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Montagem - Divulgação Não é novidade que Wes Anderson é conhecido por seus filmes repletos de metalinguagens. Contudo, criar a trama a partir de diálogos confusos e devaneios, diga-se de passagem sem pé nem cabeça, não fazem do filme algo avassalador, mas sim exaustivo. Uma verdadeira areia movediça. É o que acontece em Asteroid City, que estreia nos cinemas nesta quinta-feira, dia 10. Porém, é claro, como tudo na vida, o longa também tem seus lados positivos. O ESTRELANDO já conferiu e te deixa por dentro de tudo (sem spoilers!)
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Montagem - Divulgação A ideia do diretor é fazer um filme dentro do filme. Logo de cara, o público é surpreendido com cenas em preto e branco - algo inesperado já que todo o marketing da produção foi feito em cima de cores vibrantes e hiper saturadas. O narrador, então, avisa que estamos prestes a ver todos os passos da criação de uma peça de teatro.
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Montagem - Divulgação Com movimentos de câmeras impecáveis (algo que Wes Anderson sabe fazer muito bem!), a trama finalmente começa com aquela sensação de que o diretor abriu as cortinas do teatro e tudo ficou colorido e vivaz. A história é ambientada na cidade ficcional Asteroid City, localizada no meio de um deserto norte-americano por volta do ano de 1955, que ficou famosa pela queda de um asteroide. Os personagens se reúnem na pacata cidadezinha para a convenção dos Astrônomos Júnior/Cadetes do Espaço, organizada para reunir estudantes de todo o país, e suas famílias, em uma competição escolar de bolsas de estudos. Porém, a festa é interrompida por eventos sobrenaturais que prometem impactar o futuro.
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Montagem - Divulgação Apesar da intenção de discutir a artificialidade do mundo das artes, além de questionar os pensamentos dos atores que batem de frente com as ideias dos escritores, transportando a dramaturgia teatral para as salas de cinema, a trama acaba dando voltas e voltas sem chegar a lugar nenhum. Nem mesmo os atores de alto escalão de Hollywood escalados, como Tom Hanks, parecem acrescentar algum valor à história.
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Montagem - Divulgação Com falas rasas - e, muitas vezes, confusas - são poucos os momentos memoráveis de cada personagem, que divagam do começo ao fim. Scarlett Johansson até dá uma apimentada na história ao interpretar uma atriz de Hollywood que acompanha a filha na feira de astronomia. Todavia, grandes nomes que poderiam ser aproveitados, como Tilda Swinton, Steve Carell e Willem Dafoe, passam praticamente despercebidos. Quase um desperdício!
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Montagem - Divulgação Por falar em desperdício... Margot Robbie está no elenco do filme, mas é deixada de lado pelo diretor. Ainda que sua participação seja pouco aproveitada, a intérprete de Barbie conseguiu transmitir em apenas dois minutos a mensagem que o filme não entregou em quase duas horas.
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Montagem - Divulgação Por outro lado, a estética é impecável. Isso não há dúvidas. Mais uma vez, Wes Anderson entregou aquilo pelo o que é conhecido: um fabuloso design. Cada enquadramento é milimetricamente pensado, os cenários transbordam riqueza de detalhes, as paletas de cores agradam os olhos de qualquer pessoa, há grande quantidade de close-ups, atores olhando para a câmera... Uma verdadeira festa para os amantes de cinema.
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Montagem - Divulgação Sem contar que tem um dedinho brasileiro! Assim como em outros filmes de Wes Anderson, Seu Jorge fez uma participação na cena musical.
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Montagem - Divulgação A metalinguagem, apesar de bem-vinda, por vezes não funciona. Isso porque nem todos estão habituados com as piadas internas dos bastidores do teatro - ou até mesmo do universo da astronomia -, fazendo com que a duração do filme, de 1h45, pareça ser maior e cansativa. Nada sai do lugar, assim como a vida dos personagens e rotina da pacata Asteroid City.