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Publicada em 23/03/2022 às 00:01 | Atualizada em 22/03/2022 às 18:58

Neto de Benedito Ruy Barbosa, Bruno Luperi fala sobre responsabilidade de reescrever Pantanal: Meu avô só aceitaria se eu fizesse

A novela estreia dia 28 de março nas telas da TV Globo

Gabrielle Torquato

Divulgação-TV Globo

Bruno Luperi está fazendo história ao reescrever Pantanal, a novela que foi um verdadeiro divisor de águas na carreira de seu avô - Benedito Ruy Barbosa. Em entrevista coletiva, da qual o ESTRELANDO fez parte, o autor revelou que levou um susto ao receber o convite, e que foi uma grande responsabilidade mexer em uma das obras mais emblemáticas da história da teledramaturgia brasileira. 

- Um dia me ligaram e falaram que estavam negociando o Pantanal. Na época, meu avô só aceitaria se eu fizesse, e a globo só aceitaria se eu fizesse. Por conta de uma ideia que eles tinham dessa minha capacidade de falar sobre um Brasil profundo. É uma coisa que está muito presente no meu imaginário, foram as histórias que eu ouvi crescendo, minha maior referência em dramaturgia, conta Bruno.

Assim que aceitou trabalhar na obra, Bruno passou cerca de dois anos apenas dedicado ao projeto. Por conviver com o avô, Luperi conta que sabia desde o começo a importância que o autor dava para sua obra e, principalmente, ao seu texto. 

- Ele é um autor que tem a marca de ter feito a carreira escrevendo sozinho, trabalho pra ele é uma questão muito grande, então pra mexerem no texto dele, ele tem muito cuidado, ele tem muito zelo.

Apesar da pressão, Bruno conta que teve bastante tranquilidade para trabalhar e criar novas histórias.

- Ele me deu a benção dele, um voto de confiança. É um grande desafio, porque a gente parte de um clássico, essa obra foi um divisor de águas na carreira dele, depois do pantanal ele voltou pra Globo escrevendo pro horário nobre e se consagrou. Fora o sucesso, acho que ele estava certo. Pantanal era uma novela pra acontecer na Globo. [...] Ele me deu total confiança. Mas, a gente tem uma distância regulamentar no processo, porque se não também eu não ia conseguir fazer o processo que precisa ser feito na obra. 

E continua:

- Eu estava conversando com ele sobre as filmagens e ele falou: Vai com o que Deus te deu, que vai dar certo. Acredita no seu talento, acredita no que bate no seu coração. E eu acho que deu certo. É uma responsabilidade muito grande, mas é um prazer muito maior. Eu falei brincando com ele e ele chorou: É o que o Marcos Viana falou na música. Os filhos dos filhos, dos nossos filhos verão. E hoje os bisnetos dele vão ver a novela que ele contou 30 anos atrás. Acho que fecha um ciclo muito importante da carreira dele. Uma grande homenagem.

Mudanças na trama

Com a carta branca de Benedito, Bruno não se intimidou e mudou alguns aspectos da trama - principalmente levando em consideração que se passaram 30 anos. 

Sobre esse processo, ele conta:

- O tempo é um agente fundamental para o Pantanal. Porque ele influenciou não só a questão social, a relação humana, estamos falando de vários adventos que surgiram nesses últimos 30 anos. 30 anos atrás, a grande inovação tecnológica era o rádio no Pantanal, mal tinha luz, era por gerador. Hoje é outra realidade, a internet chega, as barreiras diminuem, as fronteiras quase desaparecem, mas a gente precisa manter aquele mesmo universo. 

De forma discreta, o autor escolhe manter alguns aspectos parecidos com a versão original, com o intuito de engradecer ainda mais a história e o peso dos dramas vividos por seus personagens. 

- José Leôncio quis deixar aquela fazenda do jeito que o pai deixou, ele quis deixar a fazenda presa ao passado, ao dia que o pai dele sumiu no meio do mato. Isso era uma coisa que naquele tempo não precisava ter. Essa ferramenta. Esse barramento do tempo era uma questão quase geográfica. Hoje foi uma escolha. 

E finaliza:

- É a mesma história, mas estamos trazendo ela 30 anos para frente. O advento do tempo é bem presente. A ideia é que aquela dramaturgia proposta 30 anos atrás, pelo meu avô na versão original, aconteça hoje à luz do nosso tempo. A essência permanecerá a mesma, porque é uma obra prima. 

Pantanal chega às telas da TV Globo no dia 28 de março.

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Neto de Benedito Ruy Barbosa, Bruno Luperi fala sobre responsabilidade de reescrever <i>Pantanal: Meu avô só aceitaria se eu fizesse</i>

Neto de Benedito Ruy Barbosa, Bruno Luperi fala sobre responsabilidade de reescrever Pantanal: Meu avô só aceitaria se eu fizesse

24/Abr/

Bruno Luperi está fazendo história ao reescrever Pantanal, a novela que foi um verdadeiro divisor de águas na carreira de seu avô - Benedito Ruy Barbosa. Em entrevista coletiva, da qual o ESTRELANDO fez parte, o autor revelou que levou um susto ao receber o convite, e que foi uma grande responsabilidade mexer em uma das obras mais emblemáticas da história da teledramaturgia brasileira. 

- Um dia me ligaram e falaram que estavam negociando o Pantanal. Na época, meu avô só aceitaria se eu fizesse, e a globo só aceitaria se eu fizesse. Por conta de uma ideia que eles tinham dessa minha capacidade de falar sobre um Brasil profundo. É uma coisa que está muito presente no meu imaginário, foram as histórias que eu ouvi crescendo, minha maior referência em dramaturgia, conta Bruno.

Assim que aceitou trabalhar na obra, Bruno passou cerca de dois anos apenas dedicado ao projeto. Por conviver com o avô, Luperi conta que sabia desde o começo a importância que o autor dava para sua obra e, principalmente, ao seu texto. 

- Ele é um autor que tem a marca de ter feito a carreira escrevendo sozinho, trabalho pra ele é uma questão muito grande, então pra mexerem no texto dele, ele tem muito cuidado, ele tem muito zelo.

Apesar da pressão, Bruno conta que teve bastante tranquilidade para trabalhar e criar novas histórias.

- Ele me deu a benção dele, um voto de confiança. É um grande desafio, porque a gente parte de um clássico, essa obra foi um divisor de águas na carreira dele, depois do pantanal ele voltou pra Globo escrevendo pro horário nobre e se consagrou. Fora o sucesso, acho que ele estava certo. Pantanal era uma novela pra acontecer na Globo. [...] Ele me deu total confiança. Mas, a gente tem uma distância regulamentar no processo, porque se não também eu não ia conseguir fazer o processo que precisa ser feito na obra. 

E continua:

- Eu estava conversando com ele sobre as filmagens e ele falou: Vai com o que Deus te deu, que vai dar certo. Acredita no seu talento, acredita no que bate no seu coração. E eu acho que deu certo. É uma responsabilidade muito grande, mas é um prazer muito maior. Eu falei brincando com ele e ele chorou: É o que o Marcos Viana falou na música. Os filhos dos filhos, dos nossos filhos verão. E hoje os bisnetos dele vão ver a novela que ele contou 30 anos atrás. Acho que fecha um ciclo muito importante da carreira dele. Uma grande homenagem.

Mudanças na trama

Com a carta branca de Benedito, Bruno não se intimidou e mudou alguns aspectos da trama - principalmente levando em consideração que se passaram 30 anos. 

Sobre esse processo, ele conta:

- O tempo é um agente fundamental para o Pantanal. Porque ele influenciou não só a questão social, a relação humana, estamos falando de vários adventos que surgiram nesses últimos 30 anos. 30 anos atrás, a grande inovação tecnológica era o rádio no Pantanal, mal tinha luz, era por gerador. Hoje é outra realidade, a internet chega, as barreiras diminuem, as fronteiras quase desaparecem, mas a gente precisa manter aquele mesmo universo. 

De forma discreta, o autor escolhe manter alguns aspectos parecidos com a versão original, com o intuito de engradecer ainda mais a história e o peso dos dramas vividos por seus personagens. 

- José Leôncio quis deixar aquela fazenda do jeito que o pai deixou, ele quis deixar a fazenda presa ao passado, ao dia que o pai dele sumiu no meio do mato. Isso era uma coisa que naquele tempo não precisava ter. Essa ferramenta. Esse barramento do tempo era uma questão quase geográfica. Hoje foi uma escolha. 

E finaliza:

- É a mesma história, mas estamos trazendo ela 30 anos para frente. O advento do tempo é bem presente. A ideia é que aquela dramaturgia proposta 30 anos atrás, pelo meu avô na versão original, aconteça hoje à luz do nosso tempo. A essência permanecerá a mesma, porque é uma obra prima. 

Pantanal chega às telas da TV Globo no dia 28 de março.