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Publicada em 27/05/2020 às 08:36 | Atualizada em 27/05/2020 às 13:56

William Bonner relembra episódio em que foi hostilizado na rua: - Foi constrangedor

No Conversa com Bial, apresentador afirmou que a quarentena dele começou há mais de dois meses

Da Redação

Divulgação

William Bonner apareceu visivelmente abatido durante entrevista ao programa Conversa com Bial na madrugada desta quarta-feira dia 27. O âncora do Jornal Nacional conversou com Pedro Bial e falou que está de quarentena desde 2018, ano da última eleição presidencial. Ele explicou que nos últimos anos tem sofrido com ataques virtuais e que já chegou a ser hostilizado pessoalmente por causa de questões políticas.

- Essa intolerância surgiu em um ambiente virtual, de uma maneira muito assustadora. Acompanhei de perto, era frequentador do Twitter e fui um dos primeiros entre colegas a abrir uma conta e eu não usava para o trabalho, usava para me divertir. Me diverti muito lá. Só que também acompanhei em um dado momento, uma mudança de ambiente, o que era uma diversão boba, infantil em muitos casos, virou um campo de batalha. Muito raramente entro na rede social. Entro, às vezes, por dever de oficio e, ainda hoje, me assusto com a bile, com o ódio que escorre nas palavras mal escritas, nas palavras cuspidas, mas é um ódio tão intenso, que a gente não sabe a que levará. A gente sai das redes sociais e vai para ruas e assiste a essa mesma incivilidade nas ruas, recordou ele sobre quando tudo começou.

Bonner revelou que desde o último ano eleitoral tem sido alvo de ataques nas ruas. Por causa disso, sua quarentena começou muito antes da pandemia do coronavírus surgir: 

- Eu tive a oportunidade de ver e experimentar isso, sobretudo em período eleitoral. A cada eleição vai piorando. Minhas bochechas mostra que minha quarentena não começou há dois meses. Minha quarentena, eu diria, começou no último ano eleitoral, em 2018. Em 2018, a polarização política chegou a um ponto em que a minha presença em determinados locais públicos era motivadora de tensões. Percebi isso de uma maneira muito ruim, era dentro de farmácias, livrarias, ou mesmo na rua, na calçada. Dentro de padaria, de cinema...

Sobre o episódio, ele relatou ter sido constrangedor e que no momento se sentiu culpado:

- Eu fui verbalmente agredido, insultado, desafiado dentro de uma padaria em uma manhã de sábado no bairro da Lagoa, por uma cidadã embriagada, às 10 horas da manhã, que se viu no direito não apenas de me insultar em público, mas de fazer isso a um palmo e meio de distância do meu rosto. E eu não posso reagir a uma coisa dessa. Eu só podia dizer não faça isso e as pessoas em volta num constrangimento que não tem fim. Eu, no meu constrangimento, querendo me livrar de uma situação em que eu estou sendo alvo, eu me sinto culpado de estar sendo insultado na frente de outras pessoas e com isso estar estragando os dias de outras pessoas. Elas estão tomando café, comendo pão na chapa.

O jornalista afirmou que entende que essa situação se dá em toda a categoria de profissionais como ele e que os ataques acontecem diretamente a ele por ele ser um símbolo, como Cid Moreira, apresentador anterior a ele no JN, foi para a geração passada:

- Eu não falo só de mim, falo de toda uma categoria profissional. Óbvio que eu tenho consciência de que eu sou um símbolo. O que para nós foi o Cid Moreira, eu sou hoje para alguns tantos milhões de brasileiros. Se eu sou o JN, eu sou o jornalismo da Globo, sou a Globo, sou o jornalismo, sou a mídia. Eu simbolizo muitas coisas para muitas pessoas que não me conhecem. Não sabem quem eu sou.

Bonner fez questão de lembrar que ele é muito mais que o jornalista que aparece todas as noites na televisão:

- Uma vez me perguntaram, quando frequentava a rede social, quem é o William Bonner real? É o da televisão ou da rede social? É o da televisão, da rede social, o que não está na TV e nem na rede social, O filho da dona Maria Luisa e do dr. Wiliam, o pai de trigêmeos, amigo e colega de redação. O pereba do jogo de futebol. Sou esse cara aí. Sou esses caras todos aí. Mas as pessoas não sabem.


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William Bonner relembra episódio em que foi hostilizado na rua:  - <i>Foi constrangedor</i>

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William Bonner apareceu visivelmente abatido durante entrevista ao programa Conversa com Bial na madrugada desta quarta-feira dia 27. O âncora do Jornal Nacional conversou com Pedro Bial e falou que está de quarentena desde 2018, ano da última eleição presidencial. Ele explicou que nos últimos anos tem sofrido com ataques virtuais e que já chegou a ser hostilizado pessoalmente por causa de questões políticas.

- Essa intolerância surgiu em um ambiente virtual, de uma maneira muito assustadora. Acompanhei de perto, era frequentador do Twitter e fui um dos primeiros entre colegas a abrir uma conta e eu não usava para o trabalho, usava para me divertir. Me diverti muito lá. Só que também acompanhei em um dado momento, uma mudança de ambiente, o que era uma diversão boba, infantil em muitos casos, virou um campo de batalha. Muito raramente entro na rede social. Entro, às vezes, por dever de oficio e, ainda hoje, me assusto com a bile, com o ódio que escorre nas palavras mal escritas, nas palavras cuspidas, mas é um ódio tão intenso, que a gente não sabe a que levará. A gente sai das redes sociais e vai para ruas e assiste a essa mesma incivilidade nas ruas, recordou ele sobre quando tudo começou.

Bonner revelou que desde o último ano eleitoral tem sido alvo de ataques nas ruas. Por causa disso, sua quarentena começou muito antes da pandemia do coronavírus surgir: 

- Eu tive a oportunidade de ver e experimentar isso, sobretudo em período eleitoral. A cada eleição vai piorando. Minhas bochechas mostra que minha quarentena não começou há dois meses. Minha quarentena, eu diria, começou no último ano eleitoral, em 2018. Em 2018, a polarização política chegou a um ponto em que a minha presença em determinados locais públicos era motivadora de tensões. Percebi isso de uma maneira muito ruim, era dentro de farmácias, livrarias, ou mesmo na rua, na calçada. Dentro de padaria, de cinema...

Sobre o episódio, ele relatou ter sido constrangedor e que no momento se sentiu culpado:

- Eu fui verbalmente agredido, insultado, desafiado dentro de uma padaria em uma manhã de sábado no bairro da Lagoa, por uma cidadã embriagada, às 10 horas da manhã, que se viu no direito não apenas de me insultar em público, mas de fazer isso a um palmo e meio de distância do meu rosto. E eu não posso reagir a uma coisa dessa. Eu só podia dizer não faça isso e as pessoas em volta num constrangimento que não tem fim. Eu, no meu constrangimento, querendo me livrar de uma situação em que eu estou sendo alvo, eu me sinto culpado de estar sendo insultado na frente de outras pessoas e com isso estar estragando os dias de outras pessoas. Elas estão tomando café, comendo pão na chapa.

O jornalista afirmou que entende que essa situação se dá em toda a categoria de profissionais como ele e que os ataques acontecem diretamente a ele por ele ser um símbolo, como Cid Moreira, apresentador anterior a ele no JN, foi para a geração passada:

- Eu não falo só de mim, falo de toda uma categoria profissional. Óbvio que eu tenho consciência de que eu sou um símbolo. O que para nós foi o Cid Moreira, eu sou hoje para alguns tantos milhões de brasileiros. Se eu sou o JN, eu sou o jornalismo da Globo, sou a Globo, sou o jornalismo, sou a mídia. Eu simbolizo muitas coisas para muitas pessoas que não me conhecem. Não sabem quem eu sou.

Bonner fez questão de lembrar que ele é muito mais que o jornalista que aparece todas as noites na televisão:

- Uma vez me perguntaram, quando frequentava a rede social, quem é o William Bonner real? É o da televisão ou da rede social? É o da televisão, da rede social, o que não está na TV e nem na rede social, O filho da dona Maria Luisa e do dr. Wiliam, o pai de trigêmeos, amigo e colega de redação. O pereba do jogo de futebol. Sou esse cara aí. Sou esses caras todos aí. Mas as pessoas não sabem.