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Publicada em 31/01/2025 às 01:00 | Atualizada em 31/01/2025 às 20:05

Em cartaz com Entressafra, Isabel Guéron reflete sobre os altos e baixos da vida artística: Sigo na minha labuta

A temporada da peça se encerra no dia 2 de fevereiro, no Rio de Janeiro

Jozienne Moura

Divulgação

Com a reta final da peça Entressafra se aproximando, Isabel Guéron está com altas expectativas. Em entrevista ao ESTRELANDO, a atriz e escritora conta que o espetáculo mistura humor e reflexão ao retratar a vida de uma atriz que enfrenta as incertezas e os dilemas do cotidiano fora dos palcos. 

O solo tem como ponto de partida as experiências de uma atriz de 40 anos de idade, que, entre uma temporada de turnês e gravações, precisa lidar com as pressões da vida cotidiana: compromissos familiares, boletos para pagar e as angústias de quem vive sem a garantia de um próximo trabalho. O título da peça faz referência à pausa forçada entre temporadas de trabalho, um período comum na vida de qualquer artista, mas que muitas vezes é mascarado pela glamourização da profissão. 

Durante o bate-papo, Isabel compartilhou que ver suas palavras se transformarem em uma peça de teatro tem sido uma experiência maravilhosa:

É curioso como a gente atinge as pessoas quando se expõe verdadeiramente com nossos sentimentos e impressões sobre as coisas que nos acontecem, reflete a atriz. 

E continua:

A entressafra está presente na vida de todos os artistas. Mas somos ensinados no meio a dizer que está tudo bem, postar fotos em lugares paradisíacos e mentir sobre um próximo projeto. [...] Eu resolvi falar sobre esse assunto, debochar da glamourização, expor o quanto não somos valorizados nos nossos direitos de imagem e como o mercado joga com nossas fragilidades. E também como uma entressafra pode ser produtiva e necessária para o desenvolvimento de um desejo artístico. 

Guéron relata que nunca teve um contrato fixo durante sua carreira, o que a levou a aprender a lidar com a imprevisibilidade e as incertezas do mercado artístico. Ela administra essa realidade criando suas próprias oportunidades dentro de sua profissão. Além de atuar, ela trabalha como narradora e diretora de audiolivros e também faz assistência de direção no teatro e preparação de atores. Mil artistas em uma, não é? 

Oscar é só glamour? 

Em um momento de grande visibilidade para a atriz Fernanda Torres, que acaba de conquistar um prêmio Globo de Ouro e caminha para o Oscar, Isabel fala sobre o momento como conquistas desse nível convergem com um mundo oposto ao glamour que as pessoas acreditam que o mundo artístico possui: 

Fernanda escreveu sobre isso em seu ótimo livro A Glória e seu cortejo de horrores. É possível que mesmo ela já tenha vivido momentos de incerteza profissional. Ao mesmo tempo, o inesperado é sempre uma possibilidade. Será que a Nanda imaginou viver isso? Provavelmente não, apenas seguiu trabalhando. 

Seguindo em frente

Com a temporada de Entressafra se encerrando no Rio de Janeiro no dia 2 de fevereiro, Isabel já tem planos para a continuidade do projeto. A peça deve iniciar sua turnê por Ribeirão Preto, com possíveis passagens por Brasília e São Paulo. Além disso, ela está se dedicando a um novo longa-metragem que será filmado em abril e a um audiolivro que precisará ser gravado em casa antes do Carnaval. 

Sigo na minha labuta, diz, com a energia de quem não deixa a Entressafra atrapalhar o fluxo criativo.



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Em cartaz com <i>Entressafra</i>, Isabel Guéron reflete sobre os altos e baixos da vida artística: <i>Sigo na minha labuta</i>

Em cartaz com Entressafra, Isabel Guéron reflete sobre os altos e baixos da vida artística: Sigo na minha labuta

09/Mai/

Com a reta final da peça Entressafra se aproximando, Isabel Guéron está com altas expectativas. Em entrevista ao ESTRELANDO, a atriz e escritora conta que o espetáculo mistura humor e reflexão ao retratar a vida de uma atriz que enfrenta as incertezas e os dilemas do cotidiano fora dos palcos. 

O solo tem como ponto de partida as experiências de uma atriz de 40 anos de idade, que, entre uma temporada de turnês e gravações, precisa lidar com as pressões da vida cotidiana: compromissos familiares, boletos para pagar e as angústias de quem vive sem a garantia de um próximo trabalho. O título da peça faz referência à pausa forçada entre temporadas de trabalho, um período comum na vida de qualquer artista, mas que muitas vezes é mascarado pela glamourização da profissão. 

Durante o bate-papo, Isabel compartilhou que ver suas palavras se transformarem em uma peça de teatro tem sido uma experiência maravilhosa:

É curioso como a gente atinge as pessoas quando se expõe verdadeiramente com nossos sentimentos e impressões sobre as coisas que nos acontecem, reflete a atriz. 

E continua:

A entressafra está presente na vida de todos os artistas. Mas somos ensinados no meio a dizer que está tudo bem, postar fotos em lugares paradisíacos e mentir sobre um próximo projeto. [...] Eu resolvi falar sobre esse assunto, debochar da glamourização, expor o quanto não somos valorizados nos nossos direitos de imagem e como o mercado joga com nossas fragilidades. E também como uma entressafra pode ser produtiva e necessária para o desenvolvimento de um desejo artístico. 

Guéron relata que nunca teve um contrato fixo durante sua carreira, o que a levou a aprender a lidar com a imprevisibilidade e as incertezas do mercado artístico. Ela administra essa realidade criando suas próprias oportunidades dentro de sua profissão. Além de atuar, ela trabalha como narradora e diretora de audiolivros e também faz assistência de direção no teatro e preparação de atores. Mil artistas em uma, não é? 

Oscar é só glamour? 

Em um momento de grande visibilidade para a atriz Fernanda Torres, que acaba de conquistar um prêmio Globo de Ouro e caminha para o Oscar, Isabel fala sobre o momento como conquistas desse nível convergem com um mundo oposto ao glamour que as pessoas acreditam que o mundo artístico possui: 

Fernanda escreveu sobre isso em seu ótimo livro A Glória e seu cortejo de horrores. É possível que mesmo ela já tenha vivido momentos de incerteza profissional. Ao mesmo tempo, o inesperado é sempre uma possibilidade. Será que a Nanda imaginou viver isso? Provavelmente não, apenas seguiu trabalhando. 

Seguindo em frente

Com a temporada de Entressafra se encerrando no Rio de Janeiro no dia 2 de fevereiro, Isabel já tem planos para a continuidade do projeto. A peça deve iniciar sua turnê por Ribeirão Preto, com possíveis passagens por Brasília e São Paulo. Além disso, ela está se dedicando a um novo longa-metragem que será filmado em abril e a um audiolivro que precisará ser gravado em casa antes do Carnaval. 

Sigo na minha labuta, diz, com a energia de quem não deixa a Entressafra atrapalhar o fluxo criativo.