendo aquilo, integrado, que completa esse quadro do cego feliz e harmonioso com a sua vida. 

Assim como Edson, o protagonista do longa também é pai de uma filha adolescente, Alicia, que orgulha Vitorio ao querer estudar nos Estados Unidos. O ator contou qual as semelhanças entre a história e sua relação com seus filhos na vida real, Enzo e Sophia:

- O Vitório tem um diálogo até mais fácil do que a própria mãe com a filha, talvez pelas circunstâncias em que ele vive, por ter enfrentado tudo que ele enfrentou, entende o que ela está passando também, o conflito dela não querer decepcionar os pais, de conquistar o mundo dela. Eu, Edson, adoro o ofício de pai. Eu acho que quando a gente tem filho no mundo é porque é resultado de uma responsabilidade nossa e eles vão crescendo e o amor e a responsabilidade só aumentam. Eles vão estar com 40, 50 anos e você vai pensar: Eles dependem de mim. E acho que vai ser sempre assim. Eu acho que o Vitório é um pai muito consciente, lúcido, e acho que esse é um paralelo possível. 

Acessibilidade

Teu Mundo Não Cabe nos Meus Olhos será um filme com a acessibilidade bastante democrática, com audiodescrição, recurso que amplia a compreensão e a participação das pessoas com deficiência visual. Porém, diferente da necessidade de sessões especiais com o recurso, o público poderá usar o próprio celular para ter acesso à audiodescrição, através de um aplicativo.

O diretor Paulo Nascimento, que já tinha experiência com o recurso nos filmes Em Seu Nome e A Oeste do Fim do Mundo, contou que o método não beneficia apenas os deficientes visuais:

- A audiodescrição favorece também os idosos. Algumas pessoas já comentaram comigo que se sentem mais à vontade assistindo ao filme com audiodescrição.

Além da interpretação de Edson, o longa chama a atenção pela ambientação da cidade de São Paulo e o bairro do Bixiga, onde vivem os personagens. Ao assistir ao filme, o público só percebe que a história se passa em 2012 por conta dos jogos do Corinthians retratados. Porém, Paulo conta que a sensação de atemporalidade do filme foi proposital, para os espectadores focarem no drama de Vitório:

- Na verdade, a ideia era tornar tudo neutro. Eu morro de medo de fazer filme de época, é muito perigoso errar. O filme tem um paleta de cores, tem isso como uma proposta. A intenção também era fugir da questão médica, o filme não é sobre isso.

Teu Mundo Não Cabe nos Meus Olhos estreia nos cinemas nesta quinta-feira, dia 3.

Deixe um comentário

Atenção! Os comentários do portal Estrelando são via Facebook, lembre-se que o comentário é de inteira responsabilidade do autor, comentários impróprios poderão ser denunciados pelos outros usuários, acarretando até mesmo na perda da conta no Facebook.

Enquete

Qual sequência você está mais empolgado para assistir?

Obrigado! Seu voto foi enviado.

Edson Celulari se declara para os filhos Enzo e Sophia: <i>- Eles vão crescendo e o amor só aumenta</i>

Edson Celulari se declara para os filhos Enzo e Sophia: - Eles vão crescendo e o amor só aumenta

21/Nov/

Edson Celulari enfrentou um desafio e tanto em seu mais novo trabalho no cinema. Em Teu Mundo não Cabe nos Meus Olhos o ator interpreta Vitório, um deficiente visual que vive feliz com a família no bairro do Bixiga, em São Paulo, cuidando da pizzaria que herdou de seus pais. Porém, com o incentivo e insistência da esposa, acaba fazendo uma cirurgia para recuperar a visão e, a partir daí, o longa mostra as dificuldades do personagem a se adaptar a uma nova vida.

Em entrevista exclusiva ao ESTRELANDO, Edson falou que começou a preparação para o personagem três meses antes do início das filmagens, convivendo com deficientes visuais, inclusive um deles que também era pizzaiolo, como Vitório:

- Obviamente, tive que aprender a ter destreza, em como convencer que é um cego de olhos abertos, como um cego anda. Mas, de verdade, o Vitório é único, não é um especificamente que eu copiei, é um pouco de toda a pesquisa, e foi muito gratificante conviver e aprender com eles.

Além de interpretar um cego, Celulari teve que aprender a fazer pizzas, o que gerou, segundo palavras dele, algumas farinhas e massas caindo em sua cabeça. Mas um terceiro desafio inusitado foi dado para o ator: ele, que é palmeirense, teve que dar vida a um corinthiano fanático e vestir a camisa do time paulista:

- Foi muito estranho eu me ver, ainda bem que o personagem é cego, ele não se viu com a camisa [risos]. Mas é isso, eu sou palmeirense e minha família inteira é palmeirense, foi mais um desafio para o personagem. Mas eu acho que o Vitório ser corinthiano foi uma escolha certa, porque ele se mistura com a maior torcida. É bonito de ver um cego ali na torcida, pertencendo aquilo, integrado, que completa esse quadro do cego feliz e harmonioso com a sua vida. 

Assim como Edson, o protagonista do longa também é pai de uma filha adolescente, Alicia, que orgulha Vitorio ao querer estudar nos Estados Unidos. O ator contou qual as semelhanças entre a história e sua relação com seus filhos na vida real, Enzo e Sophia:

- O Vitório tem um diálogo até mais fácil do que a própria mãe com a filha, talvez pelas circunstâncias em que ele vive, por ter enfrentado tudo que ele enfrentou, entende o que ela está passando também, o conflito dela não querer decepcionar os pais, de conquistar o mundo dela. Eu, Edson, adoro o ofício de pai. Eu acho que quando a gente tem filho no mundo é porque é resultado de uma responsabilidade nossa e eles vão crescendo e o amor e a responsabilidade só aumentam. Eles vão estar com 40, 50 anos e você vai pensar: Eles dependem de mim. E acho que vai ser sempre assim. Eu acho que o Vitório é um pai muito consciente, lúcido, e acho que esse é um paralelo possível. 

Acessibilidade

Teu Mundo Não Cabe nos Meus Olhos será um filme com a acessibilidade bastante democrática, com audiodescrição, recurso que amplia a compreensão e a participação das pessoas com deficiência visual. Porém, diferente da necessidade de sessões especiais com o recurso, o público poderá usar o próprio celular para ter acesso à audiodescrição, através de um aplicativo.

O diretor Paulo Nascimento, que já tinha experiência com o recurso nos filmes Em Seu Nome e A Oeste do Fim do Mundo, contou que o método não beneficia apenas os deficientes visuais:

- A audiodescrição favorece também os idosos. Algumas pessoas já comentaram comigo que se sentem mais à vontade assistindo ao filme com audiodescrição.

Além da interpretação de Edson, o longa chama a atenção pela ambientação da cidade de São Paulo e o bairro do Bixiga, onde vivem os personagens. Ao assistir ao filme, o público só percebe que a história se passa em 2012 por conta dos jogos do Corinthians retratados. Porém, Paulo conta que a sensação de atemporalidade do filme foi proposital, para os espectadores focarem no drama de Vitório:

- Na verdade, a ideia era tornar tudo neutro. Eu morro de medo de fazer filme de época, é muito perigoso errar. O filme tem um paleta de cores, tem isso como uma proposta. A intenção também era fugir da questão médica, o filme não é sobre isso.

Teu Mundo Não Cabe nos Meus Olhos estreia nos cinemas nesta quinta-feira, dia 3.