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Maíra Cardi escreveu O que se Come no Céu?, livro repleto de relatos pessoais e sua jornada de crescimento profissional. O ESTRELANDO teve acesso com exclusividade a dois capítulos da obra e vai te contar algumas das declarações mais marcantes que a influenciadora e empresária eternizou nas páginas do lançamento.
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No sétimo capítulo, intitulado Mastigando caco de vidro de boca fechada, Maíra Cardi relembra os dias difíceis que passou ao lado de seu pai no hospital antes de ele morrer. A famosa começa declarando: Eu já fui machista como meu pai, e muitas vezes acabei me relacionando com pessoas que ofereceram pouco (assim como meu pai também foi parcimonioso em suas demonstrações de afeto). Hoje sei que um pai e uma mãe nunca nos entregam pouco, porque eles entregaram tudo, isto é, nos dão nossas vidas. Não importa o que seus pais te entregaram; mesmo que você nunca os tenha conhecido, saiba que eles te entregaram tudo, pois aí está você, não é mesmo? Meu pai me ensinou muito. Ele falava pouco, quase nada, mas demonstrou seus ensinamentos com atitudes, que muitas vezes valem mais do que frases.
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Na época em que o pai foi internado, a famosa morava em Miami com o filho mais velho e não tinha dinheiro para nada, mas embarcou para o Brasil sozinha e ficou quarenta dias no hospital com o patriarca: Meu filho continuou nos Estados Unidos, pois não podia se ausentar da escola. Nesse período, faltou dinheiro para pagar o aluguel e a luz e para o meu filho comer. Meu pai tinha dinheiro, mas ele estava morrendo. Eu não poderia pedir para ele me ajudar financeiramente. Como a gente pede dinheiro para quem está morrendo? Não pedi, e um grande amigo que eu tinha feito na Califórnia, o Barata, me emprestou mil dólares. Meu filho, então, pôde comer, e eu pude pagar o aluguel, porque lá as autoridades nos arrancam da nossa moradia se não pudermos pagar a conta, e poderíamos acabar na rua mesmo!
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A empresária conta que sempre teve uma relação muito distante com seu pai, mas que pôde aproximar dele após sua internação: Só pude conhecer o meu pai graças à doença dele, principalmente quando teve encefalite cerebral, que o fazia esquecer dos fatos recentes.[...] De fato, quando ele teve a encefalite cerebral, voltou a ser o que era quando adolescente, segundo minha avó. Ele ria, era leve, um meninão. Mas esquecia tudo a cada cinco minutos. Só lembrava de fatos antigos. Maíra relata que ele se esquecia facilmente das coisas, então precisava contar a mesma história diversas vezes, mas que nem todos tinham essa paciência: O processo de cuidado em si era muito trabalhoso também, porque quando a enfermeira aparecia para dar remédio, ele não queria, pois não se lembrava do que estava fazendo ali. Quando há pessoas morrendo de câncer, todos sofrem no processo. Ficamos cansados, exaustos mental e fisicamente. Às vezes, ficamos grosseiros e queremos fugir daquela situação. É difícil assistir à morte de alguém tão importante sem perder as esperanças e não poder chorar. Um dia, eu briguei com meus familiares que iam no hospital e não tinham paciência com meu pai. Eu decidi que contaria para meu pai a mesma história vinte vezes, trinta vezes, quarenta vezes ao dia, se fosse necessário. Acabei assumindo ainda mais os cuidados com ele e morando no hospital.
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Além dos cuidados com o pai, ela diz no livro que também passou por dificuldades ao lidar com a namorada dele na época: Durante esse período, passei por muitas provações ao mesmo tempo. Além da situação do meu pai, precisava lidar com a reação da namorada da época, que agia de forma infantil e provocativa. Suas ações incluíam cenas de ciúme completamente fora de contexto, considerando o estado de saúde dele. O mais perturbador era a maneira como ela parecia deliberadamente castigar o meu pai, criando situações para provocar sua confusão e desconforto.
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Ela também tinha que dar apoio ao irmão e à avó, que também estavam com o coração apertado. Além disso, seu filho continuava nos Estados Unidos: Em meio a tantos desafios, eu sentia que precisava fingir que estava tudo bem. Lembro de um dia no qual eu estava no quarto de hospital, minha nova casa; saí do quarto, parei atrás da porta do lado de fora, pois não podia me afastar muito, e chorei copiosamente por cinco minutos contados no relógio, pois cada minuto fora do quarto era menos tempo de vida com ele. Eu só pensava: Eu só tenho esses minutos para chorar, porque quando eu voltar, tenho que fingir que nada está acontecendo. Por mais que ele soubesse que estava morrendo, sempre existe uma esperança de que tudo pode mudar a qualquer momento; chorar na frente dele era aceitar a sua morte antes de ela acontecer, era retirar as esperanças dele.
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Maíra tinha ainda mais uma irmã, filha de seu pai com sua madrasta. Apesar de o patriarca ter pedido que ela não contasse para a jovem, que tinha apenas 13 anos de idade na época, que ele estava morrendo, a influenciadora decidiu que era importante que a irmã soubesse e a avisou sobre a situação: Foi muito importante eu ter feito isso. Ela veio, ficou comigo quinze dias no hospital, rimos, escutamos histórias importantes dele.
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A famosa relembra ainda como foi o período após a morte do pai, quando suas contas bancárias foram bloqueadas e começou o processo de divisão de herança, que se tornava mais complicado já que uma das filhas era menor de idade: Aquilo demoraria alguns anos para se desenrolar. Eu tinha só 800 reais na minha conta do Brasil, e foi exatamente assim que iniciei a minha jornada como empreendedora. Em seguida, destaca como o seu plano de emagrecimento chegou para inovar o mercado: Ao começar minha carreira com emagrecimento, costumo dizer que reinventei a roda. Na época, não existia nenhuma metodologia parecida com a do Seca Você. Antigamente, a abordagem nutricional era bastante simplista e restritiva.
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Maíra destaca como todos em sua família possuem uma relação de amor e carinho com a comida, incluindo ela mesma. Enquanto detalhava a questão alimentar, refletiu sobre sua cura do câncer: Eu sabia que era possível comer de maneira saudável com receitas gostosas, porque desde que eu tinha me curado do câncer, não comia mais coisas que me faziam mal. Afinal, foram elas – junto
das emoções – que me adoeceram. Se você pensa de forma destrutiva e perversa, esses pensamentos têm que encontrar um escoadouro, o que em breve poderá aparecer com vários nomes. Um deles é câncer. E completou: Acredito que o câncer é a ingestão do que não se deve botar para dentro, deixando uma deficiência na digestão do que se precisa botar para fora. Emocional ou fisicamente. Na parte física, consumimos produtos alimentícios ruins, que adoecem nosso intestino, nos impedindo de digerir corretamente o que não deveríamos ter consumido. Ou escutamos e vivenciamos sentimentos e situações
que não deveríamos ter vivido, e não somos capazes de digerir e colocar para fora aqueles sentimentos que precisam ser removidos. Ou seja, indigestão física e emocional.
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