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Publicada em 22/08/2024 às 00:00 | Atualizada em 21/08/2024 às 13:53

Revivendo história da Ditadura, filme Entrelinhas recria história real e emociona

Longa chega às telonas nesta quinta-feira, dia 22

Mariana Domingues

Divulgação-Natasha Durski

Guto Pasko, renomado cineasta brasileiro, traz às telas nesta quinta-feira, dia 22, seu mais novo trabalho: Entrelinhas, um filme que revisita o período da Ditadura Militar no Brasil com um olhar sensível e crítico aquele momento. Uma ficção livremente inspirada em fatos reais, como aparece no início do filme, ao qual o ESTRELANDO  teve acesso em primeira mão, a obra oferece uma experiência imersiva em diversas cenas e explora as cicatrizes deixadas nas pessoas durante o período de repressão.

O filme se passa em 1970, em Curitiba, Paraná, e conta a história de Ana Beatriz Fortes, papel de Gabriela Freire, uma jovem de 18 anos de idade que foi acusada de participar de grupos estudantis subversivos e de pertencer à VAR-Palmares, uma célula guerrilheira que lutava contra a ditadura.

Pasko conta uma história tão surpreendente e inacreditável, que chega a parecer mentira. Isso porque, como em tantos outros casos reais daquela época, Beatriz é levada pela polícia ao DOPS (Departamento de Ordem Policial e Social) em seu primeiro dia de estágio e passa dez dias sob constante tortura dos militares, que buscam respostas na jovem, as quais ela não tem. 

A cinematografia do longa é de admirar. Guto e sua esquipe optaram por uma paleta mais sombria, sem cores vibrantes, que reforça o clima de opressão e medo constante que permeia o filme. As cenas em ambientes internos, na sua maioria iluminada apenas por uma luz suave, criam uma atmosfera fria que simboliza a falta de esperança dos personagens.

Os elementos visuais também merecem destaque. Cada detalhe é muito bem pensado para transportar o espectador diretamente para as situações vividas nos anos 70, desde a a escolha dos figurinos até os elementos usados nos cenários. As cenas de tensão são muito bem representadas pelo uso da câmera que permanece imóvel, colocando o público no centro da ação, como se fizesse parte daquilo tudo. 

A sonoplastia é outra a chamar atenção, principalmente durante as cenas de tortura, que foram muito bem pensadas por Guto para que não fossem tão explícitas, mas que nos mostrassem a angústia do momento. O uso do silêncio é eficaz em muitas cenas, quando é, por exemplo, interrompido por passos duros, ruídos e vozes em um tom ameaçador, aumentando a sensação de apreensão.

Entrelinhas não é apenas mais um filme sobre a Ditadura, é um retrato sobre resistência, dor e humanidade, que convida o espectador a refletir sobre as consequências de um regime autoritário e a importância de preservar a memória histórica. É uma obra que certamente provocará reflexão aos que forem assistir.

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Revivendo história da Ditadura, filme <i>Entrelinhas</i> recria história real e emociona

Revivendo história da Ditadura, filme Entrelinhas recria história real e emociona

02/Mai/

Guto Pasko, renomado cineasta brasileiro, traz às telas nesta quinta-feira, dia 22, seu mais novo trabalho: Entrelinhas, um filme que revisita o período da Ditadura Militar no Brasil com um olhar sensível e crítico aquele momento. Uma ficção livremente inspirada em fatos reais, como aparece no início do filme, ao qual o ESTRELANDO  teve acesso em primeira mão, a obra oferece uma experiência imersiva em diversas cenas e explora as cicatrizes deixadas nas pessoas durante o período de repressão.

O filme se passa em 1970, em Curitiba, Paraná, e conta a história de Ana Beatriz Fortes, papel de Gabriela Freire, uma jovem de 18 anos de idade que foi acusada de participar de grupos estudantis subversivos e de pertencer à VAR-Palmares, uma célula guerrilheira que lutava contra a ditadura.

Pasko conta uma história tão surpreendente e inacreditável, que chega a parecer mentira. Isso porque, como em tantos outros casos reais daquela época, Beatriz é levada pela polícia ao DOPS (Departamento de Ordem Policial e Social) em seu primeiro dia de estágio e passa dez dias sob constante tortura dos militares, que buscam respostas na jovem, as quais ela não tem. 

A cinematografia do longa é de admirar. Guto e sua esquipe optaram por uma paleta mais sombria, sem cores vibrantes, que reforça o clima de opressão e medo constante que permeia o filme. As cenas em ambientes internos, na sua maioria iluminada apenas por uma luz suave, criam uma atmosfera fria que simboliza a falta de esperança dos personagens.

Os elementos visuais também merecem destaque. Cada detalhe é muito bem pensado para transportar o espectador diretamente para as situações vividas nos anos 70, desde a a escolha dos figurinos até os elementos usados nos cenários. As cenas de tensão são muito bem representadas pelo uso da câmera que permanece imóvel, colocando o público no centro da ação, como se fizesse parte daquilo tudo. 

A sonoplastia é outra a chamar atenção, principalmente durante as cenas de tortura, que foram muito bem pensadas por Guto para que não fossem tão explícitas, mas que nos mostrassem a angústia do momento. O uso do silêncio é eficaz em muitas cenas, quando é, por exemplo, interrompido por passos duros, ruídos e vozes em um tom ameaçador, aumentando a sensação de apreensão.

Entrelinhas não é apenas mais um filme sobre a Ditadura, é um retrato sobre resistência, dor e humanidade, que convida o espectador a refletir sobre as consequências de um regime autoritário e a importância de preservar a memória histórica. É uma obra que certamente provocará reflexão aos que forem assistir.