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Publicada em 05/03/2025 às 00:00 | Atualizada em 04/03/2025 às 14:49

Leandro Hassum e diretora falam sobre Uma Advogada Brilhante

O filme chega nas telonas do cinema no dia 6 de março

Brisa Sayuri Kunichiro

Montagem-AgNews

Leandro Hassum é o protagonista de Uma Advogada Brilhante e contou mais detalhes sobre o filme. Em entrevista ao ESTRELANDO, o ator compartilhou como foi viver essa personagem que transita entre ser mulher e ser homem, já que Michelle/Mikelle passa por uma reviravolta em sua vida quando precisa manter o emprego para ficar próximo do filho, o que faz com que ele tome medidas drásticas para garantir sua vaga e virar a Dra. Michelle.

Ele começou comentando qual foi o maior desafio de interpretar esse papel e como foi o processo de preparação para dar vida a quase dois personagens diferentes:

- A gente trazer uma mulher mesmo, onde não fazer a piada em cima da mulher e, sim, fazer com que ele, enquanto homem, vestido de mulher, sinta as dores, esse para mim foi o grande desafio. E me ver em alguns momentos fora da personagem, tipo: Nossa, pode ser que em algum momento eu fiz esse comentário, eu falei sobre isso. Mas eu tinha uma cama muito boa, um colchão muito bom de proteção, que era ler todo o elenco, o roteiro, toda uma preparação para poder eu estar defendido, porque, realmente, todo ator, toda vez que vai atuar, vai de peito aberto, tem que abraçar o personagem, tem que acreditar, acreditar no heroísmo desse personagem. 

Em seguida, Leandro falou sobre como improvisou algumas cenas e explicou qual foi seu critério na hora de colocar seu humor no enredo:

- Eu tentava colocar as piadas que eu achava que podia improvisar mais, quando eu estava de Mike. E quando eu estava de Michelle, eu deixava que as situações engraçadas acontecessem e para que quem estiver assistindo ver a mulher passando na pele o que realmente a mulher passa no dia a dia e que, muitas vezes, a gente não presta atenção nisso.

Ale McHaddo, diretora do filme, que já havia trabalhado com Hassum em outros projetos, contou qual foi o motivo de ter escolhido ele para interpretar mais um de seus papéis. No entanto, ela acabou revelando que a ideia principal não era ser ele e sim o Rodrigo Sant'Anna, mas que acabou dando errado e o destino levou ao Leandro: 

- O Lelê [Leandro] tinha um filme, na mesma época, e o Rodrigo andou com a carreira dele para outra coisa, [...] não ia poder. E o filme que o Leandro ia fazer calhou de não acontecer. E eu [o] chamei, foi super acertado. O filme mudou muito, acho que ganhou também, foi para um outro lugar. E eu adoro trabalhar com o Lelê, é muito difícil escrever um filme que não é para ele. Eu gosto de trabalhar com amigos.

Por ser uma diretora e ter representado diversos desafios da mulher no mercado de trabalho, Ale compartilhou alguns destes momentos que já enfrentou ao longo de sua carreira:

- É o segundo filme que eu faço depois da transição [sexual]. E eu tenho certeza que eu não seria a diretora que eu sou se eu fosse mulher e muito menos se eu fosse uma mulher trans, desde sempre. Eu acho que sim, o Alê, que chegou até o Amor Sem Medida, me ajudou muito a me colocar nesse lugar. Eu vejo amigas, o quanto elas sofrem, como é mais difícil sentir na pele, como você tem que justificar tudo o que você pensa. Então, eu vejo que a gente tem muito o que evoluir para o cinema ser mais inclusivo.

Indo para os bastidores, Leandro contou um momento engraçado e inusitado. Segundo ele, ao se transformar na Michelle, ele precisava esconder suas partes baixas e isso foi uma experiência dolorosa:

- Tem uma coisa que foi engraçada, que é a Nanny People resolveu me ensinar a coendar. A coendar é que eu tenho que esconder as coisas... É uma dor! Diz que depois acostuma, mas depois eu desisti e aí eu preferia só esconder mesmo, eu só não podia sentar, por motivos óbvios. Mas isso aí era uma curiosidade. Ela falou assim: Tenta de novo. Eu falo assim: Não quero tentar,  não quero tentar! Parabéns para quem consegue. É um poder X-men, X-women, que eu não possuo.

Por fim, embora o filme seja de comédia, ele também traz essa carga crítica e reflexiva da visão da mulher na sociedade, e Leandro comentou sobre o equilíbrio entre o humor e a crítica:

- A gente vive um momento em que a gente tem mais é que usar pautas. Eu acho que através da comédia é quando a gente mais consegue criticar sem a pessoa perceber que a gente está tocando um assunto sério, tocando na ferida. Então, eu acho que a comédia é a forma mais fácil de se fazer, não desmerecendo nenhum outro gênero, mas através da comédia a gente fala muita coisa.

O filme estreia no dia 6 de março e conta essa história para lá de confusa, atrapalhada, engraçada e emocionante da advogada Michelle, ou advogado Mikelle!

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Leandro Hassum e diretora falam sobre <i>Uma Advogada Brilhante</i>

Leandro Hassum e diretora falam sobre Uma Advogada Brilhante

22/Abr/

Leandro Hassum é o protagonista de Uma Advogada Brilhante e contou mais detalhes sobre o filme. Em entrevista ao ESTRELANDO, o ator compartilhou como foi viver essa personagem que transita entre ser mulher e ser homem, já que Michelle/Mikelle passa por uma reviravolta em sua vida quando precisa manter o emprego para ficar próximo do filho, o que faz com que ele tome medidas drásticas para garantir sua vaga e virar a Dra. Michelle.

Ele começou comentando qual foi o maior desafio de interpretar esse papel e como foi o processo de preparação para dar vida a quase dois personagens diferentes:

- A gente trazer uma mulher mesmo, onde não fazer a piada em cima da mulher e, sim, fazer com que ele, enquanto homem, vestido de mulher, sinta as dores, esse para mim foi o grande desafio. E me ver em alguns momentos fora da personagem, tipo: Nossa, pode ser que em algum momento eu fiz esse comentário, eu falei sobre isso. Mas eu tinha uma cama muito boa, um colchão muito bom de proteção, que era ler todo o elenco, o roteiro, toda uma preparação para poder eu estar defendido, porque, realmente, todo ator, toda vez que vai atuar, vai de peito aberto, tem que abraçar o personagem, tem que acreditar, acreditar no heroísmo desse personagem. 

Em seguida, Leandro falou sobre como improvisou algumas cenas e explicou qual foi seu critério na hora de colocar seu humor no enredo:

- Eu tentava colocar as piadas que eu achava que podia improvisar mais, quando eu estava de Mike. E quando eu estava de Michelle, eu deixava que as situações engraçadas acontecessem e para que quem estiver assistindo ver a mulher passando na pele o que realmente a mulher passa no dia a dia e que, muitas vezes, a gente não presta atenção nisso.

Ale McHaddo, diretora do filme, que já havia trabalhado com Hassum em outros projetos, contou qual foi o motivo de ter escolhido ele para interpretar mais um de seus papéis. No entanto, ela acabou revelando que a ideia principal não era ser ele e sim o Rodrigo Sant'Anna, mas que acabou dando errado e o destino levou ao Leandro: 

- O Lelê [Leandro] tinha um filme, na mesma época, e o Rodrigo andou com a carreira dele para outra coisa, [...] não ia poder. E o filme que o Leandro ia fazer calhou de não acontecer. E eu [o] chamei, foi super acertado. O filme mudou muito, acho que ganhou também, foi para um outro lugar. E eu adoro trabalhar com o Lelê, é muito difícil escrever um filme que não é para ele. Eu gosto de trabalhar com amigos.

Por ser uma diretora e ter representado diversos desafios da mulher no mercado de trabalho, Ale compartilhou alguns destes momentos que já enfrentou ao longo de sua carreira:

- É o segundo filme que eu faço depois da transição [sexual]. E eu tenho certeza que eu não seria a diretora que eu sou se eu fosse mulher e muito menos se eu fosse uma mulher trans, desde sempre. Eu acho que sim, o Alê, que chegou até o Amor Sem Medida, me ajudou muito a me colocar nesse lugar. Eu vejo amigas, o quanto elas sofrem, como é mais difícil sentir na pele, como você tem que justificar tudo o que você pensa. Então, eu vejo que a gente tem muito o que evoluir para o cinema ser mais inclusivo.

Indo para os bastidores, Leandro contou um momento engraçado e inusitado. Segundo ele, ao se transformar na Michelle, ele precisava esconder suas partes baixas e isso foi uma experiência dolorosa:

- Tem uma coisa que foi engraçada, que é a Nanny People resolveu me ensinar a coendar. A coendar é que eu tenho que esconder as coisas... É uma dor! Diz que depois acostuma, mas depois eu desisti e aí eu preferia só esconder mesmo, eu só não podia sentar, por motivos óbvios. Mas isso aí era uma curiosidade. Ela falou assim: Tenta de novo. Eu falo assim: Não quero tentar,  não quero tentar! Parabéns para quem consegue. É um poder X-men, X-women, que eu não possuo.

Por fim, embora o filme seja de comédia, ele também traz essa carga crítica e reflexiva da visão da mulher na sociedade, e Leandro comentou sobre o equilíbrio entre o humor e a crítica:

- A gente vive um momento em que a gente tem mais é que usar pautas. Eu acho que através da comédia é quando a gente mais consegue criticar sem a pessoa perceber que a gente está tocando um assunto sério, tocando na ferida. Então, eu acho que a comédia é a forma mais fácil de se fazer, não desmerecendo nenhum outro gênero, mas através da comédia a gente fala muita coisa.

O filme estreia no dia 6 de março e conta essa história para lá de confusa, atrapalhada, engraçada e emocionante da advogada Michelle, ou advogado Mikelle!