Claudia Raia falou sobre sua mais nova peça teatral Mães: O Musical, que estreia nesta sexta-feira, dia 5, no Teatro das Artes, no Shopping Eldorado, em São Paulo. A produtora contou durante uma coletiva de imprensa, que o ESTRELANDO fez parte, de onde veio a ideia de trazer a peça norte-americana off-Broadway para o Brasil, além de relembrar como foi a primeira vez que assistiu a produção.

A atriz falou sobre uma viagem de férias que fez com seu marido, Jarbas Homem de Mello, onde conheceram a peça:

- Nós fizemos uma viagem de férias para Buenos Aires, eu e Jarbas. A gente costuma assistir, mesmo de férias, tudo que tem em cartaz, e a gente viu Madre: El Musical, um musical incrível, nunca tinha ouvido falar. Esse musical é americano, off-broadway, que já fez sucesso em alguns países do mundo, mas a gente não conhecia. 

Em seguida, ela falou sobre a sensação de assistir a produção e que saiu encantada do teatro:

- Fomos assistir, fomos encantados, porque rimos o tempo inteiro, choramos, nos emocionamos. Acabou a peça e eu sai falando: Eu tenho que produzir essa peça, eu vou comprar esses direitos de qualquer jeito.

Reforçando o que a esposa falou, o ator também pontuou mais coisas que deixaram os dois encantados:

- A gente se encantou com esse musical também, porque, além de ser latente na maternidade, é um assunto universal. A gente pensou nisso de quem não é mãe, mas é filho, se emociona do mesmo jeito, porque vai lembrar da sua infância e da mãe maternando.

Foi aí que ela ligou para seu advogado, em 2022, para tentar comprar os direitos. Foi só em 2025 que ela conseguiu tirar o projeto do papel, mesmo com os desafios do mercado:

- Conseguimos produzir agora, em 2025, com muita luta. 2025 foi um ano muito difícil, por causa da captação, foi um ano que todos os produtores teatrais estão de cabelo em pé, mas a gente conseguiu colocar de cartaz.

Trazendo para a vida pessoal, Claudia Raia abriu o coração sobre como a peça conversa com sua maternidade e a ajudou a curar dores passadas:

- Produzir um espetáculo sobre maternidade me emociona muito. São dois assuntos que estão latentes dentro de mim, que é a menopausa e a maternidade ao mesmo tempo. Então é uma alegria, um alívio curar dores da maternidade, porque a maternidade não são só flores, são dores também. E através das minhas meninas, através do nosso elenco maravilhoso, eu também tenho curado as minhas dores.

Coração da peça

Os dois ainda comentaram sobre qual número, ou música, seriam o coração da peça. Para Claudia, são duas canções que mexem com ela:

- Eu acho que é a Mãe do Gabriel e eu acho que é o Crescendo. Tem essas duas canções e outros momentos também que tocam o coração da gente. Eu vi essa peça, a gente viu uma vez em Buenos Aires, eu vi essa peça umas quatro vezes, vi seis ensaios e continuo chorando no mesmo lugar. Então é incrível como toca.

Já para Jarbas, o começo da peça é o que estabelece como a produção anda:

- Eu acho que o primeiro número, ele já estabelece a comédia do espetáculo e já estabelece sobre o que que a gente vai falar. Que tem uma grávida, vai ter filho daqui a três semanas, que tá romantizando e de repente já tem três mães ali que [falam]: Não é bem assim, vou te contar umas histórias. Então isso já está estabelecido no primeiro número.

Temas

Sobre os temas abordados na peça, o ator mencionou sobre o que estão focando:

- Eu acho que a gente aborda bastante temas como [...] a carga emocional e física que o maternar traz. Porque por mais que o pai seja presente, de vida, todas as funções, a carga é maior ainda em cima da mãe. 

Além disso, eles também falam sobre a solidão da mãe, que precisa aprender a ficar longe do filho:

- A gente aborda muito esse tema no espetáculo, e como é a solidão de uma mãe  que tem que deixar o filho passar o final de semana com o pai. Agora ela tem tempo para se divertir, para encontrar outras pessoas, mas ela não consegue, porque ela está sentindo um ninho vazio, que ela ainda está nessa questão da maternidade.

A distância não só nos finais de semana de pais separados, mas também quando eles crescem:

- Também do ninho vazio, porque essas crianças vão crescer um dia, como é que vai ser? Eu acho que quando a gente é pai ou mãe, o foco vira o filho. Parece que você sai da frente da sua vida, coloca o seu filho na frente e você vai ali orbitando em volta dele. Você tem que educar, você tem que criar, você tem que cuidar para não morrer, você tem que manter essa pessoa viva. E aí, de repente, essa pessoa vai crescer, vai fazer 20 anos e vai estudar, vai sair de casa, e como é que é isso? E agora? O que eu faço com a minha vida? Eu dediquei aqui 25 anos da minha vida para isso. Então a gente aborda isso também, em sistemas contemporâneos.