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Publicada em 30/08/2022 às 11:50 | Atualizada em 05/09/2022 às 11:18

Filme produzido por Cauã Reymond teve gravações em alto mar: -Eu tive sorte de não enjoar

A produção Viagem de Pedro estreia dia 1º de setembro nos cinemas

Da Redação

Divulgação

Nesta terça-feira, dia 31, Cauã Reymond tomou café da manhã com a Ana Maria Braga no Mais Você para falar sobre o filme A Viagem de Pedro, que estreia dia 1º de setembro nos cinemas. Apesar do processo de idealização ter começado nove anos atrás, o longa-metragem que retrata a vida de Dom Pedro I não poderia estrear em uma época melhor, pois este ano o Brasil celebra 200 anos de independência de Portugal. 

- Eu já tinha trabalhado como coprodutor e produtor associado em outros filmes, mas esse é um filme que nasceu de uma ideia minha e de Mario Canivela. Há nove anos, a gente queria um olhar feminino para desconstruir Dom Pedro, ele não é necessariamente um herói. A gente convidou para ser a nossa roteirista a Aline Bodanzky. A gente pensou que o nosso filme ia chegar nesse momento? Não. É uma sorte, porque a gente está na véspera da eleição, na véspera do bicentenário e eu acho que o nosso filme traz vários outros assuntos delicados, como masculinidade tóxica, racismo estrutural e um personagem contraditório. A gente convida os espectadores para assistir a um filme que é mais humano, fala das fragilidades dele, traz características que a gente não sabia, um dom Pedro desconstruído e fala muito da história do Brasil. 

O ator revelou que para retratar o momento em que o personagem retorna para o país europeu eles chegaram a embarcar no famoso veleiro Cisne Branco.

- Nós filmamos por umas dez semanas, é muito interessante porque a gente filmou em uma fragata brasileira, o Cisne Branco. No começo das gravações, a gente saiu de Salvador e foi até Niterói sem chegar em terra firme, os marinheiros eram os nossos figurantes. Eu tive sorte de não enjoar e um assistente de direção também não, o resto todo mundo enjoou. Foi difícil, eu fiquei orgulhoso. Acho que por ser surfista eu não enjoei. Filmamos dez dias, depois a gente filmou na casa do Marquês de Santos no Rio de Janeiro, depois filmamos em uma fazenda na divisa do Rio com Minas Gerais. Filmamos as cenas no interior do navio com uma grande traquitana que imitava esse movimento do mar em São Paulo durante três a quatro semanas. 

E divertiu ao revelar que continuava a fazer o movimento inconscientemente mesmo após sair das gravações. 

- Quando eu chegava no hotel, continuava balançando. Filmamos em Portugal no Palácio da Ajuda, no Palácio de Queluz e filmamos nos Açores. A trajetória completa dele nesse momento que ele é expulso do Brasil, que o povo está com muita raiva dele e a chegada quando ele reconquista Portugal. Dom Miguel usurpou o trono dele e ele se mostra um grande estrategista militar, consegue vencer essa batalha. Ele tinha sete mil soldados mercenários contra 80 mil do irmão.

Reymond buscou incorporar elementos poucos conhecidos da vida de Dom Pedro I, como o fato dele ser epiléptico. Serão retratados no filme alguns momentos de epilepsia, além de mostrar a força de Maria Leopoldina e os hábitos de seu marido. Segundo o ator, o governante não gostava de formalidades e nem protocolos, por vezes atendia a porta de sua residência vestindo pijama e era um homem muito galanteador. Inclusive, a produção falará do momento em que ele está muito frágil e provavelmente com alguma doença venérea, por isso sofre com muitas alucinações. 

- Descobri fazendo o filme que ele era fã de Napoleão. Eu acho que muito desse lugar de gostar de ser tao mulherengo é que ele tinha uma relação muito ruim com a mãe, então ele buscava em outras mulheres esse carinho. Estou trazendo um pouco de psicanálise para Dom Pedro. Eu acho que ser fã de Napoleão é porque ele queria ter um pai forte e Dom João VI não era isso. 

Como produtor, Cauã fica ansioso com a estreia e recepção do longa-metragem nos cinemas. 

- A gente fica sensível, sabe que o momento do cinema brasileiro é muito delicado. Eu não tenho nada contra esses grandes filmes da Marvel, que são um ótimo entretenimento e de vez em quando até passam mensagens interessantes, mas eles tomam as nossas salas de cinema a ponto dos nossos filmes saírem se não performam bem e darem lugar a outro filme. Às vezes a gente fica uma ou duas semanas por um trabalho de nove anos, então a gente fica um pouco ansioso e ao mesmo tempo com pé no chão. A gente tem um trabalho de qualidade, e quando você tem uma coisa boa nas mãos, a gente sabe que essa obra, por ser cinema, vai ser revisitada. O filme fica para sempre.

O artista ainda revelou que convidou professores para assistir à pré-estreia e eles falaram que foi um filme necessário para a sala de aula, desconstruindo mitos e valorizando figuras que não eram valorizadas.

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Filme produzido por Cauã Reymond teve gravações em alto mar: -<i>Eu tive sorte de não enjoar </i>

Filme produzido por Cauã Reymond teve gravações em alto mar: -Eu tive sorte de não enjoar

29/Abr/

Nesta terça-feira, dia 31, Cauã Reymond tomou café da manhã com a Ana Maria Braga no Mais Você para falar sobre o filme A Viagem de Pedro, que estreia dia 1º de setembro nos cinemas. Apesar do processo de idealização ter começado nove anos atrás, o longa-metragem que retrata a vida de Dom Pedro I não poderia estrear em uma época melhor, pois este ano o Brasil celebra 200 anos de independência de Portugal. 

- Eu já tinha trabalhado como coprodutor e produtor associado em outros filmes, mas esse é um filme que nasceu de uma ideia minha e de Mario Canivela. Há nove anos, a gente queria um olhar feminino para desconstruir Dom Pedro, ele não é necessariamente um herói. A gente convidou para ser a nossa roteirista a Aline Bodanzky. A gente pensou que o nosso filme ia chegar nesse momento? Não. É uma sorte, porque a gente está na véspera da eleição, na véspera do bicentenário e eu acho que o nosso filme traz vários outros assuntos delicados, como masculinidade tóxica, racismo estrutural e um personagem contraditório. A gente convida os espectadores para assistir a um filme que é mais humano, fala das fragilidades dele, traz características que a gente não sabia, um dom Pedro desconstruído e fala muito da história do Brasil. 

O ator revelou que para retratar o momento em que o personagem retorna para o país europeu eles chegaram a embarcar no famoso veleiro Cisne Branco.

- Nós filmamos por umas dez semanas, é muito interessante porque a gente filmou em uma fragata brasileira, o Cisne Branco. No começo das gravações, a gente saiu de Salvador e foi até Niterói sem chegar em terra firme, os marinheiros eram os nossos figurantes. Eu tive sorte de não enjoar e um assistente de direção também não, o resto todo mundo enjoou. Foi difícil, eu fiquei orgulhoso. Acho que por ser surfista eu não enjoei. Filmamos dez dias, depois a gente filmou na casa do Marquês de Santos no Rio de Janeiro, depois filmamos em uma fazenda na divisa do Rio com Minas Gerais. Filmamos as cenas no interior do navio com uma grande traquitana que imitava esse movimento do mar em São Paulo durante três a quatro semanas. 

E divertiu ao revelar que continuava a fazer o movimento inconscientemente mesmo após sair das gravações. 

- Quando eu chegava no hotel, continuava balançando. Filmamos em Portugal no Palácio da Ajuda, no Palácio de Queluz e filmamos nos Açores. A trajetória completa dele nesse momento que ele é expulso do Brasil, que o povo está com muita raiva dele e a chegada quando ele reconquista Portugal. Dom Miguel usurpou o trono dele e ele se mostra um grande estrategista militar, consegue vencer essa batalha. Ele tinha sete mil soldados mercenários contra 80 mil do irmão.

Reymond buscou incorporar elementos poucos conhecidos da vida de Dom Pedro I, como o fato dele ser epiléptico. Serão retratados no filme alguns momentos de epilepsia, além de mostrar a força de Maria Leopoldina e os hábitos de seu marido. Segundo o ator, o governante não gostava de formalidades e nem protocolos, por vezes atendia a porta de sua residência vestindo pijama e era um homem muito galanteador. Inclusive, a produção falará do momento em que ele está muito frágil e provavelmente com alguma doença venérea, por isso sofre com muitas alucinações. 

- Descobri fazendo o filme que ele era fã de Napoleão. Eu acho que muito desse lugar de gostar de ser tao mulherengo é que ele tinha uma relação muito ruim com a mãe, então ele buscava em outras mulheres esse carinho. Estou trazendo um pouco de psicanálise para Dom Pedro. Eu acho que ser fã de Napoleão é porque ele queria ter um pai forte e Dom João VI não era isso. 

Como produtor, Cauã fica ansioso com a estreia e recepção do longa-metragem nos cinemas. 

- A gente fica sensível, sabe que o momento do cinema brasileiro é muito delicado. Eu não tenho nada contra esses grandes filmes da Marvel, que são um ótimo entretenimento e de vez em quando até passam mensagens interessantes, mas eles tomam as nossas salas de cinema a ponto dos nossos filmes saírem se não performam bem e darem lugar a outro filme. Às vezes a gente fica uma ou duas semanas por um trabalho de nove anos, então a gente fica um pouco ansioso e ao mesmo tempo com pé no chão. A gente tem um trabalho de qualidade, e quando você tem uma coisa boa nas mãos, a gente sabe que essa obra, por ser cinema, vai ser revisitada. O filme fica para sempre.

O artista ainda revelou que convidou professores para assistir à pré-estreia e eles falaram que foi um filme necessário para a sala de aula, desconstruindo mitos e valorizando figuras que não eram valorizadas.