Elenco de Ângela Diniz: Assassinada e Condenada relembra gravação de cena do julgamento
12/Nov/
A série Ângela Diniz: Assassinada e Condenada chega ao HBO Max nesta quinta-feira, dia 13, e conta a história de Ângela Diniz, uma socialite brasileira que foi assassinada por seu namorado, Doca Street, no ano 1976. Baseada em fatos reais, a produção retrata toda a vida da vítima e como ela se comportava antes de sua morte, além de uma sequência de cenas no tribunal.
Durante a coletiva de imprensa da qual o ESTRELANDO participou, o elenco da minissérie relembrou como foi gravar o julgamento que, de acordo com os atores, era o ponto central da mensagem e da reflexão que queriam trazer para os telespectadores.
Segundo o diretor Andrucha Waddington, a intenção era mostrar como foi aquele tribunal na época, trazendo uma versão dele.
- A gente acompanha a Ângela, vê quem ela é até o assassinato e depois se envolve com a versão sendo feita a partir do que é dito, do que é suposto, do que é falado... e é uma coisa que continua acontecendo até hoje, é igual. Então eu acho que esse é o ponto central, de trazer essa série, dela ser tão contemporânea apesar de ter acontecido há 49 anos. Parece que foi ontem, se você olha, se você lê os jornais hoje... continua acontecendo talvez da mesma maneira.
Camila Márdila, atriz que interpreta uma das melhores amigas de Ângela, também destacou como o julgamento aconteceu. Para ela, tudo o que foi dito durante a audiência descontextualizou a vítima, algo que foi bem retratado na série:
- Tem um aspecto pior: o julgamento descontextualiza a Ângela. Ele pega a pessoa para justamente manipular e atacar, e a gente vive muito isso hoje nessa sociedade. O que se fala e o que se faz é descontextualizado para servir a algum tipo de ataque e é o movimento que a gente vê no julgamento.
Ainda para ela, gravar aquelas cenas a deixou inquieta, já que, como mulher, deu para sentir na pele a injustiça:
- As mulheres são personagens que estão presentes no julgamento e é uma coisa que fica ali entre a personagem e nós mesmas nessa escuta, porque é muito angustiante. Você não consegue ficar quieta na cadeira ouvindo, porque as falas eram aquelas. A gente sabe que é encenação, mas mesmo assim é aquele negócio que te faz falar assim: Mas cala a boca, mas não é bem isso!
Yara de Novaes vive a mãe da protagonista e também comentou sobre a cena. Assim como Camila, esses pontos também a incomodaram, mas houve outra coisa que chamou sua atenção: um tribunal majoritariamente masculino.
- É um tribunal masculino, quase todos homens e com dois juristas amigos. Então eles tinham uma retórica perfeita, inclusive gerando humor em relação a toda essa tragédia, esse assassinato. Realmente a gente estava enojada, as três.
Assim como a própria obra destaca, algumas coisas foram alteradas para aumentar a dramatização, seja a inserção de novas personagens inspiradas em pessoas reais, ou momentos que não ocorreram. No caso de Yara foi a participação da mãe de Ângela no tribunal, algo que não ocorreu no crime real, que foi transmitido na televisão. Para a atriz, vivenciar aquele momento, mesmo ciente de que era apenas uma gravação, foi doloroso:
- Eu fiquei imaginando, como mãe, ouvindo tudo aquilo, sofrendo aquele luto, uma filha que foi assassinada, uma filha linda que ela amava muitíssimo e ouvindo todas aquelas atrocidades que colocava uma Ângela no papel. Uma loucura, é uma loucura.
Andrucha também destacou que tudo dito e retratado no tribunal é verdadeiro. As falas, por exemplo, foram retiradas do próprio julgamento televisionado e das transcrições. Ele ainda contou como foram feitas as gravações, explicando em detalhes o processo:
- Foi integralmente baseado no julgamento, nos áudios do julgamento, nas transcrições dos depoimentos. A gente filmou em atos, fez o primeiro, o segundo, o terceiro... eram quatro atos que a gente fez em ordem cronológica e ia dando uma angústia muito grande! O tribunal é uma chacrinha, era uma zona, um pessoal torcendo e a chamando de piranha para baixo e os outros que tinham o Doca [como alvo]. Foi uma filmagem o Emílio impactado ali sentado, as meninas... eu me lembro assim do olhar das mulheres. Foi um negócio tão real ao filmar e dava muito nervoso.
Em seguida, foi a vez de Emílio Dantas, ator que interpreta Doca Street, o assassino de Ângela Diniz, vivida por Marjorie Estiano, relembrar sobre as gravações:
- Eu até ia contextualizar como essa dinâmica era. A cada dia o Andrucha fazia cobertura geral do que seria o depoimento de um dos personagens. No primeiro dia era o depoimento do Doca, então a gente passava um dia mastigando aquele depoimento, do início do dia ao fim do dia, por diversos ângulos e diversos planos. E ao final do dia entrava em cena quem seria o depoimento do dia seguinte para fazer um plano geral e aí o Andrucha atava no dia seguinte o que eu queria de planos, disse ele, que continuou explicando como mergulharam nessas cenas:
- E quando aquele cansaço todo batia, todas as reflexões possíveis tinham vindo à mente, entrava o [Antônio] Fagundes para fazer a defesa e aí voltava a ser uma aula para nós atores e ver um plano geral sendo feito, sem interrupção, sem nada. E aí, no dia seguinte, você pegava aquele texto que você ficou maravilhado e remoendo até você tirar um suco de que você concorda e discorda, e vinha uma outra pessoa [para te fazer repensar], e foi isso a semana inteira. Realmente foi um processo muito rico.
Outro ponto destacado pelo diretor foi a escolha de trazer diálogos silenciosos para a produção. Segundo ele, a reação dos personagens adiciona ainda mais à trama, mostrando mesmo sem dizer nada a indignação, a raiva, o medo e todos os sentimentos que eles poderiam estar sentindo:
- O jeito que a gente escolheu filmar foi muito rico, porque tem muito diálogo silencioso. O diálogo não está em quem está falando, mas está em quem está assistindo aquilo e está revoltado. No geral, o diálogo silencioso é um negócio muito rico. Então, assim, não necessariamente na dramaturgia a câmera deve estar em quem fala, mas nesse caso, principalmente no julgamento, era uma estrutura de narrativas onde havia muito diálogo silencioso por trás. Acredito que isso tenha na série inteira, a gente tem uma coisa acontecendo e você tem um subtexto acontecendo pelos olhares dos demais personalistas.
Cuidado em contar a história
Para a cena do tribunal funcionar, eles também tiveram que ter outros cuidados, tanto para a própria narrativa, quanto para respeitar a trágica história da protagonista. Andrucha, por exemplo, destacou que a equipe teve muito cuidado ao contar a história de Ângela, e quis evitar transformar o que aconteceu em espetáculo:
- Esse foi o cuidado que a gente teve o tempo todo, tanto que os cinco primeiros episódios mostram essa mulher vivendo na sua plenitude, enfrentando todas os dilemas, as dificuldades que a sociedade apresentava para ela. Tiveram muito cuidado para a gente ter essa evolução para gente poder ter a versão final. A gente teve essa preocupação de não transformar em espetáculo. O que foi o grande espetáculo, o circo, foi o julgamento. A série tenta mostrar uma mulher livre, fora do que é na época, e de repente ela tem um julgamento que inverte toda a história e cria uma versão.
Visto isso, eles tiveram que escolher como iam retratar o crime, a cena do assassinato. O diretor explicou que optaram por não mostrar o que aconteceu para não impactar no julgamento do próprio telespectador:
- Tem de primeira a cena que aparece na série o assassinato, que é a escolha do que não mostrar. Escolher o que não mostrar é dizer muito. A cena do assassinato acontece de fato no final do episódio cinco, mas no episódio um você tem um preview, a gente optou por não mostrar porque ninguém sabe o que aconteceu de fato.
Já para Emílio, a possibilidade de ter uma cena em que mostrava o crime sendo cometido o preocupava, já que teria que mostrar uma intenção:
- Era uma preocupação muito grande minha, a gente teria que assumir alguma intenção e eu não queria de jeito nenhum assumir a responsabilidade de entregar o que o Doca estaria sentindo no momento, porque eu acho que isso atrapalha todo o nosso exercício de julgamento, dá um direcionamento muito grande ao que se pensar, finaliza o ator.
-
Roberto Carlos vai à missa de sétimo dia da irmã, que morreu aos 90 anos de idade
-
Zulma inventa para Candinho que está esperando um filho dele. Saiba o que vai acontecer em ...
-
Mel Lisboa, Samuel de Assis, Osmar Prado e mais famosos se reúnem em evento no Rio de Janeir...
-
Está confirmado! Netflix anuncia segunda temporada de Os Donos do Jogo
-
Tori Spelling fala pela primeira vez sobre separação de Dean McDermott: Continuaremos amigo...
-
Muita fofura! Bianca Andrade mostra reação de Cris ao novo integrante da família
-
Personagem de Amanda Seyfried quebra tudo em novo trailer de A Empregada; assista!
-
Britney Spears explica sumiço das redes sociais após causar preocupação aos fãs
-
Diddy está trabalhando na capela da prisão e aparece irreconhecível
-
Ex-namorada de Jonathan Couto abre o jogo sobre fim do relacionamento com o cantor
