-
Divulgação Um épico dramático para contar a história de duas mulheres que crescem no sertão nordestino na década de 1930. Nesta segunda-feira, dia 2, a pré-estreia do longa Entre Irmãs chegou a São Paulo com a presença do diretor Breno Silveira e do elenco recheado de estrelas. Na trama, Marjorie Estiano e Nanda Costa vivem na pele das irmãs e costureiras Emília e Luzia, respectivamente, órfãs criadas pela tia, papel de Cyria Coentro, que num cenário machista e hostil vivem destinos paralelos, mas conectadas pelas notícias do cangaço nos periódicos da época. Embora passem boa parte da história separadas, os momentos em que as duas atrizes contracenam são de pura intensidade. - Eu acho que a gente teve um tempo muito justo de trabalho, de laboratório, de ensaio. Então, a gente não teve muita cerimônia com a entrega, com o exercício daquilo, explicou Marjorie durante coletiva de imprensa.
-
Divulgação Enquanto a irmã sonha com o príncipe encantado, a personagem de Nanda Costa se mostra mais dura em relação ao acontecimentos da vida. Ainda na infância, Luzia cai de uma árvore e passa a apresentar um problema no braço, o que lhe rende o apelido maldoso de Vitrolinha. Com a percepção de que a Emília um dia a deixaria naquele lugar inóspito do Nordeste brasileiro, ela acaba de aliando a um bando de cangaceiros liderado por Carcará, interpretado por Julio Machado. - Eu admiro muito o trabalho da Marjorie, sempre admirei. Eu fiquei muito feliz quando eu soube que ela seria a Emília, revelou a atriz, que também elencou outro fator de peso na imersão feita para realização do trabalho. - Acho que o sertão foi um grande personagem com quem eu contracenei. Porque o calor trazia esse peso, esse corpo, esse tempo diferente, analisou.
-
Divulgação Na pele de Emília, a personagem de Marjorie até consegue o príncipe desejado e a ida para morar na cidade. Acontece que o marido, Degas, vivido por Rômulo Estrela, tem questões sexuais delicadas para a época, o que deixa a moça do interior extremamente frustrada no casamento e na tão sonhada vida cosmopolita. Ainda assim, Emília segue em frente. - Ela é uma mistura de força e delicadeza ao mesmo tempo. Porque a força geralmente a gente associa a algo que é mais impositivo, e ela (Emília) contorna tudo. Ela absorve tudo o que aparece, todas as frustrações, os obstáculos, impedimentos. Ela absorve aquilo e ela distingue, ela separa o que é dela e o que é do outro, explicou a atriz.
-
Divulgação Outra presença impactante na trama acontece quando Letícia Colin entra em cena. A atriz interpreta Lindalva, uma jovem urbana que desfruta de uma liberdade pouco comum para as mulheres da época. Ela surge para ampliar a compreensão de mundo de Emília, a ponto de apaixonar-se pela personagem vivida por Marjorie Estiano. - A Lindalva está tão à frente que eu acho que ela não sentia como algo errado ou diferente. Ela queria viver só. Ela estava acima desses julgamentos. É uma personagem com um coração muito livre, muito lindo. Foi muito gostoso fazê-la assim, revela.
-
Divulgação Um personagem que imprime ainda mais drama à história é o de Rômulo Estrela. No papel de Degas, um jovem rico da capital, ele vive sob a tensão de que o romance mantido em segredo com o amigo Felipe, interpretado por Gabriel Stauffer, venha à tona. Para proteção, ele acaba se casando com Emília. O ator se sentiu orgulhoso do papel desempenhado. - Eu fui um pouco guiado pela Marjorie. Eu acho que esses dois personagens se identificam muito com os seus quereres. Ela em busca de uma vida, em busca de um sonho, e ele também em busca de viver o verdadeiro amor que ele sente, que é genuíno. Foi um prazer enorme como ator fazer esse personagem e contracenar com a Marjorie, declarou Rômulo.
-
Divulgação Julio Machado, o segundo da direita para a esquerda, também deixou a sua marca na trama nordestina. O ator deu vida a Carcará, líder de um bando de cangaceiros que age sob as próprias leis na região onde viviam as duas irmãs. Supersticioso, em uma de suas ações na comunidade ele acaba exigindo que Luzia entre para o grupo subversivo, traçando assim o destino da personagem de Nanda Costa. Julio aproveitou o momento para explicar qual foi o seu processo na busca pela humanização do fora da lei. - A figura do Lampião é inevitável quando se vai contar a história de um cangaceiro que é líder de um bando. Breno (o diretor) sempre foi muito criterioso nesse sentido: Nós não estamos contando a história de Lampião. Então existiu uma liberdade para que eu me alimentasse não só daquele ícone, explicou o ator, que também disse ter recorrido aos livros para esse processo de construção.
-
Divulgação Diretor de 2 Filhos de Francisco e Gonzaga: de Pai para Filho, Breno Silveira comanda o quinto longa da carreira com Entre Irmãs. A história é uma adaptação do livro A Costureira e o Cangaceiro, de Frances de Pontes Peebles, que também compareceu ao encontro com a imprensa. O filme é o primeiro de Breno protagonizado por mulheres, que é pai de duas filhas e aproveitou para contar a influência delas no trabalho realizado. - Eu perdi a minha mulher quando elas ainda era muito jovens e convivo demais com elas. Eu comecei a descobrir que a minha filha mais nova (Valentina) era muito Luzia. Ela é taurina e parte para as coisas, não está muito preocupado com o que vai acontecer. E tem a filha mais velha, Olívia, que por acaso é costureira, trabalha e estuda moda. Ela fica ali costurando e sempre sonhando, parecida demais com Emília, porque ela tem um sonho tão grande com o que vai acontecer com ela, que eu até fico com medo do que possa acontecer, comparou Breno.
-
Divulgação Entre Irmãs chega aos cinemas nacionais no dia 12 de outubro. O filme também foi selecionado para o Festival do Rio, como integrante da mostra Hors Concurs (Fora de Competição). O evento acontece entre os dias 5 e 15 de outubro.