
Diretora e roteirista de Dias Perfeitos avaliam a escolha de incluir outros pontos de vista na série: Camadas
14/Ago/
Dias Perfeitos é a mais nova série do Globoplay, que estreia nesta quinta-feira, dia 14. A produção é uma adaptação do livro de Raphael Montes, que conta a história de Téo, um menino que se apaixona por Clarice e tenta conquistá-la, mas após não ter o amor correspondido, decide sequestrá-la e levá-la para um passeio pelas paisagens do Rio de Janeiro.
No entanto, diferente do livro, que retrata somente os pensamentos de Téo, a série decidiu tomar outro rumo e expandir os pontos de vista da narrativa. Em coletiva de imprensa da qual o ESTRELANDO participou, a diretora e a roteirista da adaptação comentaram mais sobre as escolhas tomadas no processo. Claudia Jouvin iniciou comentando sobre sua escrita e como foi a opção de retratar o outro lado da história:
- Eu tive a ideia de fazer pontos de vista. A entrada da Clarice mais na história foi, na verdade, uma forma de abrir a Clarice na narrativa, porque o livro é muito focado no Téo. Então, ter uma chance de ver o que a Clarice está pensando, o que a Clarice estaria fazendo para tentar sair daquela situação, era uma forma de sair da cabeça do Téo, mas sem perder o livro.
Ela continuou e falou sobre a preocupação de fazer uma adaptação literária, já que queria manter a história original, mas expandir o que acontece:
- Isso era uma preocupação minha desde o início: não perder o livro. Então, todos os eventos estão lá, mas agora temos outras camadas. A gente vê uma mesma cena, às vezes, do ponto de vista do Téo, naquela loucura dele de achar que está tudo maravilhoso, que ele está fazendo ela se apaixonar por ele, e também o lado da Clarice, como é que ela está vendo aquela cena. A gente usou esse recurso tanto para poder dar voz à Clarice, porque o livro é a voz do Téo, quanto para expandir o universo.
E falando em expandir, a roteirista deu mais detalhes sobre o que mudou, como dar mais destaque aos personagens secundários da trama. Ela explicou que decidiu aumentar o universo e trazer os pontos de vistas da melhor amiga da Clarice, Laura, interpretada por Julianna Gerais, que desenvolve um papel essencial na trama, já que ela persiste até desvendar o que aconteceu com sua amiga. Além dela, o namorado da vítima, Breno, vivido por Elzio Vieira, também ganhou mais holofotes. Ele, que deixou tudo para trás para seguir o sonho na música, também tenta descobrir o que está acontecendo.
- O Téo tem a mãe, a Patrícia; tem a Marli, que é a vizinha e amiga da mãe dele. Do outro lado, você tem a Clarice com o namorado, o Breno; com a melhor amiga, a Laura; e também com a mãe e o pai. Tudo isso era para expandir, para continuar dentro do livro, mas como se você estivesse vendo coisas que não aparecem nele, porque você está só pelo ponto de vista do Téo.
Completando o raciocínio da parceira da produção, a diretora da série, Joana Jabace, também ressaltou a importância dessa mudança:
- Eu acho que essa sacada, falando do ponto de vista da direção, foi muito importante. A sacada da Claudinha de abrir o roteiro da série, dividindo os dois pontos de vista, foi um acerto muito feliz. Adaptar um livro para o audiovisual já é, por si só, um desafio muito grande, porque, na literatura, cada leitor fantasia a sua própria história, imagina o seu Téo, a sua Clarice. Acho que tivemos o desafio de, na adaptação para o audiovisual, não reduzir o universo do Rapha, e sim amplificá-lo. Isso dá mais sabor para os leitores e, para quem não leu, permite contar uma história com essa novidade que a Claudinha traz: o ponto de vista da Clarice. A adaptação tentou, e tanto eu, quanto a Claudinha, buscamos não ser redutiva.
Em seguida, Julia Dalavia, atriz que interpreta Clarice na trama, comentou como o roteiro a ajudou na construção da personagem. Ela, que também leu o livro, disse que teve mais facilidade para transmitir o que estava sentido depois que teve contato com o lado da vítima na história:
- O meu processo foi muito focado no roteiro da Cláudia, porque a gente tem a perspectiva da Clarice. Ela desenvolve isso a partir da obra do Rapha. Então, eu acho que o roteiro realmente foi a minha matéria-prima para entender mais a Clarice, porque no livro a gente a vê como uma projeção da cabeça do Téo; não conseguimos entender de fato quem ela é, o que sente, o que está pensando dentro daquela situação. Ela é vista a partir do ponto de vista do Téo.
Se você ficou com medo da adaptação estar muito diferente por conta dessa mudança, fique tranquilo! Isso porque Jaffar Bambirra, que vive Téo, contou que o livro foi o que o ajudou a entrar na cabeça do personagem, já que muitas das cenas eram iguais as da obra literária, fazendo com que ele pudesse seguir também com o que já estava escrito:
- O livro, para mim, foi basicamente uma bíblia do personagem, porque você consegue ter todos os pensamentos da cabeça dele, todas as ações. A adaptação da Cláudia é muito fiel em muitos momentos do livro. Em vários momentos, meu contato com o Rapha durante as filmagens era aquilo que eu entendia: lembrar o que o Téo do Rapha pensava. Eu ia no livro, dava uma lida e via aquilo como referência para mim.
Ele também não deixou de destacar que acredita que essa adição do ponto de vista da Clarisse na história foi essencial, já que você consegue enxergar realmente quem é Téo:
- Tinha uma coisa que a gente sempre quis, desde o texto: não romantizar essa história, não romantizar esse… não psicopata, porque acho que é um termo meio vago, mas esse personagem com essa doença. Eu acho que a gente não quis romantizar em nenhum momento, porque ele tem muitas coisas muito agressivas. Essa questão do ponto de vista é muito boa, porque, realmente, eu tenho a impressão de que só vemos o Téo de verdade no ponto de vista da Clarice. Para mim, isso foi a grande sacada da história, e a forma como a Joana conseguiu dividir os pontos de vista.
Por fim, Joana terminou falando que tentou não julgar Téo, apenas retratar a doença dele:
- Eu tentei muito não julgar moralmente o Téo. A gente tentou se colocar na cabeça do Téo, porque ele não é um sádico. O Téo não está gozando com o sofrimento da Clarice. Ele acredita numa realidade que é fantasiosa. Então, quando eles estão indo para o chalé, por exemplo, o Téo está cantando Caetano Veloso a plenos pulmões e vivendo uma história idílica de amor. E aí, quando a gente vê a cena pelo ponto de vista dele, a gente está vendo isso. Quando vemos a cena sob o ponto de vista da Clarice, ela está algemada, machucada, gritando com ele, e ele está desafinando a música. [...] A gente não teve um olhar preconcebido ou preconceituoso sobre essa doença do Téo. O Téo foi mostrado dentro da cabeça dele, através da Clarice, a gente vê a realidade.
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