Viúva de Erasmo Carlos afirma que a TV ligou sozinha quando o apresentador dizia o nome do cantor. Confira as declarações de saudade feitas por ela
Fernanda Esteves não tem papas na língua em suas redes sociais
04/Jan/2023
Da Redação

No dia 23 de novembro de 2022, o Brasil inteiro se chocou com a morte do cantor Erasmo Carlos. Aos 81 anos de idade, o Tremendão partiu e deixou muitas saudades - principalmente no coração da amada, Fernanda Esteves. Desde então, a viúva do artista compartilhou muitos textos emocionantes dedicados ao artista. Em 3 de janeiro de 2023, ela afirmou que a TV de sua casa ligou sozinha e, na mesma hora, o apresentador do programa citou o nome de Erasmo. Meu amor, lembra que quando nos mudamos a TV ligava sozinha todos os dias? A gente chamou o Gamba, ele não conseguiu descobrir, nos habituamos e ela parou sozinha de fazer isso. Durante toda sua internação e esses dias após a sua morte, a TV nunca ligou, até esqueci que ela fazia isso. Bom, hoje aconteceu, quando vim para a sala estava passando o cortejo do Pelé. Deixei ligada e fiquei aqui no chão do escritório, no meu lugar favorito da casa e perto de você. O Cléber Machado falou no seu nome. Não acho que seja um sinal, e sim uma coincidência... Você era tão especial para tanta gente. Meu orgulho! Preciso consertar a TV. A seguir, confira outras declarações.

Em outra ocasião, ela relembrou conversas que teve com o amado e revelou que não costumavam falar muito sobre morte. Dei uma estagnada esta semana. Alguém talvez diga que é uma fase do luto. Afinal, quantas fases tem essa porcaria? Onde fica a fase do chefão? Será que passar de fase nesse jogo é bom ou ruim? Quantas vidas ainda tenho? Bom, tanto faz, o que sei é que a cabeça de viúva é uma coisa muito louca... Esqueci muitas coisas das últimas semanas com esse misto de tristeza, tormento, fim… Bom, não sei se é normal, amor, mas estou concluindo que é comum. Ontem e hoje foram os piores dias, não precisei tanto de você quanto ontem e hoje. Tudo tem sido motivo de lágrimas e sinônimo de angústia. A morte nunca foi um tabu nas nossas conversas, aliás, nada era um tabu para nós, mas acho que não demos a devida atenção ao assunto. Amor, a morte precisa ser explorada e conversada sem medo para o bem de todos, a gente precisa falar da própria morte, da morte do outro, comentar as mortes sem receios religiosos, sem ver como pecado ou mau agouro. O que é inevitável precisa ser tratado de frente, porque as dúvidas que ficam não são pequenas. A gente precisa parar de tratar a morte por apelidos. Nunca vi alguém deixar de morrer por não ter falado de morte, mas sei que é o destino de todo mundo, inclusive de quem não fala. Naturalizar a morte ajuda a gente a lidar com esse desafio apenas com o sofrimento necessário. Esse não é o meu caso, amor. Peguei a cota de sofrimento de muitas pessoas... Espero que você desculpe os devaneios da sua viúva e continue me amando.

No dia 2 de dezembro, Fernanda usou o Instagram para escrever um longo texto desabafando sobre tudo que está sentindo após perder o amado: Vido, quando você foi para o quarto e tirou os acessos eu não conseguia segurar as saudades. Não era difícil que médicos e enfermeiros me encontrassem deitada com você na cama. Me levantava rapidamente e pedia desculpas… depois fui ficando folgada e dizendo: É que estou com saudades! Eu vinha até a nossa casa, tomava banho e voltava, algumas vezes te encontrava comendo, mas logo que você acabava eu conseguia me aninhar um pouquinho. Algumas vezes cochilava, mas não ficava muito porque tinha medo de te prejudicar. A viúva ainda demonstrou estar sofrendo com a culpa: Amor, você dizia muito que só se sentia seguro comigo, na minha presença. Quando eu não podia fazer nada você só me pedia para ficar perto: meu bem, fica aí pra me dar apoio moral. E quando eu não estava e as enfermeiras e médicos atropelavam tudo, como você dizia, só de me contar depois você se confortava. Amor, que segurança é essa que você sentia em mim? Que espécie de Porto Seguro é esse que não conseguiu te proteger? Algumas vezes eu estava muito cansada, mas eu tinha que ter feito mais, tinha que ter feito melhor! Eu não consigo me perdoar, mas não é pela saudade que eu estou sentido, é pela dor que você possa ter sentido… só de pensar em você perdido em algum momento meu coração se contrai e fica preso. Eu fazia questão de te explicar tudo o tempo todo… com riqueza de detalhes, até você me pedir para pular algumas partes. Nem sempre eu te satisfazia, mas eu pedia reforços… chamava os médicos, esperava o Walter… Estou me sentindo tão incompetente, inútil. O Brasil para no dia do jogo, mas não parou por você. Para mim a vida tem parecido um grande domingo esperando você chegar de viagem buscando meu abraço, respirando fundo e dizendo: vou tomar banho direto para deitar com você.

A morena compartilhou em seu Instagram uma memória dos dois, e lamentou por não estar ao lado do marido no dia em que o casal sempre comia pizza. A data também marca duas semanas desde a morte de Erasmo. Na legenda, declarou: Vido, hoje é terça-feira, mais conhecido por nós dois como o dia da pizza, mas por uma infelicidade hoje marca a segunda semana da sua partida. Nossas terças eram marcadas pelo descompromisso com a refeição, você não precisava perguntar, eu não precisava pensar. Com você aqui eu já acordaria alegre dizendo: Adivinha que dia é hoje! Você sem pestanejar: Dia da pizza! E quando chegasse oito da noite, você ligaria pessoalmente para o restaurante empostando a voz e falando: boa noite! Hoje é dia da pizza! Quem atendia já sabia. Normalmente comeríamos uma calabresa com cebola e ovo, sendo que na metade também vai bacon. Você é a única pessoa que conheço que não gosta de bacon, amor! Algumas terças saíamos, outras variávamos o restaurante, podia também acontecer de transferirmos o dia da pizza, mas ele era oficial. Quem chegasse em casa saberia, quem se demorasse para ir embora era alertado por você de que estava atrapalhando a refeição sagrada. Você pedia para o restaurante avisar quando o entregador saísse, já que não ouvíamos a campainha. Ficava ansioso e louco para descer, quando ligavam descíamos juntos… eu pegava os pratos, talheres e bebidas e você se encarregava de buscar a pizza no portão. Esse final mudou quando nós nos mudamos, aí o moço nos entregava aqui em cima… você amou a nova formatação. Comentávamos sobre o capricho do pizzaiolo no dia, sobre o sabor, a temperatura… Você amava comer, amava mais ainda provar bebidas novas… como eu sofria te vendo privado disso. Mas você ressignificava e passava a apreciar tudo o que o hospital te oferecia como um grande banquete. Como eu te admiro! Como estou com saudades. Como eu queria nossa pizza hoje! Como queria me deitar no seu colo e ficar…

Fernanda mostrou que está lutando contra a depressão após a morte de seu amor: Vido, acho que você estaria orgulhoso de mim. Eu nunca precisei me esforçar muito para que você se dissesse orgulhoso. Estou tentando tirar as preocupações das pessoas, amor… quero que elas entendam que não preciso de ajuda, que não vou me matar, não preciso de remédios, que eu já voltei a tomar banho e que tenho me alimentado. Você também se preocuparia com tudo isso. Mas confiava em mim. Não estou deprimida, não tem nenhum desequilíbrio químico no meu cérebro. O que aconteceu é que eu perdi você! E perdendo você eu pedi tudo, e isso é irremediável, instransponível. Você é minha inspiração, e sendo assim, continua sendo a minha única ajuda possível. Eu te vi perder seu filho, e sua conduta diante daquela dor incalculável sempre me fez te admirar ainda mais. Não que haja jeito certo de reagir diante da dor, mas sua elegância e postura sempre me deixaram admirada. Te quero comigo, torço para que você apareça, assisti Ghost hoje, falo com você dia e noite, continuo fazendo planos para nós dois… estou vivendo o luto, mas sem duvidar da sua presença, sem negar meu desespero, sem deixar de defender a sua memória. Te amo tudo, estou onde você quiser que eu esteja, inclusive dentro de você.

Fernanda publicou uma foto inédita do amado, e aproveitou para se declarar com muitas saudades: Bom dia, meu amor. Dormiu bem? Sonhou? Já tomou seu remedinho? Acho que essas eram as perguntas que você me fazia todos os dias, longe ou perto. Claro que algumas vezes com algumas variações, mas eram basicamente essas. Estava me lembrando de quando você queria que eu entrasse na piscina e eu tinha medo. Você se muniu de um arsenal para me ensinar a nadar… ficou empolgado e aquela foi a sua missão por alguns dias. Você me ensinou a boiar, amor… ficou todo satisfeito e orgulhoso. Depois conseguia atravessar a piscina nadando do jeito mais patético do mundo. Mas você dizia que era o suficiente para não me afogar. Agora fico na dúvida se eu aprendi coisas o suficiente com você para atravessar a vida e o luto sem me afogar… mesmo que eu me canse, mesmo que eu engula água, mesmo que algumas vezes erre a direção, mesmo que eu me desespere, mesmo que eu não saiba para onde ir, mesmo que eu tenha cãibra… talvez seja só boiar em alguns momentos. Como você é lindo, vido…

Ela também sente a falta de um ombro amigo com quem possa desabafar e ouvir conselhos: Vido, você sempre dizia que eu não perdia a discussão… e agora, amor? Eu perdi! Amor, essa briga eu perderia fácil se te mantivesse junto de mim. Eu calaria, não argumentaria, nunca mais falaria se eu só pudesse te ouvir e olhar. Sempre fui muito falante e você se dizia bom ouvinte… eu ficava doida com a sua falta de resposta, muitas vezes … e você dizia: é que eu sou bom ouvinte... Amor, você está exagerando! Já esgotei meu repertório… pode falar um pouco, não vou te interromper… Eu preciso do seu ombro, amor! Preciso dos seus dedos entrelaçados aos meus, preciso ouvir sua respiração, preciso do seu calor, amor… eu perdi tudo isso, vou enlouquecer. As pessoas vão se acostumar com a sua partida, daqui a pouco vou ficar sozinha nessa vida sem você. Agora me bateu uma aflição. Você é minha vida!

A pedagoga compartilhou algumas das conversas antigas com o ex-marido: Meu benho, eu sinto como se não tivesse mais nada para proteger… como se eu pudesse jogar tudo ao vento até que você cate alguma coisa e me responda. Pode ser que você em algum momento leia e queira voltar. E eu seria profana se desejasse sua volta?

Em um vídeo compartilhado pela professora, que era 39 anos mais nova que o artista, ela declarou seu amor eterno por ele: Amorzinho, as pessoas não têm dimensão do quanto é fácil amar você. Você é um ser humano raro, muito além de ser um grande artista, um gênio… Você é generoso, carinhoso, alegre, firme, centrado, companheiro, íntegro, preocupado… mas acima de tudo, puro! Como uma pessoa consegue preservar a pureza com 81 anos? Eu nem me lembro quando a minha foi embora e eu precisei ver como o mundo era rude. Eu vi seu olhar de crença no mundo até o fim. Veja bem, isso não tem nenhuma relação com ingenuidade, é uma síntese da sua sabedoria. No caso você é uma criança que entende tudo! E a falta que eu estou sentido do seu carinho? Sem contar do nariz perfeito, das covinhas, da boca linda, do queixo mais bonito do mundo (você conhece bem meu fraco por queixos), os olhos de pidão… e o seu dengo? Vido, como você é suave… e sua falta está suave e lentamente me findando. E tenho a impressão que talvez preferisse um findar rápido e bruto, para não pensar e sentir menos, por menos tempo.

Ela também se emocionou ao falar que, para ela, o tempo deveria parar: Amor, como é que o mundo ousa continuar girando sem você? Porque não pararam a copa? Como as pessoas mantêm suas atividades? Me lembro que no hospital o meu desejo era que todos dormissem e acordassem ali, ficava com um aperto no peito quando iam pra casa. Pensava: Não podem ir pra casa, Erasmo precisa deles… como dormem sabendo que Erasmo está aqui? Todas as vezes que você viajava perguntava se eu queria ir junto… dessa vez não perguntou. Está tudo fora da ordem! Você é um homem de hábitos, metódico… o que deu em você agora?

Fernanda também mostrou seus últimos registros juntos: Essa foi a nossa última foto na nossa casa, e nesse momento aí meu coração está inundado de esperança e gratidão por você estar de volta. Mal eu sabia que pouquíssimas horas depois teria que voltar a te internar. Vido, acabei de ligar o forno pela primeira vez, sem você. Senti como se estivesse te traindo de forma vil. Tocar alguma coisa, mudar ou melhorar, sem você, é inadmissível! Tinha tantas primeiras vezes para você aqui! Para nós!

Esteves aproveitou para falar mais sobre seu luto: Se Deus não te manteve comigo, porque Ele haveria de perder tempo consolando meu coração? É muito mais trabalhoso, minha dor não tem fim. Em todos os seus espirros, tosses, bocejos eu dizia “saúde” e esperava pelo “amém”. E você dizia: meu amor, não precisa tanto… vou dizer um monte de “améns” já pelas próximas vezes. Não servia, tinha que ser na hora. Eu estava sempre atenta… porque e se eu me esquecesse de um e te faltasse saúde? Será que eu me esqueci? Vivi, minha pretenção não era te fazer eterno, porque a eternidade deve ser um p***e! Mas agora não era hora… Se talvez você soubesse e me preparasse… Se você pudesse se despedir de mim… Se eu pudesse te encher de todas as coisas que você queria antes de você partir… Se eu pudesse escutar de você que tudo ia ficar bem eu acreditaria. Só acredito em você. Quando a gente brigava quem fazia silêncio era eu, e você nunca não respondeu quando te procurei… nunca se esquivou do abraço, nunca fingiu não me amar. E agora parece que resolveu fazer tudo de uma só vez. Em outra, se emocionou: Não tenho nada valioso o suficiente que eu possa oferecer para ouvir sua voz mais uma vez, sentir seu cheiro, seu toque… 3 segundos bastariam. Amor, eu só queria dar tchau… não me empenhei no tchau porque o Dr. disse que seriam só 2 ou 3 dias para o seu pulmão descansar… eu não quis me empenhar naquele tchau, não era um tchau! Você segurou firme a minha mão, tentou falar comigo… mas eu estava tão desnorteada com a sua dor que não parei direito para ouvir. Amor, seu abraço… eu me envolvia com os seus braços ao meu modo, e você achava engraçado. Era eu quem conduzia o abraço. A gente sempre falava sobre a minha solidão, mas eu sempre era convicta de que tinha você. Eu ainda sou, amor… mas onde você está?

Em outra publicação, ela revelou os planos que tinha com o artista: Doido, o que me dói mais do que a sua partida é olhar para as panelas que não foram usadas, é saber que você escolheu um sofá que não se sentou… me dói lembrar que você não foi à feira na porta, que não abriu os talheres, que não viu os peixes, que não abriu o quadro, não ligou o fone novo, não viu sua luneta chegar, não cortou os cabelos, não comprou o rolinho e a roupa de cama, não bebeu o suco de laranja lima, amor… as laranjas estão apodrecendo lentamente na geladeira e eu não tenho coragem de jogar fora! O que eu faço com a máquina de gelo? O que eu faço comigo? Doidão, você chorou de emoção porque ia me mostrar a estátua da liberdade… não fomos. O livro que não foi escrito… Você combinou uma tatuagem comigo, seria nossa primeira! Você estava com medo da dor, mas empolgado com a marca do nosso amor. Quem vai escolher meu esmalte? Eu pergunto e você sopra no meu ouvido? A rede está no banco de trás do carro, como nós deixamos no dia 17 de outubro! O frio de SC está apropriadíssimo para o seu aquecedor. As caixas continuam num canto e tem uma pilha de discos no chão que você ia selecionar. Sua turnê foi adiada, amor… ainda dá tempo, o Léo remarca! É só você dizer. Diz que é uma brincadeira de mal gosto, assim como você escondia a minha esponja de maquiagem ou minha aliança, diz! Sai de trás da porta, do elevador, espera eu sair na janela e grita na rua de braços abertos: Fernanda, eu te amo! Como você fazia para me envergonhar. Vem amor, a gente tem algumas brigas boas para ganhar!

Anteriormente, ela havia falado que seus hábitos de higiene estavam sendo negligenciados pelo luto. Após conseguir tomar banho, ela compartilhou: Tomei banho! Pretinho, todos os dias quando eu tomava banho gritava ainda do banheiro: tomei banho! E você respondia: oba! Terminava o ritual e vinha te encontrar na nossa cama, eu mal me sentava e você dizia: cadê o cheirinho? Eu chegava o pescoço e os cabelos perto do seu nariz e você se afogava em mim, dando gritinhos como quem sufoca… depois fingia tremer um pouquinho e fazia um comentário sobre o cheiro do dia. Agora quando o banho era seu eu não precisava perguntar cadê o cheirinho, você já vinha logo se aninhando e entregando o cangote. Ah amor, talvez minha falta de banho tivesse relação com isso, estava com medo! Hoje precisei tomar banho, saí e gritei… você não respondeu. Você deu o cheirinho, amor? Embora você não tivesse pedido, o pescoço estava ali.

Em mais um print da conversa dos dois, ela declara: Erasmo, quando a gente perde o amor da vida, o amor pela vida também vai embora… não sei se ele volta, assim como também não sei se você voltará. Eu deixei de ter medo, não quero tomar cuidado. Sempre vi o medo como um sinal de alerta e prevenção. Tive todo medo do mundo por tantos dias, e não me alertou nem preveniu de nada. Nada nem ninguém me ajudou, você está ali e sumindo ao mesmo tempo. Era muita confusão para mim, de repente você não era mais você. O que vai embora é o que? Qual a composição do que faz você deixar de ser você? O corpo facilitava a comunicação. Um corpo inerte e sem vida parecia uma alucinação.

Em outra publicação, ela também falou sobre os hábitos de higiene serem negligenciados: Pin, você tinha estratégias muito específicas em relação à banho. Queria tomar o seu logo pela manhã para já ficar pronto, se não fosse assim tinha que ser antes de escurecer… detestava passar frio, e nas estações mais amenas dizia: Nem no frio essa mulher pula o banho, Senhor! Sabia que eu adorava tomar banho, dizia que eu era a pessoa que mais escovava os dentes que você já havia conhecido. Pois é! Vou te confidenciar uma coisa… meus hábitos de higiene vêm sendo negligenciados, mais ainda nesses últimos dias. O Fred disse que está tudo bem, que eu não preciso fazer… você também diria isso. Vi, é que tá difícil lavar você de mim! Não quero que saia nada de mim, nada! Cada partícula ou fluído eliminado, cada fio de cabelo perdido, aumenta minha perda. Me distancia de você. Se eu escovar os dentes, vai para o ralo o último beijo? O cabelo lavado leva embora seu afago. Trocar a roupa é um insulto. Não quero nem respirar muito para o ar não sair, quero economizar as palavras para gastar com o seu nome. Parece que você fez uma viagem, está no avião e esqueceu o celular e as chaves comigo. Estou esperando você tocar a campainha.

Ao passar dos dias, ela compartilhava mais registros da estrela e compartilhou de seu luto na legenda: Vivi, você está me lendo, amor? Você consegue me ouvir? Eu acordei e você não estava aqui, eu renovei a assinatura do jornal para você na semana passada… hoje ele chegou com você na capa! Amor, não era a capa que você merecia, você não podia dividir espaço com ninguém! Amor, o jornal da semana, do mês, do ano tem que falar de você… você tem vida e amor para falarem de você todos os dias. Vido, tá doendo tanto! Você nunca reprimiu as minhas dores, sempre disse que eu podia chorar, sofrer… eu não entendia, achava que você não estava se importando, mas eu notei que você estava me permitindo crescer, você estava ali garantindo a minha segurança, por perto para que eu rompesse a casca do ovo sozinha, mas preparado para intervir caso eu me machucasse. Neném, eu tô fazendo tudo sozinha, como a gente era, só você e eu! Você está cuidando daí e eu daqui. Você sempre disse: trabalho com produção, as coisas são rápidas, diretas! Tô fazendo a produção direito, amor? Tô? Liguei para quem você queria? Confortei seus amigos? Seus filhos? Seus netos? Seus fãs? Eu sei que se eu falar chorando você não entende… eu não tô chorando mais, amor, eu não vou falar chorando para que todos possam ouvir, para que você me ouça. Você dizia que gostava da melancolia que eu trazia no olhar, mas que eu sorria com os olhos. Vido, como eu vou sorrir? A melancolia tomou conta, o sorriso se afogou da dor, nas lágrimas, no pesar. Pra finalizar, eu sou Fernanda Esteves, como você queria e fez!

Ela também relembrou os presentes do astro: Meu suricato, você me presenteava todos os dias… você me deixou presentes antes de partir, você é meu sonho que não foi sonhado, mas foi realizado! Lembro das 3 coisas que entendi você dizer no meu desespero: Não vivo sem você, te amo! Sou forte pra c*****o! Pensamento positivo sempre! Não tenho como dizer que eu cuidava de você… estava ali pra você cuidar de mim!

Ela também compartilhou a história de um quadro que planejavam colocar juntos na parede de sua casa: Meu bem, você queria me ver brilhante e soberana, você me via com olhos que ninguém era capaz, você depositava em mim um confiança que eu nem sabia se conseguiria honrar. Queria que eu fosse retratado pelo Benício, e como em tudo na sua vida, estava esperando o momento certo de falar com ele. Benício se foi, e entre lamentos e admiração você disse por último: Quem vai pintar o quadro que eu quero? Você tirou fotos minhas dormindo por anos, era como você dizia que eu era mais bonita, e queria que Vik Muniz formasse uma imagem grande com várias Fernandinhas. Poxa, meu bem! Eu nunca tive essa bola toda! Você arranjou seus meios, fez suas pesquisas e encontrou um artista com o qual se identificou. Fez ele de pincel, e uma foto que você tirou, de close como você amava, virou um quadro com meu rosto. Nós nos mudamos, nossa casa não ficou como gostaríamos, não estava pronta, você recebeu o quadro e deixou embrulhadinho esperando acabar os consertos. Escolheu a parede e penduraríamos juntos! No hospital eu te chantageava dia e noite: Amor, precisa voltar pra casa logo pra gente abrir o quadro! Sem você eu não vou abrir! E agora? E agora que você não voltou? Me sinto um fracasso por não ter te dado a casa que você merecia, não ter cozinhado o músculo que você tanto queria nas nossas panelas novas, por não ter brigado mais pelo seu espaço e conforto. E você era um legítimo cumpridor de promessas, hein? Não cumpriu sua promessa, não pagou suas apostas, não abriu o quadro, não recebeu seus amigos, seus filhos, não sentou no sofá, não terminou Breaking Bad, não assistiu Cidadão Kane comigo… você não está aqui, e eu não quero terminar nada. Quero parar no tempo.

Ela ainda aproveitou para saudar a mãe do cantor: Nenenhô! Você sentiu a brisa do mar? A água gelada bater e levar nossos nomes? Você tava aonde? Comigo? Em mim? Na varanda me olhando? Me sinaliza pra eu não morrer de desespero! Do palco você sempre queria saber onde eu estava sentada para olhar na minha direção. Eu tô desesperada, estou com medo de esquecer dos detalhes da gente, amor! Meu cérebro, há muito só funcionava para guardar o que era importante pra te cuidar e fazer feliz, e se eu não guardei na memória o que é realmente importante pra agora? Vido, a gente não se poupava! O papo era direto, reto, constante. Sua família éramos seus filhos, seus netos, suas noras, seus parceiros da estrada, seus médicos, a minha família que eu ensinei a te amar, e eu! Você sempre foi tão digno, tão maravilhoso, tão grandioso, tão respeitador! Que baita orgulho da sua mãe! Olha o que ela fez sozinha! Uma mulher! Ela não tinha fragilidade, não? Olha esse filho! Já disse e repito: Dor não se compara, o buraco é escuro, frio, a queda é livre e não tem fundo. Eu não queria que ninguém te visse, te tocasse, te encarasse assim! Mas eu deixei você me guiar e sua voz no meu ouvido: Deixa pra lá, meu bem! Finge que não ouviu, eu quero viver em paz. Eu só quero paz! Que orgulho da sua sabedoria! Você soube se preservar e eu quero manter te preservando. Meus 1,62 eram incapazes de fazer o que eu gostaria pelos seus 1,86. Mas eu me muni das minhas armas e fui. Minhas armas eram o meu amor incondicional por você e a música. Uma guerra assistida e solitária! Daqui a pouco as pessoas vão retomar a vida, vão me esquecer e deixar de falar de você, mas eu vou continuar lutando.

No dia seguinte, ela lamentou a perda do amor de sua vida: Você transcendeu, quem morreu fui eu! Eu pedi tanto, eu implorei, implorei a Deus, seus médicos, apelei… Vido, não era sua hora, você não quis ir embora, e Deus não te tirou de mim, foi uma doença, foi coisa da vida, e a gente sabe que em alguns momentos a vida é uma bela m***a. Eu vi você se esvaindo por entre meus braços, e eu vi você com sede de viver, com sede de VIVER COMIGO! Você vivia por mim! Foram 12 anos de encontro. Sempre te amei com pressa, com desespero, com dor, com sangue, com lágrimas, meu amor é feroz! Preparei a casa para você voltar. Lavei as roupas, lavei as roupas de cama, e com isso perdi seu cheirinho. Amor, logo o cheirinho! Logo eu que não posso viver sem seu cheirinho! Eu me desesperei procurando onde eu poderia encontrar seu hálito, seu suor, o cheiro dos seus cabelos… Vido, você esperou por mim 69 anos… espera mais um pouquinho! A gente vai se encontrar.

No dia de sua morte, ela compartilhou com pesar a seguinte mensagem: Não posso dizer que todos os momentos foram, são ou serão fáceis. Promessa é uma coisa ilusória, embora vivamos prometendo coisas aos 4 ventos, o que importa mesmo é a presença, a permanência, a insistência… e disso você entende bem. Você é lar, você acolhe, você enxerga, você crê. Perdi a capacidade de me lembrar de como era a vida sem você, talvez ela nem tenha existido… e talvez tenha sido tão simples esquecer porque a gente se acostuma facilmente com a paz. Não foi de primeira, você brigou muito para mostrar, mas por fim encontrei a paz em você. Gostaria de ser maior, melhor e mais forte, te proteger de tudo, brigar por você e dominar todas as áreas do que um dia você venha a precisar. Talvez aí se iniciem os problemas de muita gente, quando encontramos quem para nós é tudo, começamos a querer retribuir, também queremos ser tudo. e ah, meu bem… é impossível ser tudo, tentar ser tudo é um mar de frustrações e angústias com ondas de culpa… desse mal eu tento me curar, quero olhar com compaixão para mim e entender que já sou o bastante por você me amar.
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