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Publicada em 07/08/2023 às 13:19 | Atualizada em 07/08/2023 às 13:19

Elliot Page revela que não conseguia assistir seus trabalhos antes da transição: - Canalizei o meu desconforto nos personagens

O ator concedeu uma entrevista ao Fantástico

Da Redação

Divulgação

Após lançar a autobiografia Pageboy, Elliot Page concedeu uma entrevista ao Fantástico para falar sobre a sua trajetória e as dificuldades que enfrentou durante o processo de transição. O ator começou contando que sempre sentiu que não se identificava com o próprio corpo.

- Desde que eu era criança eu me sentia diferente. Minhas primeiras memórias são sobre essa confusão estranha entre como eu me percebia e como as pessoas me viam. Escrever essa biografia deixou tudo isso mais claro.

Ao explicar melhor, ele citou o filme E.T. O Extraterrestre. 

- Eu me identificava com o Elliott do filme, adorava o coração e a sensibilidade dele, porque eu me sentia muito sozinho. O filme do ET também fala sobre essa bela amizade que surge entre um pequeno humano e um alienígena. Essa cumplicidade deles me tocou, porque era de uma colhimento desses que eu precisava. 

Desde criança, o artista já pedia para cortar o cabelo bem curto, mas chegou a sofrer bullying na escola e até ouviu produtoras de filmes pedir que deixasse os fios crescerem para interpretar papéis. Elliot revela que não conseguia nem assistir suas personagens, como a arquiteta de sonhos em A Origem, chegando a acordar com ataques de pânico e depressão.

- Eu de alguma forma sempre canalizei o meu desconforto nos personagens.

Em um trecho do livro, ele escreveu: 

Precisava evitar meu reflexo, não conseguia olhar fotos, porque o que eu via nunca era eu de verdade. Aquilo estava me adoecendo. [...] A partir do momento em que tomei a decisão, as dúvidas findaram. Não havia nenhuma vozinha em minha mente me dizendo para dar meia-volta. 

Em dezembro de 2020, o artista anunciou que é um homem trans. Apesar de ter recebido muitas mensagens de carinho e apoio, também foi vítima de preconceito. 

- O ódio não me deixou chocado, só que houve momentos mais desconfortáveis. Eu ficava pensando se as pessoas acolhedoras, por exemplo, em festa, realmente me aceitavam dentro das cabeças delas. Porque não estou afim de ser alguém que é tolerado, eu espero que as pessoas se importem com a gente, com a nossa vida, com os nosso direitos. Eu quero poder viver sem medo, usar um banheiro em paz.

Os melhores amigos apoiaram a transição, algo que também aconteceu na série The Umbrella Academy, que Elliot gravou durante o processo. Elliot se diz compreensivo com gafes acha que o cancelamento afasta o outro. 

- Acho que eu sou relativamente paciente, sei lá. Dá para perceber quando a pessoa está se importando contigo ou tentando aprender mais sobre o assunto. Todo mundo precisa de tempo. Eu mesmo demorei para me acostumar com os termos certos quando amigos meus fizeram a transição.

Por fim, o ator declarou: 

- Mostrar ou falar do meu corpo é uma forma de celebração. Celebrar onde consegui chegar, o grau de conforto que sinto comigo agora. Não é isso que todo mundo faz nas redes sociais? A gente compartilha uma foto quando se acha bonito. Eu amo ser trans, o meu corpo. Tomara que no futuro a foto de um corpo trans seja só amis um de muitos corpos possíveis nas redes sociais. 

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Elliot Page revela que não conseguia assistir seus trabalhos antes da transição: <i>- Canalizei o meu desconforto nos personagens</i>

Elliot Page revela que não conseguia assistir seus trabalhos antes da transição: - Canalizei o meu desconforto nos personagens

27/Abr/

Após lançar a autobiografia Pageboy, Elliot Page concedeu uma entrevista ao Fantástico para falar sobre a sua trajetória e as dificuldades que enfrentou durante o processo de transição. O ator começou contando que sempre sentiu que não se identificava com o próprio corpo.

- Desde que eu era criança eu me sentia diferente. Minhas primeiras memórias são sobre essa confusão estranha entre como eu me percebia e como as pessoas me viam. Escrever essa biografia deixou tudo isso mais claro.

Ao explicar melhor, ele citou o filme E.T. O Extraterrestre. 

- Eu me identificava com o Elliott do filme, adorava o coração e a sensibilidade dele, porque eu me sentia muito sozinho. O filme do ET também fala sobre essa bela amizade que surge entre um pequeno humano e um alienígena. Essa cumplicidade deles me tocou, porque era de uma colhimento desses que eu precisava. 

Desde criança, o artista já pedia para cortar o cabelo bem curto, mas chegou a sofrer bullying na escola e até ouviu produtoras de filmes pedir que deixasse os fios crescerem para interpretar papéis. Elliot revela que não conseguia nem assistir suas personagens, como a arquiteta de sonhos em A Origem, chegando a acordar com ataques de pânico e depressão.

- Eu de alguma forma sempre canalizei o meu desconforto nos personagens.

Em um trecho do livro, ele escreveu: 

Precisava evitar meu reflexo, não conseguia olhar fotos, porque o que eu via nunca era eu de verdade. Aquilo estava me adoecendo. [...] A partir do momento em que tomei a decisão, as dúvidas findaram. Não havia nenhuma vozinha em minha mente me dizendo para dar meia-volta. 

Em dezembro de 2020, o artista anunciou que é um homem trans. Apesar de ter recebido muitas mensagens de carinho e apoio, também foi vítima de preconceito. 

- O ódio não me deixou chocado, só que houve momentos mais desconfortáveis. Eu ficava pensando se as pessoas acolhedoras, por exemplo, em festa, realmente me aceitavam dentro das cabeças delas. Porque não estou afim de ser alguém que é tolerado, eu espero que as pessoas se importem com a gente, com a nossa vida, com os nosso direitos. Eu quero poder viver sem medo, usar um banheiro em paz.

Os melhores amigos apoiaram a transição, algo que também aconteceu na série The Umbrella Academy, que Elliot gravou durante o processo. Elliot se diz compreensivo com gafes acha que o cancelamento afasta o outro. 

- Acho que eu sou relativamente paciente, sei lá. Dá para perceber quando a pessoa está se importando contigo ou tentando aprender mais sobre o assunto. Todo mundo precisa de tempo. Eu mesmo demorei para me acostumar com os termos certos quando amigos meus fizeram a transição.

Por fim, o ator declarou: 

- Mostrar ou falar do meu corpo é uma forma de celebração. Celebrar onde consegui chegar, o grau de conforto que sinto comigo agora. Não é isso que todo mundo faz nas redes sociais? A gente compartilha uma foto quando se acha bonito. Eu amo ser trans, o meu corpo. Tomara que no futuro a foto de um corpo trans seja só amis um de muitos corpos possíveis nas redes sociais.