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Publicada em 21/05/2025 às 18:40 | Atualizada em 21/05/2025 às 19:19

Danni Suzuki rompe barreiras no cinema e destaca protagonismo feminino e asiático: É também um gesto político

A atriz conquistou o marco histórico de ser a primeira brasileira de ascendência asiática a ter um papel principal em um longa nacional

Tabatha Maia e Jozienne Moura

Divulgação

Aos 46 anos de idade e com mais de três décadas de carreira, Danni Suzuki segue expandindo fronteiras no audiovisual e reafirmando seu papel como referência de representatividade e engajamento social. Em 2024, ela conquistou um marco histórico: tornou-se a primeira atriz brasileira de ascendência asiática a protagonizar um longa-metragem nacional, o drama psicológico Segredos, disponível no Prime Video e na Apple TV, que trata das sutilezas das relações de poder e controle, e já recebeu prêmios como Melhor Filme de Drama no Monthly Film Festival, na Sérvia, e no Marbella International Film Festival, na Espanha.

Falado em inglês e premiado internacionalmente, o filme marca não apenas uma conquista artística, mas também um avanço simbólico em termos de diversidade no cinema brasileiro, o que para a famosa é como um gesto político: 

É também um gesto político. Um indicativo de que nós merecemos espaço, visibilidade e centralidade. É sobre abrir caminho, não apenas para mim, mas para uma geração inteira que cresceu sem se ver nas telas. 

A relevância do feito ganha ainda mais força diante de um dado incontornável: o Brasil é lar da maior comunidade de descendentes de japoneses fora do Japão,  mais de dois milhões de pessoas, e ainda assim, figuras asiáticas raramente são vistas em papéis centrais na televisão e no cinema. 

O cinema nacional precisa refletir a diversidade real do país. Ser escolhida para esse papel é também romper com uma narrativa de invisibilidade. Minha presença ali acabou funcionando como provocação: por que demorou tanto?, questiona a atriz.

Representatividade e protagonismo que passam mensagens 

Em 2025, a famosa estará em outros dois novos projetos de forte impacto social. Na série (In)Vulneráveis, do Canal E!, ela interpretará uma médica que atua na linha de frente do Sistema Único de Saúde (SUS), enfrentando os dilemas estruturais e emocionais do cotidiano. 

É uma produção necessária por trazer à tona realidades frequentemente ignoradas, uma oportunidade de não só humanizar a figura do médico, mas também revelar os desafios enfrentados no dia a dia, como a falta de recursos, a pressão emocional e a luta por condições dignas de trabalho. Valorizar o papel desses profissionais na construção de uma saúde mais justa e acessível. 

Já em Capoeiras, nova série original do Disney+, Danni viverá em plena ditadura militar, para dar vida a uma narrativa de resistência cultural centrada na capoeira. Baseada no livro A Balada de Noivo-da-Vida e Veneno-da-Madrugada, a produção explora identidade, pertencimento e ancestralidade. 

A capoeira é, além de luta e dança, linguagem, memória e sobrevivência. Integrar o elenco de uma produção como essas é assumir essa força, além de ser uma reconexão com raízes e com a nossa própria cultura brasileira, que é tão diversa, explica. 

Compromisso além das telas

Danni também tem levado sua voz para além das telinhas e telonas. Professora no curso de pós-graduação Influência Digital: Conteúdo e Estratégia da PUC-RS, ela compartilha sua experiência com futuros comunicadores. Além de ser presença frequente como palestrante em eventos nacionais e internacionais. Chique, não é? Ela foi recentemente nomeada apoiadora da ACNUR, a agência da ONU para refugiados. Em sua mais recente participação internacional, palestrou em Paris sobre liderança feminina. 

A atuação fora das câmeras é, pra mim, uma continuação natural do trabalho artístico. Quando você entende o impacto que a sua voz pode ter, passa a olhar para o mundo com outra responsabilidade. Estar em sala de aula, dividir experiências, ouvir outras trajetórias, tudo isso me reorienta, me tira do centro e me lembra que o conhecimento é sempre troca. O mesmo vale para quando estou em encontros internacionais, discutindo temas como protagonismo feminino ou a busca de autonomia e identidade. Não é sobre ocupar espaços por ocupar, mas sobre o que se faz com esses espaços. A evolução individual é sempre importante mas as grandes transformações só acontecem quando o movimento é coletivo. Cada um de nós precisa desenvolver suas melhores habilidades, mas nunca apenas para si: para promover uma transformação de toda humanidade. Eu levo isso muito a sério, finaliza. 


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Danni Suzuki rompe barreiras no cinema e destaca protagonismo feminino e asiático: <i>É também um gesto político</i>

Danni Suzuki rompe barreiras no cinema e destaca protagonismo feminino e asiático: É também um gesto político

21/Mai/

Aos 46 anos de idade e com mais de três décadas de carreira, Danni Suzuki segue expandindo fronteiras no audiovisual e reafirmando seu papel como referência de representatividade e engajamento social. Em 2024, ela conquistou um marco histórico: tornou-se a primeira atriz brasileira de ascendência asiática a protagonizar um longa-metragem nacional, o drama psicológico Segredos, disponível no Prime Video e na Apple TV, que trata das sutilezas das relações de poder e controle, e já recebeu prêmios como Melhor Filme de Drama no Monthly Film Festival, na Sérvia, e no Marbella International Film Festival, na Espanha.

Falado em inglês e premiado internacionalmente, o filme marca não apenas uma conquista artística, mas também um avanço simbólico em termos de diversidade no cinema brasileiro, o que para a famosa é como um gesto político: 

É também um gesto político. Um indicativo de que nós merecemos espaço, visibilidade e centralidade. É sobre abrir caminho, não apenas para mim, mas para uma geração inteira que cresceu sem se ver nas telas. 

A relevância do feito ganha ainda mais força diante de um dado incontornável: o Brasil é lar da maior comunidade de descendentes de japoneses fora do Japão,  mais de dois milhões de pessoas, e ainda assim, figuras asiáticas raramente são vistas em papéis centrais na televisão e no cinema. 

O cinema nacional precisa refletir a diversidade real do país. Ser escolhida para esse papel é também romper com uma narrativa de invisibilidade. Minha presença ali acabou funcionando como provocação: por que demorou tanto?, questiona a atriz.

Representatividade e protagonismo que passam mensagens 

Em 2025, a famosa estará em outros dois novos projetos de forte impacto social. Na série (In)Vulneráveis, do Canal E!, ela interpretará uma médica que atua na linha de frente do Sistema Único de Saúde (SUS), enfrentando os dilemas estruturais e emocionais do cotidiano. 

É uma produção necessária por trazer à tona realidades frequentemente ignoradas, uma oportunidade de não só humanizar a figura do médico, mas também revelar os desafios enfrentados no dia a dia, como a falta de recursos, a pressão emocional e a luta por condições dignas de trabalho. Valorizar o papel desses profissionais na construção de uma saúde mais justa e acessível. 

Já em Capoeiras, nova série original do Disney+, Danni viverá em plena ditadura militar, para dar vida a uma narrativa de resistência cultural centrada na capoeira. Baseada no livro A Balada de Noivo-da-Vida e Veneno-da-Madrugada, a produção explora identidade, pertencimento e ancestralidade. 

A capoeira é, além de luta e dança, linguagem, memória e sobrevivência. Integrar o elenco de uma produção como essas é assumir essa força, além de ser uma reconexão com raízes e com a nossa própria cultura brasileira, que é tão diversa, explica. 

Compromisso além das telas

Danni também tem levado sua voz para além das telinhas e telonas. Professora no curso de pós-graduação Influência Digital: Conteúdo e Estratégia da PUC-RS, ela compartilha sua experiência com futuros comunicadores. Além de ser presença frequente como palestrante em eventos nacionais e internacionais. Chique, não é? Ela foi recentemente nomeada apoiadora da ACNUR, a agência da ONU para refugiados. Em sua mais recente participação internacional, palestrou em Paris sobre liderança feminina. 

A atuação fora das câmeras é, pra mim, uma continuação natural do trabalho artístico. Quando você entende o impacto que a sua voz pode ter, passa a olhar para o mundo com outra responsabilidade. Estar em sala de aula, dividir experiências, ouvir outras trajetórias, tudo isso me reorienta, me tira do centro e me lembra que o conhecimento é sempre troca. O mesmo vale para quando estou em encontros internacionais, discutindo temas como protagonismo feminino ou a busca de autonomia e identidade. Não é sobre ocupar espaços por ocupar, mas sobre o que se faz com esses espaços. A evolução individual é sempre importante mas as grandes transformações só acontecem quando o movimento é coletivo. Cada um de nós precisa desenvolver suas melhores habilidades, mas nunca apenas para si: para promover uma transformação de toda humanidade. Eu levo isso muito a sério, finaliza.