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Publicada em 20/03/2024 às 00:00 | Atualizada em 20/03/2024 às 09:18

Condenado por estupro na Itália, veja tudo que sabemos sobre o caso de Robinho

O caso será julgado pelo Supremo Tribunal de Justiça nesta quarta-feira, dia 20

Da Redação

Divulgação

AVISO - Conteúdo sensível contendo descrição de abuso sexual e estupro. Não recomendado para menores de 18 anos. 

Robson de Souza, mais conhecido como Robinho, de 40 anos de idade, viveu uma longa carreira no futebol, mas viu sua vida como atleta chegar ao fim em 2017, quando foi condenado por estupro, na Itália, por um caso que aconteceu em 2013, em uma boate em Milão, enquanto ele jogava pelo Milan. 

Apesar de o caso ter acontecido há mais de dez anos, a resolução final ainda não foi definida, porque, apesar de ter sido condenado no país europeu, o ex-jogador está atualmente no Brasil. Por regra, o país não extradita seus cidadães, por isso, nesta quarta-feira, dia 20, o caso será julgado pelo Supremo Tribunal de Justiça, que irá definir se ele cumprirá a pena pelo crime no país. 

Como essa história é cheia de versões e fatos, o ESTRELANDO separou aqui tudo que já sabemos sobre a acusação e a defesa de Robinho. No entanto, vale ressaltar que o tribunal brasileiro não irá decidir se o jogador é culpado ou inocente, e sim se o caso é compatível com as leis brasileiras, portanto, considerando se será justo ou não que ele cumpra a pena por aqui. 

Acusação

Geralmente, casos de estupro são difíceis de investigar - principalmente quando se passam dias depois do ocorrido. No caso da vítima que acusou Robinho e seus amigos de estupro coletivo, não foi diferente. Considerando que no local do crime não havia câmeras de segurança, a polícia italiana usou outro artifício para chegar à verdade - grampos. 

O celular e o carro de Robinho foram monitorados por semanas e, por fim, as autoridades conseguiram provas o suficiente para condená-lo por estupro. No tribunal, a Justiça italiana compreendeu que o jogador e outros cinco amigos dele praticaram estupro coletivo contra a vítima, uma mulher albanesa. No entanto, como apenas Robinho e outro amigo, Ricardo Falco, residiam no país naquele momento, apenas os dois foram julgados e condenados pelo caso. Os nomes dos outros suspeitos do caso são Rudney Gomes, Clayton Santos, Alexsandro da Silva e Fabio Galan. 

Em 2023, o podcast Os Grampos de Robinho divulgou pela primeira vez os áudios que condenaram o jogador. Até então, a imprensa brasileira só tinha tido contado com a transcrição do que havia sido usado pela promotoria no caso. Inclusive, esse era um argumento usado pelo jogador na defesa, de que com a tradução do português para o italiano e então do italiano para o português novamente, coisas teriam sido tiradas de contexto. 

Naquela noite, 22 de janeiro de 2013, Robinho estava em uma balada chamada Sio Café para comemorar o aniversário de um dos amigos, Rudney Gomes da Silva. A festa foi longe, e a esposa do jogador, Vivian Guglielmetti, acabou voltando para casa um pouco antes e deixando o marido com os amigos brasileiros. 

Em um trecho das conversas grampeadas pela polícia, Robinho fala sobre o estado da vítima durante o caso e, logo depois, confirma ter visto os amigos a estuprando:

- Por isso que eu estou rindo, eu não estou nem aí. A mina, a mina estava extremamente embriagada, não sabe nem quem que eu sou.

- Eu vi o Rudney rangando ela, e os outros caras rangando ela. Então os caras que rangaram ela vão se f***r.

Em outro momento da conversa, com um amigo chamado Jairo, Robinho admite ter praticado sexo oral com a vítima:

- Tu comeu a nega também, eu te tirei, diz Jairo. 

- Eu não, pô, eu tentei, eu tentei. Eu só fiz a tentativa. Eu só tentei, diz Robinho.

Mas espera aí, eu vi que você pôs o pau na boca dela, rebate Jairo. 

- Isso aí não é transar, isso aí não é transar, responde Robinho. 

As conversas seguem por horas, mas esses trechos acabam resumindo um pouco do que levou a polícia italiana a condenar o jogador. Robinho foi condenado por todas as instâncias na Itália a nove anos de prisão e seu caso não cabe mais recurso desde 2022. 

Defesa 

Ao longo do tempo, a defesa de Robinho mudou algumas vezes, por isso, vamos focar na defesa que ele irá apresentar no Supremo Tribunal de Justiça nesta quarta-feira, dia 20. Em entrevista ao Domingo Espetacular, ele falou um pouco sobre seus argumentos para se considerar inocente no caso:

- Tivemos uma relação superficial e rápida. A gente trocou beijos, fora isso, fui embora para casa. Em nenhum momento ela empurrou, pediu para parar. Tinha outras pessoas no local. Quando vi que ela queria continuar com outros rapazes, eu fui embora para casa. Eu nunca neguei. Foi consensual. Nunca neguei. Poderia ter negado, porque não tem meu DNA lá. Mas não sou mentiroso. 

Sobre os áudios divulgados pelo podcast, Robinho diz:

- Os áudios foram um ano depois do ocorrido. Naquele contexto dos áudios, eu estava conversando com pessoas que não são confiáveis. Muita gente sempre se aproxima de jogador de futebol para arrancar dinheiro. Começaram com história de gravidez. Minha risada foi de indignação, de que não ia deixar me extorquir. Sei que não cometi crime. Não foi de deboche da vítima. O que é verdade foi o que relatei no processo. Áudios foram fora de contexto, com pessoas que estavam me perseguindo. Eu falo muitas coisas controversas, mas o contexto do áudio é exatamente isso.

O jogador também afirma ter provas que foram ignoradas pela polícia italiana e afirma ter sido vítima de racismo:

- Com certeza, se o meu julgamento fosse para um italiano branco, seria diferente. Sem dúvidas. Com a quantidade provas que eu tenho, não seria condenado.

E continua:

- Espero que aqui no Brasil, eu possa ter voz que não tive lá fora. Você quer mostrar suas provas, e não entendi o porquê, provas tão relevantes para qualquer pessoa, para eles não foram. Todos aqueles que julgam, possam ver minhas provas. Eu não sou esse monstro. Não fui uma pessoa durante 10 anos e me tornei outro.

Em suas redes sociais, Robinho também apresentou mais detalhes de sua defesa:

Abro meu coração em desabafo e apresento as provas da minha inocência. A justiça italiana cometeu erros gritantes e gravíssimos durante todo o meu julgamento. Estou comprometido em provar minha inocência e lutar pela justiça verdadeira. O que eu vou apresentar: Imagens que mostram a interação daquela noite; exames que evidenciam a consciência e a capacidade de comunicação da acusadora; inconsistências nos relatos da acusação; mensagens de texto que revelam a intenção de encontrar comigo; comunicações imediatas por mensagens de texto, pós-evento, que contradizem a alegação de inconsciência; resultados de DNA que não me ligam ao caso de violência; o verdadeiro contexto dos áudios que circularam na mídia.


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Condenado por estupro na Itália, veja tudo que sabemos sobre o caso de Robinho

Condenado por estupro na Itália, veja tudo que sabemos sobre o caso de Robinho

28/Abr/

AVISO - Conteúdo sensível contendo descrição de abuso sexual e estupro. Não recomendado para menores de 18 anos. 

Robson de Souza, mais conhecido como Robinho, de 40 anos de idade, viveu uma longa carreira no futebol, mas viu sua vida como atleta chegar ao fim em 2017, quando foi condenado por estupro, na Itália, por um caso que aconteceu em 2013, em uma boate em Milão, enquanto ele jogava pelo Milan. 

Apesar de o caso ter acontecido há mais de dez anos, a resolução final ainda não foi definida, porque, apesar de ter sido condenado no país europeu, o ex-jogador está atualmente no Brasil. Por regra, o país não extradita seus cidadães, por isso, nesta quarta-feira, dia 20, o caso será julgado pelo Supremo Tribunal de Justiça, que irá definir se ele cumprirá a pena pelo crime no país. 

Como essa história é cheia de versões e fatos, o ESTRELANDO separou aqui tudo que já sabemos sobre a acusação e a defesa de Robinho. No entanto, vale ressaltar que o tribunal brasileiro não irá decidir se o jogador é culpado ou inocente, e sim se o caso é compatível com as leis brasileiras, portanto, considerando se será justo ou não que ele cumpra a pena por aqui. 

Acusação

Geralmente, casos de estupro são difíceis de investigar - principalmente quando se passam dias depois do ocorrido. No caso da vítima que acusou Robinho e seus amigos de estupro coletivo, não foi diferente. Considerando que no local do crime não havia câmeras de segurança, a polícia italiana usou outro artifício para chegar à verdade - grampos. 

O celular e o carro de Robinho foram monitorados por semanas e, por fim, as autoridades conseguiram provas o suficiente para condená-lo por estupro. No tribunal, a Justiça italiana compreendeu que o jogador e outros cinco amigos dele praticaram estupro coletivo contra a vítima, uma mulher albanesa. No entanto, como apenas Robinho e outro amigo, Ricardo Falco, residiam no país naquele momento, apenas os dois foram julgados e condenados pelo caso. Os nomes dos outros suspeitos do caso são Rudney Gomes, Clayton Santos, Alexsandro da Silva e Fabio Galan. 

Em 2023, o podcast Os Grampos de Robinho divulgou pela primeira vez os áudios que condenaram o jogador. Até então, a imprensa brasileira só tinha tido contado com a transcrição do que havia sido usado pela promotoria no caso. Inclusive, esse era um argumento usado pelo jogador na defesa, de que com a tradução do português para o italiano e então do italiano para o português novamente, coisas teriam sido tiradas de contexto. 

Naquela noite, 22 de janeiro de 2013, Robinho estava em uma balada chamada Sio Café para comemorar o aniversário de um dos amigos, Rudney Gomes da Silva. A festa foi longe, e a esposa do jogador, Vivian Guglielmetti, acabou voltando para casa um pouco antes e deixando o marido com os amigos brasileiros. 

Em um trecho das conversas grampeadas pela polícia, Robinho fala sobre o estado da vítima durante o caso e, logo depois, confirma ter visto os amigos a estuprando:

- Por isso que eu estou rindo, eu não estou nem aí. A mina, a mina estava extremamente embriagada, não sabe nem quem que eu sou.

- Eu vi o Rudney rangando ela, e os outros caras rangando ela. Então os caras que rangaram ela vão se f***r.

Em outro momento da conversa, com um amigo chamado Jairo, Robinho admite ter praticado sexo oral com a vítima:

- Tu comeu a nega também, eu te tirei, diz Jairo. 

- Eu não, pô, eu tentei, eu tentei. Eu só fiz a tentativa. Eu só tentei, diz Robinho.

Mas espera aí, eu vi que você pôs o pau na boca dela, rebate Jairo. 

- Isso aí não é transar, isso aí não é transar, responde Robinho. 

As conversas seguem por horas, mas esses trechos acabam resumindo um pouco do que levou a polícia italiana a condenar o jogador. Robinho foi condenado por todas as instâncias na Itália a nove anos de prisão e seu caso não cabe mais recurso desde 2022. 

Defesa 

Ao longo do tempo, a defesa de Robinho mudou algumas vezes, por isso, vamos focar na defesa que ele irá apresentar no Supremo Tribunal de Justiça nesta quarta-feira, dia 20. Em entrevista ao Domingo Espetacular, ele falou um pouco sobre seus argumentos para se considerar inocente no caso:

- Tivemos uma relação superficial e rápida. A gente trocou beijos, fora isso, fui embora para casa. Em nenhum momento ela empurrou, pediu para parar. Tinha outras pessoas no local. Quando vi que ela queria continuar com outros rapazes, eu fui embora para casa. Eu nunca neguei. Foi consensual. Nunca neguei. Poderia ter negado, porque não tem meu DNA lá. Mas não sou mentiroso. 

Sobre os áudios divulgados pelo podcast, Robinho diz:

- Os áudios foram um ano depois do ocorrido. Naquele contexto dos áudios, eu estava conversando com pessoas que não são confiáveis. Muita gente sempre se aproxima de jogador de futebol para arrancar dinheiro. Começaram com história de gravidez. Minha risada foi de indignação, de que não ia deixar me extorquir. Sei que não cometi crime. Não foi de deboche da vítima. O que é verdade foi o que relatei no processo. Áudios foram fora de contexto, com pessoas que estavam me perseguindo. Eu falo muitas coisas controversas, mas o contexto do áudio é exatamente isso.

O jogador também afirma ter provas que foram ignoradas pela polícia italiana e afirma ter sido vítima de racismo:

- Com certeza, se o meu julgamento fosse para um italiano branco, seria diferente. Sem dúvidas. Com a quantidade provas que eu tenho, não seria condenado.

E continua:

- Espero que aqui no Brasil, eu possa ter voz que não tive lá fora. Você quer mostrar suas provas, e não entendi o porquê, provas tão relevantes para qualquer pessoa, para eles não foram. Todos aqueles que julgam, possam ver minhas provas. Eu não sou esse monstro. Não fui uma pessoa durante 10 anos e me tornei outro.

Em suas redes sociais, Robinho também apresentou mais detalhes de sua defesa:

Abro meu coração em desabafo e apresento as provas da minha inocência. A justiça italiana cometeu erros gritantes e gravíssimos durante todo o meu julgamento. Estou comprometido em provar minha inocência e lutar pela justiça verdadeira. O que eu vou apresentar: Imagens que mostram a interação daquela noite; exames que evidenciam a consciência e a capacidade de comunicação da acusadora; inconsistências nos relatos da acusação; mensagens de texto que revelam a intenção de encontrar comigo; comunicações imediatas por mensagens de texto, pós-evento, que contradizem a alegação de inconsciência; resultados de DNA que não me ligam ao caso de violência; o verdadeiro contexto dos áudios que circularam na mídia.