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Publicada em 26/08/2021 às 00:00 | Atualizada em 26/08/2021 às 11:35

Drauzio Varella celebra resultado de Encarcerados, documentário codirigido por Pedro Bial: - Ali está o livro!

Inspirado nos livros de Drauzio Varella, documentário, também dirigido por Claudia Calabi e Fernando Grostein, chega aos cinemas nesta quinta-feira, dia 26 de agosto

Guta Valente

Divulgação

Chega aos cinemas nesta quinta-feira, dia 26, o documentário Encarcerados. Dirigido por Claudia Calabi, Fernando Grostein Andrade e Pedro Bial, a produção é inspirada na série de livros de Drauzio Varella e traça um panorama do sistema prisional sob a perspectiva dos carcereiros e seus familiares e de ex-detentos.

Antes mesmo da estreia, Drauzio comemorou que suas palavras foram tão bem traduzidas em uma produção audiovisual, que fecha a série de produtos que se inspiraram nos livros do médico. Além do documentário, há ainda a série Carcereiros e um longa-metragem. 

-  Escrevendo esses livros eu via tanta história e achava que deviam ser contadas. Esse livro foi escrito pela minha admiração por esses personagens, são caras que a sociedade joga lá dentro com um salário razoavelmente medíocre e fazem questão que eles resolvam aquele problema das pessoas que são indesejáveis para a sociedade ficarem trancadas. Essa convivência me trouxe admiração pelo trabalho que eles fazem e pelas contradições que esse trabalho traz. (...) Quando a série saiu na televisão a gente tem por hábito não se intrometer. O mesmo eu fiz com o documentário. A forma como vai ser contada essa história é de quem faz a produção, quem escreve está preocupado com as palavras. Eu vi o documentário no início e eu adorei, ali está o livro. Quando a gente reconhece o livro que escreveu dá sempre uma sensação muito boa, de ver que aquilo foi transformado em uma outra linguagem. Juntaram as pessoas certas para fazer esse documentário, declarou ele durante coletiva de imprensa sobre o filme.

O médico ainda acredita que fez bem ao não interferir no processo de criação do documentário:

- O papel do escritor é trabalhar as palavras e criar imagens metafóricas. No cinema o barato é outro, é trabalhar com imagens reais, imagens que o espectador possa ver na tela. Eu acho que o autor do livro não pode se meter no roteiro. Eu não interferi em nenhum dos projetos de cinema e teatro baseados em meus livros e acho que fiz bem, que acertei. 

E apontou que a produção tem uma força diferente dos trabalhos já realizados em cima do tema: 

- Já tive livros adaptados para o cinema e para o teatro, mas esse documentário tem uma força especial, que é a força da realidade. Ele mostra às pessoas o ambiente, não no mundo da ficção, mas no dia a dia, no cotidiano, e exibe esses homens que têm uma vida muito especial, muito diferente desta que nós levamos.

Filmado em oito penitenciárias de São Paulo, o documentário revela a vida dos carcereiros, trazendo uma reflexão sobre o sistema penitenciário, através do olhar dos agentes penitenciários. Para Claudia Calabi e Pedro Bial, a produção traz visibilidade para uma categoria que permanece invisível sob os olhos da sociedade, mas que é heroica e crucial para o equilíbrio do sistema prisional atual:

- É muito legal falar que tenha mais visibilidade para os agentes, mas é importante pensar que os agentes, tendo essa conexão entre dentro e fora, entre o estado e o crime, eles trazem reflexões sobre o próprio contexto do presidiário e um olhar da sociedade, que é também importante para a gente, destacou Claudia.

Fernando Grostein falou ainda sobre a importância de trazer à tona o dia a dia dos agentes penitenciários:

- Eu acredito na tese de que jogar luz nos cantos escuros da sociedade é importante. Informação e conhecimento libertam. É importante mostrar o dia a dia dos carcerários e detentos paras pessoas entenderem o que se passa dentro do presídio. Estamos vivendo um momento no Brasil em que é muito comum as pessoas dizerem que tem que prender e arrebentar, mas as pessoas não param para refletir e entender o que isso significa. A prisão não é feita apenas para punir, é feita para reabilitar. É importante mostrar o dia a dia e drama dos agentes penitenciários porque a gente mostra o que o sistema atual está fazendo, enxugando gelo e não reabilitando. A conta não fecha. É uma bomba relógio (...) Ao olhar para realidade do sistema prisional, a gente percebe uma tragédia social, que está se agravando, que não é eficiente e precisa ser rediscutida, do ponto de vista da legislação e de organização. O estado tem que gastar mais em educação, do que em detenção. 

Com distribuição da Gullane, Encarcerados é uma produção da Spray e Gullane, em coprodução com Globo Filmes e GloboNews.

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Drauzio Varella celebra resultado de Encarcerados, documentário codirigido por Pedro Bial: - Ali está o livro!

25/Abr/

Chega aos cinemas nesta quinta-feira, dia 26, o documentário Encarcerados. Dirigido por Claudia Calabi, Fernando Grostein Andrade e Pedro Bial, a produção é inspirada na série de livros de Drauzio Varella e traça um panorama do sistema prisional sob a perspectiva dos carcereiros e seus familiares e de ex-detentos.

Antes mesmo da estreia, Drauzio comemorou que suas palavras foram tão bem traduzidas em uma produção audiovisual, que fecha a série de produtos que se inspiraram nos livros do médico. Além do documentário, há ainda a série Carcereiros e um longa-metragem. 

-  Escrevendo esses livros eu via tanta história e achava que deviam ser contadas. Esse livro foi escrito pela minha admiração por esses personagens, são caras que a sociedade joga lá dentro com um salário razoavelmente medíocre e fazem questão que eles resolvam aquele problema das pessoas que são indesejáveis para a sociedade ficarem trancadas. Essa convivência me trouxe admiração pelo trabalho que eles fazem e pelas contradições que esse trabalho traz. (...) Quando a série saiu na televisão a gente tem por hábito não se intrometer. O mesmo eu fiz com o documentário. A forma como vai ser contada essa história é de quem faz a produção, quem escreve está preocupado com as palavras. Eu vi o documentário no início e eu adorei, ali está o livro. Quando a gente reconhece o livro que escreveu dá sempre uma sensação muito boa, de ver que aquilo foi transformado em uma outra linguagem. Juntaram as pessoas certas para fazer esse documentário, declarou ele durante coletiva de imprensa sobre o filme.

O médico ainda acredita que fez bem ao não interferir no processo de criação do documentário:

- O papel do escritor é trabalhar as palavras e criar imagens metafóricas. No cinema o barato é outro, é trabalhar com imagens reais, imagens que o espectador possa ver na tela. Eu acho que o autor do livro não pode se meter no roteiro. Eu não interferi em nenhum dos projetos de cinema e teatro baseados em meus livros e acho que fiz bem, que acertei. 

E apontou que a produção tem uma força diferente dos trabalhos já realizados em cima do tema: 

- Já tive livros adaptados para o cinema e para o teatro, mas esse documentário tem uma força especial, que é a força da realidade. Ele mostra às pessoas o ambiente, não no mundo da ficção, mas no dia a dia, no cotidiano, e exibe esses homens que têm uma vida muito especial, muito diferente desta que nós levamos.

Filmado em oito penitenciárias de São Paulo, o documentário revela a vida dos carcereiros, trazendo uma reflexão sobre o sistema penitenciário, através do olhar dos agentes penitenciários. Para Claudia Calabi e Pedro Bial, a produção traz visibilidade para uma categoria que permanece invisível sob os olhos da sociedade, mas que é heroica e crucial para o equilíbrio do sistema prisional atual:

- É muito legal falar que tenha mais visibilidade para os agentes, mas é importante pensar que os agentes, tendo essa conexão entre dentro e fora, entre o estado e o crime, eles trazem reflexões sobre o próprio contexto do presidiário e um olhar da sociedade, que é também importante para a gente, destacou Claudia.

Fernando Grostein falou ainda sobre a importância de trazer à tona o dia a dia dos agentes penitenciários:

- Eu acredito na tese de que jogar luz nos cantos escuros da sociedade é importante. Informação e conhecimento libertam. É importante mostrar o dia a dia dos carcerários e detentos paras pessoas entenderem o que se passa dentro do presídio. Estamos vivendo um momento no Brasil em que é muito comum as pessoas dizerem que tem que prender e arrebentar, mas as pessoas não param para refletir e entender o que isso significa. A prisão não é feita apenas para punir, é feita para reabilitar. É importante mostrar o dia a dia e drama dos agentes penitenciários porque a gente mostra o que o sistema atual está fazendo, enxugando gelo e não reabilitando. A conta não fecha. É uma bomba relógio (...) Ao olhar para realidade do sistema prisional, a gente percebe uma tragédia social, que está se agravando, que não é eficiente e precisa ser rediscutida, do ponto de vista da legislação e de organização. O estado tem que gastar mais em educação, do que em detenção. 

Com distribuição da Gullane, Encarcerados é uma produção da Spray e Gullane, em coprodução com Globo Filmes e GloboNews.