Lexa vem vivendo um luto incurável após a perda de sua filha, Sofia, três dias depois de seu nascimento. A bebê, fruto do relacionamento da cantora com Ricardo Vianna, veio a óbito após Lexa sofrer uma pré-eclâmpsia aos seis meses de gestação.

Em uma conversa no programa Conversa com Bial que foi ao ar na noite de segunda-feira, dia 5, a cantora abriu o coração sobre o luto e seus sentimentos após a perda.

- Eu sabia que eu era forte, mas não sabia que era tanto. Antigamente eu ficava sempre em dúvida, e hoje eu tenho muita certeza das coisas na minha vida. Hoje eu sei que sou muito forte, iniciou.

- Quando tudo aconteceu em relação à Sofia a primeira coisa que a gente faz é perguntar por quê. Por que comigo? Tanta gente que não quer filhos e eu que quero. Você começa a questionar até Deus, continuou.

- Depois vem a fase de eu não sou suficiente, meu corpo não era suficiente para a minha filha. Minha pressão subiu exatamente por conta da placentação que não era tão boa. Então ficou uma sensação de incapacidade, não sou quem ela merecia. Com o passar do tempo, eu pensei: Não posso fazer isso, me culpar, explicou.

Ainda durante o bate-papo com Pedro Bial, apresentador do programa, Lexa reviveu o momento mais difícil durante o parto:

- O processo final da UTI, quando fui ter o parto da minha filha, os meus órgãos começaram a entrar em falência. Porque eu estava chegando no meu limite para tentar tê-la na minha barriga. E os médicos falavam: Temos que salvar a árvore. Óbvio que vamos tentar salvar o fruto, mas a gente precisa salvar a árvore. Ficava em pânico porque eu queria que salvassem a minha filha, mas não tinha muito o que fazer. 

A cantora também explicou que descobriu a pré-eclâmpsia em um exame de rotina e logo foi internada. Nesse momento percebeu que já teria a sua filha, mesmo iniciando o sexto mês de gestação.

- Eu fui fazer a morfológica (ultrassonografia) no segundo trimestre. Quando a médica viu que o meu bio marcador estava completamente estourado, ela disse: Interna agora. Mas eu disse: Só estou sentindo a minha mão dormente. Entendi que de uma hora para outra, acabou, o neném entra em sofrimento. Eu e o bebê estávamos em risco de vida altíssimo. Peguei o primeiro voo de manhã e fui para São Paulo. Quando eu internei, eu sabia que dali eu não sairia sem ter o parto. Estava com 23 semanas quando internei. Estava entrando no sexto mês.

- Não tem como superar um filho, é insuperável. Você aprende a conviver com essa dor. E é muito importante ter um parceiro do nosso lado. O Ricardo foi um grande parceiro, mas têm mulheres que não tem um grande parceiro do seu lado e tem que lidar com isso sozinhas, comentou sobre o apoio de seu marido.

Lexa também contou que quando descobriu a morte de Sofia não quis falar com ninguém. Chegou a pegar a filha no colo, sentir seu peso, mas em seguida, quis apagar tudo, toda a dor. Coube a sua mãe, Darling, guardar as lembranças, algo que aliviou a cantora.

-  Peguei minha filha pela primeira vez, peguei para sentir o pesinho dela, e olhei para cada detalhe dela. Virei as costas, deixei minha filha para trás, e disse: Eu não quero ver mais nada! Nesse momento que você perde, você não quer ver ninguém. Não queria falar com ninguém, nem meus melhores amigos. Queria ficar sozinha. E hoje dou graças a Deus por minha mãe ter guardado a toquinha. Isso hoje me aquece o coração. Imagina se num impulso eu tivesse apagado tudo, jogado tudo fora. Ia ser o maior arrependimento da minha vida.

Ao final o do programa, Lexa e Bial conversaram sobre a continuação da carreira da cantora, a volta aos palcos e novos projetos. A cantora, nesse momento, revelou que sua nova música Você e Eu, é o segredo para manter a ligação entre ela e sua filha.

- Eu sou funkeira. Como vou voltar a cantar funk nesse momento da minha vida? Preciso parar o meu mundo e fazer para ela. Toda vez que canto essa música, Você e Eu, é um abraço que eu dou e eu transformei isso em amor. O luto vem cheio de escuro que com o passar do tempo a luz vem tomando conta. A música é uma luz na minha vida e que ela seja luz na vida das pessoas. Que seja o início de um novo recomeço, agora com uma mulher mais forte, mais certa da vida, concluiu.