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Publicada em 02/06/2021 às 00:00 | Atualizada em 01/06/2021 às 16:35

Novo filme da Netflix, Carnaval propõe reflexão sobre amizades e lado nocivo das redes sociais: - A gente tem que se reeducar para não comparar

Filme é estrelado por Samya Pascotto, GKay, Bruna Inocencio e Giovana Cordeiro

Carolina Rocha

Divulgação-Netflix

Ai, ai... como superar mais um ano sem Carnaval? Assistindo a um filme com essa temática, é claro! Mas o longa Carnaval, novo original da Netflix, entra em questões muito mais profundas e importantes do que o título entrega. Em coletiva de imprensa, o ESTRELANDO conversou com as protagonistas Samya Pascotto, GKay, Bruna Inocencio e Giovana Cordeiro para saber o que elas pensam sobre a comédia, que já está disponível na plataforma de streaming a partir desta quarta-feira, dia 2. E aí vai um spoiler: você com certeza se interessará pelo filme depois de ler essa matéria. Duvida? Então vamos lá!

Propósito

Em Carnaval, as quatro personagens principais (Nina, Mayra, Vivi e Michelle) são convidadas para curtir o Carnaval de Salvador, na Bahia, com tudo pago. Com o passar do tempo, Nina, vivida por Giovana Cordeiro, acaba dividida entre o seu trabalho de influenciadora e as suas melhores amigas, que muitas vezes ficavam em segundo plano no meio de todas as tentações que acabavam surgindo no meio da festança baianada. E é aí que surge a questão: será que é válido abordar esse tema do deslumbramento das redes sociais junto com um evento tão significativo quanto o Carnaval?

- Acho que é um convite a uma reflexão necessária. Eu me senti um pouco enganada pelo filme; senti que o Carnaval tomou conta, e eu achei isso incrível. Enquanto estávamos trabalhando no roteiro, o universo da internet ficou muito evidente, mas não tem jeito, o Carnaval tem uma força muito maior., apontou Giovana.

- Eu não sei se tem um jeito certo de abordar um tema. É um filme que fala sobre amizade e tem como plano de fundo o Carnaval. Poderia ser outra coisa? Poderia, mas o Carnaval é tão legal (risos). E as minhas maiores memórias de Carnaval são com os meus amigos mesmo, então as coisas se completam. E as redes sociais estão aí para todo mundo agora, não tem como você fugir muito delas. Então, se você está no Carnaval, você vai sair no Instagram de alguém. Acho que são temas intrínsecos, são matéria do cotidiano já. E nesse sentido, ele [o filme] faz um convite a refletir sobre as redes sociais nos nossos encontros., afirmou Samya, intérprete de Vivi.

- Acho que o filme quis mostrar o outro lado das coisas. Mostrar que esse trabalho com internet tem também o seu lado chato, o seu lado ruim, esse lado que ludibria um pouco... Acho que não focou só nessa magia das redes sociais, mas mostrou também que rede social é um trabalho como qualquer outro, e que terão momentos em que você vai fazer alguma coisa que, talvez, não queira tanto. E misturar isso tudo com o Carnaval foi muito legal, porque trouxe um evento que para as redes sociais é muito importante, porque engaja muito e tem muito material, argumentou GKay, a Michelle.

- Acho que mostra também a rede social como um trabalho e como equilibrar isso. O filme deixa o público refletir sobre isso., completa Bruna, que dá vida à Mayra.

Personagens

Outro ponto interessante do longa é a personalidade de cada uma das personagens. E as atrizes também gostam dessas diversas facetas apresentadas: Giovana acredita que tem um pouco de cada uma das meninas; Samya se identificou com a postura de sua personagem, Vivi, sobre o Carnaval; já Bruna se considera uma mística good vibes como a Mayra. E a GKay, hein?

- Eu acho que a Michelle tem tudo a ver comigo. Eu costumo dizer que o único aspecto da Michelle que eu não tenho é essa questão da rede social, que a Michelle é muito desapegada. Acho que ela tem muito da GKay nesse sentido de ser múltipla; uma hora ela é piriguetona, outra é apaixonada, outra é debochada e sarcástica, outra é muito sincera, outra é emotiva... Acho que levei muito da persona GKay com a Michelle.

Saúde mental

Mais do que as alegrias do Carnaval, a trama também fala sobre a toxicidade das redes sociais. O quanto nos deixamos levar pela aparente vida perfeita das pessoas no Instagram? Sobre isso, cada uma das atrizes tem uma opinião e um conselho diferente, mas totalmente sagaz.

- Acho que todo mundo que está ali nas redes sociais já se comparou, temos muito isso o tempo inteiro. Mas a gente precisa se reeducar como usuário dessa ferramenta para saber o que faz sentido para a nossa vida, e também temos que saber que aquilo ali não é 100% uma realidade, que é um fragmento de uma vida projetada para aquele momento. Acho que já entendemos isso e falamos muito sobre isso hoje em dia, mas a gente não se investiga pessoalmente. Qual é o nosso calcanhar de aquiles? Eu vou correndo fazer um procedimento estético porque está todo mundo fazendo? Ou estou consumindo mais? Talvez uma solução, se é que existe uma, é olhar para dentro. Autoconhecimento e terapia., afirmou Giovana.

- A internet é um lugar muito difícil de se habitar. Mesmo que a gente saiba que é um recorte, a gente sempre tem que exercitar esse pensamento. Mas mesmo assim é difícil, porque o cérebro não foi feito para a gente ter acesso a tanta imagem. E é muito retoque; a ficção ali construída é muito grande, fingindo que é uma realidade. Acho que como usuário, o primordial é filtrar quem você segue. Seguir pessoas que tem coisas parecidas com você; não o nariz que você quer ter, mas o nariz que seja parecido com o seu e que você acha bonito. E acho que o filme traz essa reflexão também para quem está produzindo esse conteúdo, de tentar ser cada vez mais sincero e ter responsabilidade na vida das pessoas., explicou Samya.

- Essa questão da comparação ainda rouba de você os seus méritos e as suas conquistas. Muitas vezes eu, por exemplo, tive o sonho de chegar aos cinco milhões [de seguidores]. Só que às vezes você se leva tanto a uma comparação que quando você chega aqueles cinco milhões, você nem comemora aquilo, porque na verdade você já está focado na outra pessoa que comemorou os dez milhões, e isso vai virando uma bola de neve que vai consumindo você. Foi algo que a terapia me ajudou muito. É uma questão que a gente realmente tem que trabalhar a todo momento, porque se você se deixar consumir, você começa a entrar em uma corrida maluca de comparação que nunca tem fim, não tem prêmio, não tem ganhador, não tem nada. É uma coisa infinita que você se perde e acaba não se encontrando mais., levantou GKay.

- Quando a gente fala de comparação, isso vai muito além da internet. Em qualquer ambiente de trabalho, escola... Isso já existe. Então a gente tem que se reeducar para não comparar; entender quem nós somos, o que nós somos, e aprender a melhor forma de lidar com o nosso corpo, com as nossas inseguranças e a forma como a gente pensa. Quando se trata de Instagram, acho que temos que aprender a filtrar: seguir quem gostamos, quem admiramos e quem nos identificamos, para que você não precise deixar de ser quem você é para se tonar outra pessoa., ponderou Giovana.

O filme

Se você quer assistir algo leve, divertido e que, ao mesmo tempo, traz uma reflexão interessante, Carnaval é o filme certo para você. Assista ao trailer oficial abaixo:


Sinopse: A influenciadora digital Nina (Giovana Cordeiro) descobre um vídeo de traição do namorado sendo viralizado e, no intuito de superar o término, usa seus contatos para viajar para Salvador no Carnaval, junto das três melhores amigas, com tudo pago. Mal sabem elas que essa permuta vai trazer muito mais do que novos seguidores - a viagem vai fazer com que todas redescubram o valor da amizade.

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Novo filme da <I>Netflix</I>, <I>Carnaval</I> propõe reflexão sobre amizades e <I>lado nocivo</I> das redes sociais: <I>- A gente tem que se reeducar para não comparar</I>

Novo filme da Netflix, Carnaval propõe reflexão sobre amizades e lado nocivo das redes sociais: - A gente tem que se reeducar para não comparar

19/Abr/

Ai, ai... como superar mais um ano sem Carnaval? Assistindo a um filme com essa temática, é claro! Mas o longa Carnaval, novo original da Netflix, entra em questões muito mais profundas e importantes do que o título entrega. Em coletiva de imprensa, o ESTRELANDO conversou com as protagonistas Samya Pascotto, GKay, Bruna Inocencio e Giovana Cordeiro para saber o que elas pensam sobre a comédia, que já está disponível na plataforma de streaming a partir desta quarta-feira, dia 2. E aí vai um spoiler: você com certeza se interessará pelo filme depois de ler essa matéria. Duvida? Então vamos lá!

Propósito

Em Carnaval, as quatro personagens principais (Nina, Mayra, Vivi e Michelle) são convidadas para curtir o Carnaval de Salvador, na Bahia, com tudo pago. Com o passar do tempo, Nina, vivida por Giovana Cordeiro, acaba dividida entre o seu trabalho de influenciadora e as suas melhores amigas, que muitas vezes ficavam em segundo plano no meio de todas as tentações que acabavam surgindo no meio da festança baianada. E é aí que surge a questão: será que é válido abordar esse tema do deslumbramento das redes sociais junto com um evento tão significativo quanto o Carnaval?

- Acho que é um convite a uma reflexão necessária. Eu me senti um pouco enganada pelo filme; senti que o Carnaval tomou conta, e eu achei isso incrível. Enquanto estávamos trabalhando no roteiro, o universo da internet ficou muito evidente, mas não tem jeito, o Carnaval tem uma força muito maior., apontou Giovana.

- Eu não sei se tem um jeito certo de abordar um tema. É um filme que fala sobre amizade e tem como plano de fundo o Carnaval. Poderia ser outra coisa? Poderia, mas o Carnaval é tão legal (risos). E as minhas maiores memórias de Carnaval são com os meus amigos mesmo, então as coisas se completam. E as redes sociais estão aí para todo mundo agora, não tem como você fugir muito delas. Então, se você está no Carnaval, você vai sair no Instagram de alguém. Acho que são temas intrínsecos, são matéria do cotidiano já. E nesse sentido, ele [o filme] faz um convite a refletir sobre as redes sociais nos nossos encontros., afirmou Samya, intérprete de Vivi.

- Acho que o filme quis mostrar o outro lado das coisas. Mostrar que esse trabalho com internet tem também o seu lado chato, o seu lado ruim, esse lado que ludibria um pouco... Acho que não focou só nessa magia das redes sociais, mas mostrou também que rede social é um trabalho como qualquer outro, e que terão momentos em que você vai fazer alguma coisa que, talvez, não queira tanto. E misturar isso tudo com o Carnaval foi muito legal, porque trouxe um evento que para as redes sociais é muito importante, porque engaja muito e tem muito material, argumentou GKay, a Michelle.

- Acho que mostra também a rede social como um trabalho e como equilibrar isso. O filme deixa o público refletir sobre isso., completa Bruna, que dá vida à Mayra.

Personagens

Outro ponto interessante do longa é a personalidade de cada uma das personagens. E as atrizes também gostam dessas diversas facetas apresentadas: Giovana acredita que tem um pouco de cada uma das meninas; Samya se identificou com a postura de sua personagem, Vivi, sobre o Carnaval; já Bruna se considera uma mística good vibes como a Mayra. E a GKay, hein?

- Eu acho que a Michelle tem tudo a ver comigo. Eu costumo dizer que o único aspecto da Michelle que eu não tenho é essa questão da rede social, que a Michelle é muito desapegada. Acho que ela tem muito da GKay nesse sentido de ser múltipla; uma hora ela é piriguetona, outra é apaixonada, outra é debochada e sarcástica, outra é muito sincera, outra é emotiva... Acho que levei muito da persona GKay com a Michelle.

Saúde mental

Mais do que as alegrias do Carnaval, a trama também fala sobre a toxicidade das redes sociais. O quanto nos deixamos levar pela aparente vida perfeita das pessoas no Instagram? Sobre isso, cada uma das atrizes tem uma opinião e um conselho diferente, mas totalmente sagaz.

- Acho que todo mundo que está ali nas redes sociais já se comparou, temos muito isso o tempo inteiro. Mas a gente precisa se reeducar como usuário dessa ferramenta para saber o que faz sentido para a nossa vida, e também temos que saber que aquilo ali não é 100% uma realidade, que é um fragmento de uma vida projetada para aquele momento. Acho que já entendemos isso e falamos muito sobre isso hoje em dia, mas a gente não se investiga pessoalmente. Qual é o nosso calcanhar de aquiles? Eu vou correndo fazer um procedimento estético porque está todo mundo fazendo? Ou estou consumindo mais? Talvez uma solução, se é que existe uma, é olhar para dentro. Autoconhecimento e terapia., afirmou Giovana.

- A internet é um lugar muito difícil de se habitar. Mesmo que a gente saiba que é um recorte, a gente sempre tem que exercitar esse pensamento. Mas mesmo assim é difícil, porque o cérebro não foi feito para a gente ter acesso a tanta imagem. E é muito retoque; a ficção ali construída é muito grande, fingindo que é uma realidade. Acho que como usuário, o primordial é filtrar quem você segue. Seguir pessoas que tem coisas parecidas com você; não o nariz que você quer ter, mas o nariz que seja parecido com o seu e que você acha bonito. E acho que o filme traz essa reflexão também para quem está produzindo esse conteúdo, de tentar ser cada vez mais sincero e ter responsabilidade na vida das pessoas., explicou Samya.

- Essa questão da comparação ainda rouba de você os seus méritos e as suas conquistas. Muitas vezes eu, por exemplo, tive o sonho de chegar aos cinco milhões [de seguidores]. Só que às vezes você se leva tanto a uma comparação que quando você chega aqueles cinco milhões, você nem comemora aquilo, porque na verdade você já está focado na outra pessoa que comemorou os dez milhões, e isso vai virando uma bola de neve que vai consumindo você. Foi algo que a terapia me ajudou muito. É uma questão que a gente realmente tem que trabalhar a todo momento, porque se você se deixar consumir, você começa a entrar em uma corrida maluca de comparação que nunca tem fim, não tem prêmio, não tem ganhador, não tem nada. É uma coisa infinita que você se perde e acaba não se encontrando mais., levantou GKay.

- Quando a gente fala de comparação, isso vai muito além da internet. Em qualquer ambiente de trabalho, escola... Isso já existe. Então a gente tem que se reeducar para não comparar; entender quem nós somos, o que nós somos, e aprender a melhor forma de lidar com o nosso corpo, com as nossas inseguranças e a forma como a gente pensa. Quando se trata de Instagram, acho que temos que aprender a filtrar: seguir quem gostamos, quem admiramos e quem nos identificamos, para que você não precise deixar de ser quem você é para se tonar outra pessoa., ponderou Giovana.

O filme

Se você quer assistir algo leve, divertido e que, ao mesmo tempo, traz uma reflexão interessante, Carnaval é o filme certo para você. Assista ao trailer oficial abaixo:


Sinopse: A influenciadora digital Nina (Giovana Cordeiro) descobre um vídeo de traição do namorado sendo viralizado e, no intuito de superar o término, usa seus contatos para viajar para Salvador no Carnaval, junto das três melhores amigas, com tudo pago. Mal sabem elas que essa permuta vai trazer muito mais do que novos seguidores - a viagem vai fazer com que todas redescubram o valor da amizade.