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Publicada em 26/10/2017 às 09:22 | Atualizada em 26/10/2017 às 09:47

Vivendo um mocinho em O Outro Lado do Paraíso, Caio Paduan desabafa: - É triste ainda ter que falar sobre racismo

Em bate-papo com o ESTRELANDO, o ator falou sobre problema enfrentado por seu personagem

Roseane Santos

Divulgação-TV Globo

Depois do vilão Alex em Rock Story, Caio Paduan vive o mocinho Bruno de O Outro Lado do Paraíso. Na trama de Walcyr Carrasco, ele é filho de Nádia, vivida por Eliane Giardini, e de Gustavo, papel de Luis Mello, e irmão de Diego, a quem Arthur Aguiar dá vida. Romântico, ele se apaixona por Raquel, personagem de Erika Januza, empregada da família e, por conta disso, terá de enfrentar o preconceito. 

Em conversa com o ESTRELANDO, o ator fala de racismo, conta um pouco mais sobre seu novo trabalho e sua vida pessoal. Namorando a atriz Júlia Konrad há três anos, ele deixa passar que não pretende casar tão cedo. - Somos jovens e estamos felizes, despita. Confira o bate-bapo abaixo:

ESTRELANDO - O seu personagem vai conviver com dois preconceitos, um de raça e outro de classe social. Qual que você acha que pesa? 

Caio Paduan - Acho que o nosso país está vivendo um momento complicado, de ódio e de palavras ruins que as pessoas falam umas para as outras. Historicamente o preconceito social é muito mais relevante. Foram anos de escravidão no país, onde o negro foi marginalizado. Acho horrível que, em 2017, ainda tenha que se falar nisso, mas a necessidade é grande.

ESTRELANDO - E como será a história do casal diante desse preconceito?

Caio Paduan - Vai ser linda. É quase um Romeu e Julieta, um amor escondido. Ela o desconserta. Ao mesmo tempo vai trazer algo que já deveria ter sido eliminado do Brasil há tempos. É quase absurdo.

ESTRELANDO - Você já viveu algo parecido na vida real?

Caio Paduan - Sim, eu tenho uma irmã que é noiva de um rapaz negro. Estão juntos há nove anos e irão casar no ano que vem. Já acompanhei várias situações absurdas. Ela me conta muita coisa, desde as pessoas ficarem olhando para eles, até o segurança do supermercado só acompanhá-lo. Já pararam os dois em blitz e o policial perguntou se estava tudo bem com ela.

ESTRELANDO - Qual seu sentimento ao escutar essas histórias?

Caio Paduan - É triste. Ele é um cara que eu amo de paixão. Saber que esse tipo de coisa ainda acontece é muito triste. Como pode em um país em que 52% população é negra, acontecer isso? Quando peguei o tema, pensei que realmente precisamos falar mais sobre o assunto e um mestre como o Walcyr Carrasco saberá desenvolver bem isso na novela.

ESTRELANDO - E seu personagem? Será passivo às atitudes racistas da mãe?

Caio Paduan - Não. Mesmo engolindo seco, ele vai se colocar. Ela vai falar coisas horríveis, mas ele vai reagir, dizer que está errado. A mãe é protetora, ama muito o filho, mas os valores são deturpados.

ESTRELANDO - E falando em amor. Já tem planos para casar na vida real? 

Caio Paduan - Já estou há três anos com a Júlia e todo mundo pergunta isso. Estou trabalhando muito. Não tive folga desde o final de Rock Story. Ela também está enlouquecida de trabalho. Estamos felizes. Namorar é muito gostoso. A gente é jovem ainda. 

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Vivendo um mocinho em O Outro Lado do Paraíso, Caio Paduan desabafa: - É triste ainda ter que falar sobre racismo

13/Out/

Depois do vilão Alex em Rock Story, Caio Paduan vive o mocinho Bruno de O Outro Lado do Paraíso. Na trama de Walcyr Carrasco, ele é filho de Nádia, vivida por Eliane Giardini, e de Gustavo, papel de Luis Mello, e irmão de Diego, a quem Arthur Aguiar dá vida. Romântico, ele se apaixona por Raquel, personagem de Erika Januza, empregada da família e, por conta disso, terá de enfrentar o preconceito. 

Em conversa com o ESTRELANDO, o ator fala de racismo, conta um pouco mais sobre seu novo trabalho e sua vida pessoal. Namorando a atriz Júlia Konrad há três anos, ele deixa passar que não pretende casar tão cedo. - Somos jovens e estamos felizes, despita. Confira o bate-bapo abaixo:

ESTRELANDO - O seu personagem vai conviver com dois preconceitos, um de raça e outro de classe social. Qual que você acha que pesa? 

Caio Paduan - Acho que o nosso país está vivendo um momento complicado, de ódio e de palavras ruins que as pessoas falam umas para as outras. Historicamente o preconceito social é muito mais relevante. Foram anos de escravidão no país, onde o negro foi marginalizado. Acho horrível que, em 2017, ainda tenha que se falar nisso, mas a necessidade é grande.

ESTRELANDO - E como será a história do casal diante desse preconceito?

Caio Paduan - Vai ser linda. É quase um Romeu e Julieta, um amor escondido. Ela o desconserta. Ao mesmo tempo vai trazer algo que já deveria ter sido eliminado do Brasil há tempos. É quase absurdo.

ESTRELANDO - Você já viveu algo parecido na vida real?

Caio Paduan - Sim, eu tenho uma irmã que é noiva de um rapaz negro. Estão juntos há nove anos e irão casar no ano que vem. Já acompanhei várias situações absurdas. Ela me conta muita coisa, desde as pessoas ficarem olhando para eles, até o segurança do supermercado só acompanhá-lo. Já pararam os dois em blitz e o policial perguntou se estava tudo bem com ela.

ESTRELANDO - Qual seu sentimento ao escutar essas histórias?

Caio Paduan - É triste. Ele é um cara que eu amo de paixão. Saber que esse tipo de coisa ainda acontece é muito triste. Como pode em um país em que 52% população é negra, acontecer isso? Quando peguei o tema, pensei que realmente precisamos falar mais sobre o assunto e um mestre como o Walcyr Carrasco saberá desenvolver bem isso na novela.

ESTRELANDO - E seu personagem? Será passivo às atitudes racistas da mãe?

Caio Paduan - Não. Mesmo engolindo seco, ele vai se colocar. Ela vai falar coisas horríveis, mas ele vai reagir, dizer que está errado. A mãe é protetora, ama muito o filho, mas os valores são deturpados.

ESTRELANDO - E falando em amor. Já tem planos para casar na vida real? 

Caio Paduan - Já estou há três anos com a Júlia e todo mundo pergunta isso. Estou trabalhando muito. Não tive folga desde o final de Rock Story. Ela também está enlouquecida de trabalho. Estamos felizes. Namorar é muito gostoso. A gente é jovem ainda.