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Publicada em 14/07/2022 às 16:35 | Atualizada em 14/07/2022 às 16:36

Antonia Morais homenageia o pai em Ímpar 60 e relembra período difícil: - No meio do processo ele correndo risco de vida

A cantora lançou o álbum no último dia 8 de julho para homenagear mais um ano de vida do pai, Orlando Morais

Tabatha Maia

Divulgação

Sabia que iria acontecer na hora certa, afirma Antonia Morais sobre o seu novo álbum Ímpar 60. Foi um ano de trabalho duro, corrido, exaustivo, que gerou muitos questionamentos, mas depois de finalizado só trouxe orgulho à artista e para o homenageado, Orlando Morais. 

Ímpar 60 é um projeto muito especial e cheio de sentimentos que celebra os 60 anos de idade do pai de Antonia. Segundo ela, que bateu um papo exclusivo com o ESTRELANDO, era algo que ele pedia muito e foi conversado entre eles a vida inteira:

- Já era uma vontade minha, muita antiga, mas eu não me sentia pronta, preparada. Eu achava que eu tinha que fazer meus álbuns primeiro para as pessoas entenderem quem era eu na música, antes de homenagear o meu pai, e eu fiz isso

Antonia lançou um álbum em 2015 e outro em 2020, e só depois se sentiu preparada para realizar a obra do seu pai:

- Aí eu me senti pronta para encarar esse desafio. Eu ficava pensando que ele ficaria muito feliz se isso acontecesse porque era algo que a gente sempre falou. Ele sempre me disse: Seria tão f**a se você pegasse minhas músicas e fizesse regravações assim, do seu jeito, da sua forma, relembrou. 

- Ele sempre admirou muito a minha forma de produzir, de ser diretora criativa dos meus próprios álbuns, ele sempre gostou muito da minha visão musical, sempre admirou muito isso. Então ele falava que seria muito f**a se eu pegasse as músicas dele e fizesse um álbum na minha roupagem, na minha visão.

Ela contou que se sentiu pronta do nada, que a sensação ocorreu no aniversário do pai de 59 anos de idade:

- Eu sabia que isso iria acontecer na hora certa, sabe? Porque tem uma hora certa para essas coisas acontecerem, não sou muito pautada pelo meu racional, as minhas coisas acontecem muito instintivamente, então eu deixei que acontecesse dessa forma, sem muito [...] muito espontâneo, do nada, foi muito súbito para mim também. Eu pensei que eu daria de presente para o meu pai nos 60 anos de idade dele, ele tinha acabado de fazer 59 anos. Eu tinha um ano para fazer o álbum e aí foi isso que aconteceu.

No mês de março de 2021, Orlando Morais contraiu Covid-19 e passou dias internado. Segundo Antonia, o período foi muito punk e despertou diversos questionamentos, já que foi o momento em que ela finalmente se sentia pronta para celebrar a vida do pai com a sua obra:

- Era para eu ter lançado no dia do aniversário do meu pai. Na verdade era para ser uma surpresa, a ideia era essa, mas ele foi internado com Covid e a gente quase perdeu ele. As pessoas não sabem dos detalhes que aconteceram, mas eu e nossa família sabemos. Foi muito punk. E ali eu vi [...] achei tudo muito simbólico, sabe? Uma coisa louca, eu finalmente me sinto pronta para fazer um álbum que é tão simbólico, tanto para mim como para o meu pai, e no meio do processo que é para ser uma comemoração por mais um ano de vida dele, ele está internado correndo risco de vida. 

Mesmo passando por essa fase tão difícil e com medo, Antonia entendeu que Ímpar 60 era uma missão de vida:

- Nesse momento eu entendi que o álbum era uma missão, ele não era só um álbum, era realmente uma missão de vida que eu tinha nessa existência. Uma coisa que representasse muito eu e o meu pai porque a gente tem uma conexão muito forte. Eu falei: Eu vou mostrar para ele porque friamente pensando se ele morrer e ele não souber que finalmente estou fazendo esse álbum, eu vou ficar muito frustrada para o resto da vida. E eu não sei se vou conseguir superar essa frustração. 

Ela então começou a mandar músicas para Orlando enquanto ele estava no hospital:

- Ele não tinha acesso ao celular, ele estava completamente [...] a gente não tinha contato com ele, não tinha como falar com ele, a gente só via pelas imagens que a minha mãe ligava por vídeo e filmava. Eu via meu pai em situações que eu nunca imaginei ver na minha vida, foi muito desesperador. Eu pensei: Cara, eu preciso que ele saiba que estou fazendo esse álbum para ele, eu não quero correr o risco dele morrer sem saber que eu estou fazendo isso, porque falamos a vida inteira sobre. 

Segundo a cantora, todo esse processo e o mix de sentimentos foi muito necessário:

- Eu acho de verdade que isso foi muito necessário. Esse desespero, esse medo de perdê-lo e também a alegria de quando ele voltou, que estava tudo bem. Quando ele saiu da UTI foi um alivio tão gigante [...] todos esses sentimentos estão no álbum. Esse trabalho além de uma homenagem, um presente, ele é documental. É muito autentico os sentimentos que foram presenciados enquanto estávamos fazendo esse álbum, todos os sentimentos estão ali.

REPERTÓRIO

Com 11 regravações, Antonia adiantou que o repertório foi escolhido através do seu coração:

- Eu não crio a partir da minha razão, da minha lógica, eu crio a partir do meu coração, eu faço o que meu coração me pede, o que meu coração manda, eu sou uma funcionária dele, ele manda e eu obedeço, até demais, brincou ela.

E, continuou:

- As escolhas foram feitas dessa forma, meu coração ia dizendo eu amo essa música, não, essa musica tem que ter. Eu tentei dar uma equilibrada do tipo: quero que tenham músicas que foram importantes na carreira dele. Não é um álbum de carreira, não é um álbum em homenagem a carreira dele, é um álbum em homenagem a ele como ser humano. Eu acho que não podia nessa hora usar a razão, eu não podia fazer um álbum com os maiores sucessos do meu pai, eu queria fazer um álbum com as letras onde eu enxergava mais ele, na intimidade.

A artista também aproveitou para elogiar as letras do seu pai:

- Ele tem um tipo de narrativa de uma pessoa inconformada com o mundo, com o sistema, com a sociedade e essas letras me fascinam muito. Eu acabei indo muito para esse lado, da poesia, do lado inconformado, de protesto. Esse lado meio maldito, meio poema maldito que eu quis pegar do meu pai, mas não foram escolhas racionais. E o álbum chega uma hora que ele faz a sua própria escolha, ele ganha vida e começa a escolher as coisas, e é muito magico quando isso acontece, não pode se meter muito. 

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Antonia Morais homenageia o pai em <i>Ímpar 60</i> e relembra período difícil: - <i>No meio do processo ele correndo risco de vida</i>

Antonia Morais homenageia o pai em Ímpar 60 e relembra período difícil: - No meio do processo ele correndo risco de vida

26/Abr/

Sabia que iria acontecer na hora certa, afirma Antonia Morais sobre o seu novo álbum Ímpar 60. Foi um ano de trabalho duro, corrido, exaustivo, que gerou muitos questionamentos, mas depois de finalizado só trouxe orgulho à artista e para o homenageado, Orlando Morais. 

Ímpar 60 é um projeto muito especial e cheio de sentimentos que celebra os 60 anos de idade do pai de Antonia. Segundo ela, que bateu um papo exclusivo com o ESTRELANDO, era algo que ele pedia muito e foi conversado entre eles a vida inteira:

- Já era uma vontade minha, muita antiga, mas eu não me sentia pronta, preparada. Eu achava que eu tinha que fazer meus álbuns primeiro para as pessoas entenderem quem era eu na música, antes de homenagear o meu pai, e eu fiz isso

Antonia lançou um álbum em 2015 e outro em 2020, e só depois se sentiu preparada para realizar a obra do seu pai:

- Aí eu me senti pronta para encarar esse desafio. Eu ficava pensando que ele ficaria muito feliz se isso acontecesse porque era algo que a gente sempre falou. Ele sempre me disse: Seria tão f**a se você pegasse minhas músicas e fizesse regravações assim, do seu jeito, da sua forma, relembrou. 

- Ele sempre admirou muito a minha forma de produzir, de ser diretora criativa dos meus próprios álbuns, ele sempre gostou muito da minha visão musical, sempre admirou muito isso. Então ele falava que seria muito f**a se eu pegasse as músicas dele e fizesse um álbum na minha roupagem, na minha visão.

Ela contou que se sentiu pronta do nada, que a sensação ocorreu no aniversário do pai de 59 anos de idade:

- Eu sabia que isso iria acontecer na hora certa, sabe? Porque tem uma hora certa para essas coisas acontecerem, não sou muito pautada pelo meu racional, as minhas coisas acontecem muito instintivamente, então eu deixei que acontecesse dessa forma, sem muito [...] muito espontâneo, do nada, foi muito súbito para mim também. Eu pensei que eu daria de presente para o meu pai nos 60 anos de idade dele, ele tinha acabado de fazer 59 anos. Eu tinha um ano para fazer o álbum e aí foi isso que aconteceu.

No mês de março de 2021, Orlando Morais contraiu Covid-19 e passou dias internado. Segundo Antonia, o período foi muito punk e despertou diversos questionamentos, já que foi o momento em que ela finalmente se sentia pronta para celebrar a vida do pai com a sua obra:

- Era para eu ter lançado no dia do aniversário do meu pai. Na verdade era para ser uma surpresa, a ideia era essa, mas ele foi internado com Covid e a gente quase perdeu ele. As pessoas não sabem dos detalhes que aconteceram, mas eu e nossa família sabemos. Foi muito punk. E ali eu vi [...] achei tudo muito simbólico, sabe? Uma coisa louca, eu finalmente me sinto pronta para fazer um álbum que é tão simbólico, tanto para mim como para o meu pai, e no meio do processo que é para ser uma comemoração por mais um ano de vida dele, ele está internado correndo risco de vida. 

Mesmo passando por essa fase tão difícil e com medo, Antonia entendeu que Ímpar 60 era uma missão de vida:

- Nesse momento eu entendi que o álbum era uma missão, ele não era só um álbum, era realmente uma missão de vida que eu tinha nessa existência. Uma coisa que representasse muito eu e o meu pai porque a gente tem uma conexão muito forte. Eu falei: Eu vou mostrar para ele porque friamente pensando se ele morrer e ele não souber que finalmente estou fazendo esse álbum, eu vou ficar muito frustrada para o resto da vida. E eu não sei se vou conseguir superar essa frustração. 

Ela então começou a mandar músicas para Orlando enquanto ele estava no hospital:

- Ele não tinha acesso ao celular, ele estava completamente [...] a gente não tinha contato com ele, não tinha como falar com ele, a gente só via pelas imagens que a minha mãe ligava por vídeo e filmava. Eu via meu pai em situações que eu nunca imaginei ver na minha vida, foi muito desesperador. Eu pensei: Cara, eu preciso que ele saiba que estou fazendo esse álbum para ele, eu não quero correr o risco dele morrer sem saber que eu estou fazendo isso, porque falamos a vida inteira sobre. 

Segundo a cantora, todo esse processo e o mix de sentimentos foi muito necessário:

- Eu acho de verdade que isso foi muito necessário. Esse desespero, esse medo de perdê-lo e também a alegria de quando ele voltou, que estava tudo bem. Quando ele saiu da UTI foi um alivio tão gigante [...] todos esses sentimentos estão no álbum. Esse trabalho além de uma homenagem, um presente, ele é documental. É muito autentico os sentimentos que foram presenciados enquanto estávamos fazendo esse álbum, todos os sentimentos estão ali.

REPERTÓRIO

Com 11 regravações, Antonia adiantou que o repertório foi escolhido através do seu coração:

- Eu não crio a partir da minha razão, da minha lógica, eu crio a partir do meu coração, eu faço o que meu coração me pede, o que meu coração manda, eu sou uma funcionária dele, ele manda e eu obedeço, até demais, brincou ela.

E, continuou:

- As escolhas foram feitas dessa forma, meu coração ia dizendo eu amo essa música, não, essa musica tem que ter. Eu tentei dar uma equilibrada do tipo: quero que tenham músicas que foram importantes na carreira dele. Não é um álbum de carreira, não é um álbum em homenagem a carreira dele, é um álbum em homenagem a ele como ser humano. Eu acho que não podia nessa hora usar a razão, eu não podia fazer um álbum com os maiores sucessos do meu pai, eu queria fazer um álbum com as letras onde eu enxergava mais ele, na intimidade.

A artista também aproveitou para elogiar as letras do seu pai:

- Ele tem um tipo de narrativa de uma pessoa inconformada com o mundo, com o sistema, com a sociedade e essas letras me fascinam muito. Eu acabei indo muito para esse lado, da poesia, do lado inconformado, de protesto. Esse lado meio maldito, meio poema maldito que eu quis pegar do meu pai, mas não foram escolhas racionais. E o álbum chega uma hora que ele faz a sua própria escolha, ele ganha vida e começa a escolher as coisas, e é muito magico quando isso acontece, não pode se meter muito.