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Publicada em 20/05/2025 às 00:00 | Atualizada em 19/05/2025 às 15:06

Júlia Pereira fala sobre retorno às passarelas e relembra trajetória: Alívio por estar voltando

Com mais de 20 anos de carreira, a modelo fala sobre carreira, maternidade e autoconhecimento

Mariana Domingues

Divulgação-@juliapereira

Com um currículo que inclui desfiles em capitais da moda como Milão, Paris e Nova York, além de experiências como apresentadora de TV e criadora de conteúdo, Júlia Pereira é um nome que atravessa gerações na indústria fashion brasileira. Em entrevista exclusiva ao ESTRELANDO, a modelo relembra o início da carreira ainda na adolescência, os desafios do exterior, o impacto da maternidade e sua volta às passarelas com nova mentalidade.

Júlia começou sua trajetória cedo, aos oito anos de idade, no interior do Rio Grande do Sul, mas foi aos 15 anos, ao se mudar sozinha para São Paulo após ser descoberta em um concurso de modelos, que a carreira realmente deslanchou. 

Morava em São Sebastião do Caí e fazia viagens até Porto Alegre para realizar catálogos, comerciais e desfiles. Participei de um concurso de uma agência de modelos e fui selecionada, recebendo a proposta de morar em São Paulo. Essa mudança da tranquilidade do interior gaúcho para a metrópole paulistana, com apenas 15 anos, marcou o verdadeiro início da minha carreira, contou.

Entre as lembranças mais especiais dessa fase, destaca um editorial fotografado em Ilhabela: 

Ser clicada para revistas como Capricho e Atrevida, que eu mesma lia na adolescência, foi emocionante... Esses trabalhos iniciais, por serem tão conectados com a minha própria vivência, tiveram um significado muito grande para mim, mais até do que alguns trabalhos com estilistas renomados da época.

A estreia no circuito internacional em Barcelona, na Espanha, foi desafiadora. Apesar das dificuldades, ela nunca desistiu de seguir seu sonho, sempre recebendo o apoio dos pais, e, a partir daí, a paixão por viajar se intensificou:

Minha primeira viagem foi para Barcelona, sem celular, sem GPS. Eu usava um mapa de papel para ir de casting em casting, muitas vezes sem entender o idioma... Meus pais me disseram algo que me marcou: Filha, se você quiser voltar, nós compramos a passagem, não tem problema. Mas você sempre quis isso, está em uma agência boa e começando a trabalhar. Pense bem. Aquelas palavras foram como um choque, um empurrão que me fez refletir. A partir dali, comecei a apreciar mais a viagem e a experiência. Depois de Barcelona, fui para Milão, depois Paris. Era uma sensação de aventura constante.

Sobre sua volta às passarelas, Júlia comenta encantada sobre sua emoção de retornar após um período focando na maternidade.

Foi maravilhoso voltar. Sempre gostei muito de trabalhar como modelo e, com a maternidade, minha profissão acabou ficando um pouco de lado. Eu sentia falta da minha profissão, que além de ser uma paixão, é também minha fonte de sustento. Eu amo ser mãe, é a melhor coisa do mundo e eu sou uma mãe muito presente... Então eu senti muita falta, não foi esse frio na barriga no sentido de ser uma coisa nova, foi mais um alívio por estar voltando.

A modelo também falou sobre a cobrança com ela mesma no início da carreira e revela que hoje é totalmente diferente:

Eu tinha uma cobrança interna muito forte, onde eu sentia que se não estivesse dentro dos padrões exigidos pela agência – magra e nas medidas específicas – quase que não me sentia merecedora de conquistar os trabalhos. Sempre fui muito regrada nesse aspecto, mas essa disciplina vinha acompanhada de uma autocobrança excessiva. Hoje essa cobrança é menor. Por exemplo, mesmo que eu não esteja exatamente nas medidas solicitadas, consigo me sentir bonita e bem comigo mesma. Essa aceitação é nova, porque antes eu me prendia muito a esses padrões.

Além de ícone da moda, Júlia experimentou outras frentes como a de apresentadora com o canal Mundo da Júlia onde aborda temas como redes sociais, atualidades e maternidade.

Sempre gostei de desafios e essa transição foi um deles. Na época a voz da modelo era praticamente inexistente. Éramos, em grande parte, vistas como 'cabides', sem espaço para opiniões no set de filmagem ou fotografia. Com o crescimento das redes sociais ganhamos a possibilidade de nos expressar, de falar o que pensamos e acreditamos. A experiência de entrar para a televisão e criar conteúdo foi muito enriquecedora. Além disso, me aprofundei no universo da maternidade, um tema que se tornou central na minha vida durante a gravidez e a pandemia (já que antes meu foco era moda e viagens). Adoro trocar experiências com outras mães e discutir sobre esse universo, contou.

 Ao final, Júlia revela que enxerga a trajetória como uma forma de evoluir apesar dos perrengues:

Eu acho que tudo faz parte e tudo que a gente passa, todos os perrengues são importantes pra gente crescer. Se fosse tudo muito fácil, não iríamos evoluir. Eu diria para dar bastante valor para as viagens e fazer um ótimo network com as pessoas. Entender que, como havia muita exigência na questão da estética, qualquer detalhe eu já achava que eu não estava apta para o trabalho. Isso eu teria mudado em mim, porque eu acho que você vai pegar o trabalho de modelo se você estiver confiante, finalizou a modelo.

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Júlia Pereira fala sobre retorno às passarelas e relembra trajetória: <i>Alívio por estar voltando</i>

Júlia Pereira fala sobre retorno às passarelas e relembra trajetória: Alívio por estar voltando

19/Mai/

Com um currículo que inclui desfiles em capitais da moda como Milão, Paris e Nova York, além de experiências como apresentadora de TV e criadora de conteúdo, Júlia Pereira é um nome que atravessa gerações na indústria fashion brasileira. Em entrevista exclusiva ao ESTRELANDO, a modelo relembra o início da carreira ainda na adolescência, os desafios do exterior, o impacto da maternidade e sua volta às passarelas com nova mentalidade.

Júlia começou sua trajetória cedo, aos oito anos de idade, no interior do Rio Grande do Sul, mas foi aos 15 anos, ao se mudar sozinha para São Paulo após ser descoberta em um concurso de modelos, que a carreira realmente deslanchou. 

Morava em São Sebastião do Caí e fazia viagens até Porto Alegre para realizar catálogos, comerciais e desfiles. Participei de um concurso de uma agência de modelos e fui selecionada, recebendo a proposta de morar em São Paulo. Essa mudança da tranquilidade do interior gaúcho para a metrópole paulistana, com apenas 15 anos, marcou o verdadeiro início da minha carreira, contou.

Entre as lembranças mais especiais dessa fase, destaca um editorial fotografado em Ilhabela: 

Ser clicada para revistas como Capricho e Atrevida, que eu mesma lia na adolescência, foi emocionante... Esses trabalhos iniciais, por serem tão conectados com a minha própria vivência, tiveram um significado muito grande para mim, mais até do que alguns trabalhos com estilistas renomados da época.

A estreia no circuito internacional em Barcelona, na Espanha, foi desafiadora. Apesar das dificuldades, ela nunca desistiu de seguir seu sonho, sempre recebendo o apoio dos pais, e, a partir daí, a paixão por viajar se intensificou:

Minha primeira viagem foi para Barcelona, sem celular, sem GPS. Eu usava um mapa de papel para ir de casting em casting, muitas vezes sem entender o idioma... Meus pais me disseram algo que me marcou: Filha, se você quiser voltar, nós compramos a passagem, não tem problema. Mas você sempre quis isso, está em uma agência boa e começando a trabalhar. Pense bem. Aquelas palavras foram como um choque, um empurrão que me fez refletir. A partir dali, comecei a apreciar mais a viagem e a experiência. Depois de Barcelona, fui para Milão, depois Paris. Era uma sensação de aventura constante.

Sobre sua volta às passarelas, Júlia comenta encantada sobre sua emoção de retornar após um período focando na maternidade.

Foi maravilhoso voltar. Sempre gostei muito de trabalhar como modelo e, com a maternidade, minha profissão acabou ficando um pouco de lado. Eu sentia falta da minha profissão, que além de ser uma paixão, é também minha fonte de sustento. Eu amo ser mãe, é a melhor coisa do mundo e eu sou uma mãe muito presente... Então eu senti muita falta, não foi esse frio na barriga no sentido de ser uma coisa nova, foi mais um alívio por estar voltando.

A modelo também falou sobre a cobrança com ela mesma no início da carreira e revela que hoje é totalmente diferente:

Eu tinha uma cobrança interna muito forte, onde eu sentia que se não estivesse dentro dos padrões exigidos pela agência – magra e nas medidas específicas – quase que não me sentia merecedora de conquistar os trabalhos. Sempre fui muito regrada nesse aspecto, mas essa disciplina vinha acompanhada de uma autocobrança excessiva. Hoje essa cobrança é menor. Por exemplo, mesmo que eu não esteja exatamente nas medidas solicitadas, consigo me sentir bonita e bem comigo mesma. Essa aceitação é nova, porque antes eu me prendia muito a esses padrões.

Além de ícone da moda, Júlia experimentou outras frentes como a de apresentadora com o canal Mundo da Júlia onde aborda temas como redes sociais, atualidades e maternidade.

Sempre gostei de desafios e essa transição foi um deles. Na época a voz da modelo era praticamente inexistente. Éramos, em grande parte, vistas como 'cabides', sem espaço para opiniões no set de filmagem ou fotografia. Com o crescimento das redes sociais ganhamos a possibilidade de nos expressar, de falar o que pensamos e acreditamos. A experiência de entrar para a televisão e criar conteúdo foi muito enriquecedora. Além disso, me aprofundei no universo da maternidade, um tema que se tornou central na minha vida durante a gravidez e a pandemia (já que antes meu foco era moda e viagens). Adoro trocar experiências com outras mães e discutir sobre esse universo, contou.

 Ao final, Júlia revela que enxerga a trajetória como uma forma de evoluir apesar dos perrengues:

Eu acho que tudo faz parte e tudo que a gente passa, todos os perrengues são importantes pra gente crescer. Se fosse tudo muito fácil, não iríamos evoluir. Eu diria para dar bastante valor para as viagens e fazer um ótimo network com as pessoas. Entender que, como havia muita exigência na questão da estética, qualquer detalhe eu já achava que eu não estava apta para o trabalho. Isso eu teria mudado em mim, porque eu acho que você vai pegar o trabalho de modelo se você estiver confiante, finalizou a modelo.