Jairo de Vai Na Fé, Lucas Oradovschi confessa semelhança com personagem: - Não tive referências masculinas positivas
28/Abr/
A novela das sete da TV Globo, Vai Na Fé, já está quase chegando ao fim, mas sem dúvidas vai deixar aquele gostinho de saudade, né? Pensando nisso, o ESTRELANDO conversou com um dos atores que roubou os holofotes para si, Lucas Oradovschi.
Com 20 anos de carreira no teatro, o ator enfrentou o desafio de dar vida ao segurança de Lui Lorenzo, vivido por José Loreto. Na pele de Jairo, Lucas se viu em um momento importante para o público, abordando questões de comportamento masculino. No bate-papo, o artista confessou que está muito grato por todo o carinho que tem recebido dos telespectadores e confessou:
- Eu não imaginava que o Jairo fosse fazer esse sucesso todo. Não imaginava que ele fosse se desenvolver enquanto personagem para esse lugar que ele está hoje. Ele começou a novela como um cara sisudo, misterioso, com uma possibilidade até de ir para o lado dos vilões, uma postura muito reprovável com a Ivy [interesse romântico do personagem e a quem Azzy deu vida]. E esse é o primeiro grande assunto que veio do personagem, então colocou o Jairo em um outro lugar, em um lugar que teve impacto no público, já no início. E eu fiquei muito satisfeito de poder, enquanto artista, enquanto ator, de poder ajudar a provocar ainda mais esse debate sobre masculinidade, masculinidade tóxica e sobre outros caminhos possíveis de masculinidade.
Buscando provocar ainda mais debates sobre o comportamento de alguns homens, Lucas confessou que conseguiu se conectar com o personagem em alguns aspectos, já que viveu algumas situações parecidas ao longo da vida:
- Acho que é muito comum homens terem atitudes, condutas reprováveis, condutas erradas, muitas vezes criminosas nas relações do dia a dia, no cotidiano com as mulheres. Isso precisa ser revisto. Isso é de uma extrema urgência. [...] Eu não tive referências masculinas positivas à minha volta, na minha infância, no meu início de juventude. Na minha família ou no entorno da minha família. Eu fui criado por mulheres e não tinha referências masculinas em casa ao próximo. Então, eu fui catando, aos trancos e barrancos, referências de masculinidade. [...] E compus um referencial terrível de como ser homem no mundo assim quando eu começo minha vida jovem, minha vida adulta, vinte anos, vinte e poucos anos. Eu reproduzia muitos machismos. Não, acho que continuo reproduzindo e trabalhando para não reproduzi-los mais.
Vivendo um triângulo amoroso com Bruna, personagem de Carla Cristina Cardoso, o ator entregou o que ele espera desse possível casal:
- Eu estou há muito tempo torcendo já, desde a primeira vez que rolou um flerte da Bruna com o Jairo. [...] Eu torço para que o Jairo aprenda e desenvolva repertório para lidar com essa mulher incrível que é a Bruna. Estou torcendo para eles terminarem juntos, sim.
E se você acha que vai ficar com saudades do ator, saiba que não vai! Ele está, atualmente, trabalhando em um novo projeto solo para voltar aos palcos do teatro. Ainda sob o nome Um Pássaro não é uma Pedra, a trama retratará a experiência de um teatro comunitário em um campo de refugiados da Palestina. O ator decidiu dar voz ao projeto após conhecê-lo há alguns anos e produzir uma pesquisa premiada pelo Fomento à Cultura Carioca da Secretaria Municipal de Cultura.
A produção está prevista para estrear em novembro e deve rodar alguns teatros no Rio de Janeiro, trazendo uma nova história cheia de cultura e aprendizados que prometem encantar o público.
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