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Publicada em 19/12/2024 às 01:01 | Atualizada em 19/12/2024 às 15:56

O filme Mufasa: O Rei Leão traz à tona a essência do clássico O Rei Leão, mas enfrenta desafios

O longa conta a história da origem do icônico herói da Disney

Fernanda Barreiros

Divulgação

O filme Mufasa: O Rei Leão é uma tentativa de expandir o universo de O Rei Leão, longa de 1994, trazendo a história da origem sobre o pai de Simba, Mufasa. Embora o conceito de explorar o passado de Mufasa seja interessante e traga uma nova perspectiva sobre um dos personagens mais icônicos da animação, o filme apresenta alguns desafios.

Por um lado, a animação continua impressionante, com gráficos que mesclam realismo e fantasia, algo já explorado no live-action de O Rei Leão, de 2019. No entanto, o uso da tecnologia e a estética hiper-realista acabam criando certa desconexão emocional com os personagens do desenho animado, como já aconteceu no filme anterior, já que, nesses casos, existe a impossibilidade de reproduzir expressões faciais mais sutis, gerando um pouco de perda da conexão que os espectadores costumam ter com personagens em animações tradicionais.

O enredo, que explica a origem de Mufasa e sua jornada para se tornar o rei, é repleto de momentos emocionantes, como, por exemplo, seu medo de água após o trauma que sofreu por se separar de sua família devido a uma enchente. A escolha de adicionar camadas à narrativa, como a relação de Mufasa com seu irmão Scar, é válida, embora em alguns momentos a história dependa da nostalgia proveniente dos sucessos anteriores.

O que realmente toma o filme para si e constrói uma linguagem fácil com o público são os personagens Timão e Pumba. Os dois, mais uma vez, assumem o papel do alívio cômico para o roteiro mais denso, que traz críticas sociais como fome, seca, enchentes, preconceito dentro outros. Além disso, eles são uma ótima maneira de criar conexão com o primeiro filme, trazendo esporadicamente os fãs para a história que todos já conhecem. 

No geral, Mufasa entrega bom entretenimento, principalmente nas inserções de Timão e Pumba - que seguem como os melhores personagens desse universo reimaginado digitalmente. Até Kiara, que normalmente seria usada apenas como um recurso de narrativa, apresenta momentos de emoção que se destacam, já que na trama a filha de Simba e Nala é deixada aos cuidados de Timão, Pumba e Rafiki durante uma tempestade e, para distraí-la, o babuíno conta à menininha a história de um leão muito corajoso: Mufasa, seu avô.

A questão surge realmente na segunda metade do filme. Por mais que Mufasa seja o nome principal do enredo, seria necessário compreender melhor as histórias de Taka, irmão adotivo de Mufasa, e Sarabi, que são figuras de extrema importância na história. Também faltou compreender melhor a raiva de Taka com o irmão. 

Na conta final, vale a pena assistir ao longa. Você se sente dentro do reino e de todas as dificuldades que o leão teve que sofrer para conquistar seu espaço como rei. Além disso, a beleza visual e o detalhamento dos cenários naturais continuam a encantar, transportando o público para uma África selvagem e majestosa. Embora não consiga superar a obra-prima original, o que, convenhamos, é um trabalho extremamente complexo, o filme consegue, de maneira tocante, trazer à tona a essência de O Rei Leão e reafirma a importância de lealdade, coragem e família.

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O filme <i>Mufasa: O Rei Leão</i> traz à tona a essência do clássico <i>O Rei Leão</i>, mas enfrenta desafios

O filme Mufasa: O Rei Leão traz à tona a essência do clássico O Rei Leão, mas enfrenta desafios

26/Mar/

O filme Mufasa: O Rei Leão é uma tentativa de expandir o universo de O Rei Leão, longa de 1994, trazendo a história da origem sobre o pai de Simba, Mufasa. Embora o conceito de explorar o passado de Mufasa seja interessante e traga uma nova perspectiva sobre um dos personagens mais icônicos da animação, o filme apresenta alguns desafios.

Por um lado, a animação continua impressionante, com gráficos que mesclam realismo e fantasia, algo já explorado no live-action de O Rei Leão, de 2019. No entanto, o uso da tecnologia e a estética hiper-realista acabam criando certa desconexão emocional com os personagens do desenho animado, como já aconteceu no filme anterior, já que, nesses casos, existe a impossibilidade de reproduzir expressões faciais mais sutis, gerando um pouco de perda da conexão que os espectadores costumam ter com personagens em animações tradicionais.

O enredo, que explica a origem de Mufasa e sua jornada para se tornar o rei, é repleto de momentos emocionantes, como, por exemplo, seu medo de água após o trauma que sofreu por se separar de sua família devido a uma enchente. A escolha de adicionar camadas à narrativa, como a relação de Mufasa com seu irmão Scar, é válida, embora em alguns momentos a história dependa da nostalgia proveniente dos sucessos anteriores.

O que realmente toma o filme para si e constrói uma linguagem fácil com o público são os personagens Timão e Pumba. Os dois, mais uma vez, assumem o papel do alívio cômico para o roteiro mais denso, que traz críticas sociais como fome, seca, enchentes, preconceito dentro outros. Além disso, eles são uma ótima maneira de criar conexão com o primeiro filme, trazendo esporadicamente os fãs para a história que todos já conhecem. 

No geral, Mufasa entrega bom entretenimento, principalmente nas inserções de Timão e Pumba - que seguem como os melhores personagens desse universo reimaginado digitalmente. Até Kiara, que normalmente seria usada apenas como um recurso de narrativa, apresenta momentos de emoção que se destacam, já que na trama a filha de Simba e Nala é deixada aos cuidados de Timão, Pumba e Rafiki durante uma tempestade e, para distraí-la, o babuíno conta à menininha a história de um leão muito corajoso: Mufasa, seu avô.

A questão surge realmente na segunda metade do filme. Por mais que Mufasa seja o nome principal do enredo, seria necessário compreender melhor as histórias de Taka, irmão adotivo de Mufasa, e Sarabi, que são figuras de extrema importância na história. Também faltou compreender melhor a raiva de Taka com o irmão. 

Na conta final, vale a pena assistir ao longa. Você se sente dentro do reino e de todas as dificuldades que o leão teve que sofrer para conquistar seu espaço como rei. Além disso, a beleza visual e o detalhamento dos cenários naturais continuam a encantar, transportando o público para uma África selvagem e majestosa. Embora não consiga superar a obra-prima original, o que, convenhamos, é um trabalho extremamente complexo, o filme consegue, de maneira tocante, trazer à tona a essência de O Rei Leão e reafirma a importância de lealdade, coragem e família.