Série O Jogo que Mudou a História traz uma trama baseada em fatos reais contada com maestria; saiba o que esperar
06/Dez/
Nesta quinta-feira, dia 13, estreia na Globoplay a série O Jogo que Mudou a História. A trama, cuja primeira temporada tem 10 episódios, retrata o surgimento de facções reais no Rio de Janeiro entre as décadas de 1970 e 1980. A trama se desenvolve em três as favelas, as fictícias Padre Nosso, Parada Geral e Morro da Promessa, e também acompanha uma guerra de dentro do presídio de Ilha Grande. O ESTRELANDO participou de uma coletiva de imprensa com o elenco e vai contar tudo o que você pode esperar da produção!
O criador e produtor José Junior ressalta que 71% do elenco é composto por pessoas negras e exalta a diversidade de músicas da trilha sonora, além dos sotaques presentes na trama. O artista ainda destaca que a série foi gravada em presídios reais.
- O Jogo que Mudou a História é uma série que conta como surgiram as facções reais no Rio de Janeiro. Essas facções surgem em 1979, na verdade, a primeira delas é a Falange Vermelha, que surgiu em uma noite que é conhecida como noite de São Bartolomeu, na Ilha Grande. É uma série que tem 12 protagonistas, 71% do nosso elenco é preto, nós gravamos em favelas e a trama se desenvolve nos cenários de Padre Nosso, Parada Geral e Morro da Promessa, além do presídio de Ilha Grande. Importante destacar que temos uma trilha sonora customizada, temos a predominância de samba, samba rock, Miami Bass (conhecido como funk carioca), MPB e tem uma pegada preta e muito nordestina. O Jogo que Mudou a História é uma série de sotaques, tem sotaque paraibano, sotaque pernambucano, sotaque carioca, sotaque baiano, sotaque americano. Outra informação importante é que nós gravamos em dois presídios reais, um está desativado que é Complexo Frei Caneca e o outro é o Complexo Penitenciário de Gericinó, conhecido como Bangu 1, que está ativo e em evidência.
Por se tratar de uma história muito complexa, ele confessa que teve dificuldade em retratar da melhor forma possível. Com o objetivo de explorar ao máximo a narrativa, todos os atores foram escolhidos a dedo para que melhor representassem seus personagens. Deste modo, José entregou um resultado espetacular, que promete surpreender o público.
- Para mim, foi bem difícil trazer apenas 12 protagonistas para a série, pois estamos contando a história de algo que tinha cerca de 500 pessoas envolvidas. Meu desafio foi tentar trazer muito do que eu sabia e traçar uma linha de personagens que conseguissem trazer a trama de uma forma autêntica. Por isso me envolvo completamente na escolha do elenco.
O empenho do diretor combinado ao talento nato de cada um dos artistas que formam o time da produção pode ser observado no resultado final. O Jogo que Mudou a História já começa de forma impactante, prendendo a atenção do telespectador na tela e o levando a uma viagem ao passado. Primeiro, entramos em contato com cada um dos homens que acabou preso em Ilha Grande. No segundo episódio, é a vez de conhecer as favelas e os moradores das comunidades.
- É uma série que traz muito conteúdo real, histórias reais e que tem pouca liberdade poética. Para mim, é um orgulho tremendo mostrar uma história que vai trazer o ponto de vista do preso, do morador de favela e do bandido. Muitas vezes, nas séries, vemos pessoas mais conhecidas ganhando protagonismo, e em O Jogo que Mudou a História buscamos dar protagonismo também para pessoas que não são tão conhecidas, reflete o criador.
Babu Santana, que interpreta do personagem Hoffmann confessa que apenas aceitou o papel por se tratar de uma obra escrita por José Junior e fica feliz em ver a trama foi retratada.
- Para mim, esse olhar de dentro é fundamental, esse olhar de quem mora na favela, de quem sabe da política que rola, de quem viveu a situação, sabe? Eu vi o AfroReggae nascer, e o meu personagem é bem pontual diante de tudo isso, espero que vocês gostem e não quero levantar tantos spoilers.
Jonathan Azavedo é ciente que seu personagem Gilsinho é dono de um grande carisma e o ator conta que, para ele, o maior desafio em cena foi contracenar com atores que o inspiram desde que começou no teatro.
- A visão do Brasil a partir do olhar do Gilsinho é algo que mudou a história. Fui abraçado pelo carisma dele, ver pessoas te respeitando pelo que você é, dono de um pensamento estratégico e da sua afeição pelos moradores da favela. Para mim, carisma vai além de ter pessoas gostando de você. O personagem é complexo, cheio de paixões, tem muita luta e dor, mas no que isso se transforma, para mim, é muito importante. Em O Jogo que Mudou a História formamos um grupo de união, onde nos colocamos através do nós.
Questionados sobre qual foi a parte mais marcante das gravações, os atores responderam:
- Com certeza a gravação da partida de futebol, com várias câmeras simultâneas, muita gente no set, foi tão real, tão vivo. Foi uma experiência única e marcante para o resto da minha vida, disse Samuel Melo, que dá vida a Gegê.
- Me marcou muito a preparação. Foi fundamental estar na vida real das favelas, conversamos com moradores, egressos. Os acessos que o José Junior tem também foram muito importantes para vivermos isso, ressaltou Alli Willow, que faz a irmã Emily.
- José Junior conseguiu trazer para nós a vida real, para interpretar com verdade. Ficamos imersos nessa realidade, confessou Bukassa Kabengele, intérprete do Mestre.
O fato de terem usado cenários reais ajudou os atores a mergulharem na narrativa e trouxe um sentimento muito mais real às cenas. Cada membro do elenco conseguiu se conectar à história, conversar com pessoas que vivem na região, entender melhor o enredo e sentir a experiência em seus corações. Cada astro e estrela era perfeito para seu papel e entregou atuações espetaculares. Ao longo da coletiva, todos eles ressaltaram a importância da produção, que chega para quebrar estereótipos sobre as vidas na favela e na prisão.
Ao contrário do que muitos pensariam, o elenco conta que as gravações foram leves e não houve clima pesado, mesmo enquanto trabalhavam nas cenas mais violentas. O motivo por trás disso é que se sentiram abraçados pelas comunidades locais e muito seguros nos sets de filmagens. A segurança deles foi capturada pelas câmeras e se apresentou como uma atuação real e sensível, que nos leva a refletir sobre aquele tempo e espaço. Também foi revelado que a cena da partida contou com uma produção enorme, diversos jogos de câmeras, inúmeros equipamentos e cerca de 50 atores em cena, o que deixou os atores ainda mais entusiasmados em fazer parte de uma trama liderada com maestria.
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