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Publicada em 10/03/2022 às 16:23 | Atualizada em 10/03/2022 às 16:23

Em bate-papo exclusivo, Maisa Silva revela que fez a primeira personagem da carreira com o seu cabelo natural em De Volta Aos 15

A atriz, que interpreta Anita na série da Netflix, ainda entregou qual momento de sua vida ela viveria novamente

Da Redação

Divulgação

Orkut, MSNIpod, testes de revistas, all star... Bateu a nostalgia aí? Baseada no livro homônimo de Bruna Vieira, a série De Volta aos 15, nova aposta da Netflix, é uma verdadeira viagem no tempo para os anos 2000. Construída em seis episódios, a trama acompanha Anita, uma adolescente que só queria se tornar adulta o quanto antes para poder viajar e conhecer o mundo. No entanto, quando ela completa 30 anos de idade percebe que sua vida está longe de ser como sonhou. Protagonizada por Maísa Silva e Camila Queiroz, que interpretam a mesma personagem em diferentes épocas, a produção ainda traz representatividade e promete deixar qualquer um de coração quentinho. Em bate-papo exclusivo com Maisa, a atriz contou que Anita é a sua primeira personagem com o cabelo natural, após ter realizado a transição capilar, e ainda entregou qual momento de sua vida ela viveria novamente.

Como você definiria a Anita? 

Maisa: Anita é uma mulher de 30 anos de idade, que acaba misteriosamente voltando ao passado e se encontra neste corpinho por um período que a gente não sabe quanto vai durar. Ela é uma menina/mulher completamente perdida. Acho que ela vai acabar servindo de exemplo para muitas pessoas, porque a gente tem aquela ideia de que com 30 anos a pessoa já vai estar com a vida estabelecida. E a Anita quebra esses estereótipos porque ainda está tentando descobrir quem é. Com as viagens no tempo, ela acha que está no comando. Só não se dá conta de que a volta no tempo é também uma chance dela se redescobrir. Ela acaba achando que, voltando, ela vai poder ajudar a mãe, o pai, a irmã, a prima. Só que a gente é a gente, e os outros são os outros. Essa é uma das lições da série. Você pode tentar controlar alguém, mesmo que seja pelo bem da pessoa. Mas tem coisas, experiências, até corações partidos, pelos quais a gente precisa passar para evoluir e a vida caminhar do jeito que tem que caminhar. E a Anita se dá conta disso. Ela não é a senhora do tempo como acha que é.

Como foi interpretar um personagem com a cabeça de alguém mais velha do que você? 

Maisa: A personagem que eu faço na maior parte da série é a menina de 15 anos de idade com cabeça de 30. Ela é uma menina adolescente, mas você nota que ela tem uma certa maturidade. Tem uma coisa muito legal que acabou surgindo automaticamente, por exemplo: eu estava fazendo uma cena onde a Anita consolava a irmã, que é mais velha, a Luiza. Mas quando a Anita volta no tempo, ela é uma mulher de 30 anos de idade, dando conselhos para a irmã de 17 anos. Então, a irmã acaba virando a mais nova. A Daia [Dainara Toffoli, diretora] elogiou minha postura, dizendo que eu tinha agido como uma mulher de 30. E eu nem tinha percebido.

Como você e a Camila Queiroz chegaram em um consenso sobre interpretar a mesma personagem? 

Maisa: A gente conversou muito por mensagem, saímos para jantar e juntamos algumas características, conversando com as diretoras e com as preparadoras. A Anita gosta muito de comer bolacha recheada. E a gente passou um dia com as preparadoras [de elenco] treinando formas de comer bolacha. Além, claro, de formas de se sentar, de andar, porque a Anita é uma personagem completamente sem postura, não tem muita noção do corpo, de espaço. E é muito gostoso poder dar essa relaxada, que às vezes acho que nem eu me permito. A Anita tem essa característica destrambelhada e livre de quem não está nem aí para nada. Eu e a Camila trabalhamos isso. Eu lembro que a gente fez alguns exercícios do tipo uma comendo bolacha em frente à outra. Tem umas coisas que a Camila [Queiroz] faz, como, por exemplo, agachar até o final, e eu não consigo. Ou seja, tem coisas que a nossa Anita não vai fazer igual porque as possibilidades de corpo não rolam. Descobrir isso junto com alguém que é diferente de você é uma experiência muito incrível.

E vocês ficaram muito parecidas. Como foi isso? 

Maisa: Quando eu aceitei fazer o projeto, eu me perguntei se iriam querer alisar o cabelo da Anita. Mas acho que todo mundo gostou do meu cabelo natural. Como eu passei pela transição capilar, essa é minha primeira personagem com meu cabelo natural. Eu estou muito feliz de poder fazer isso. A Bruna Vieira, que escreveu o livro, também tem cachos lindos. Então, tudo foi caminhando naturalmente. Como a Anita vem do futuro, ela já carrega uma informação de 2021 de que o cabelo de chapinha não é mais o padrão, necessariamente. Quando ela volta à adolescência, ela já superou aquele medo que tinha por ter sofrido bullying na escola por conta do cabelo, por ter uma irmã de cabelo liso que é a gatinha na escola e Anita não é nada disso. Então, eu achei muito legal a série continuar com meu cabelo natural mesmo. E tem muitas pessoas na série com cabelo ondulado, cacheado, crespo, enfim, a gente vê uma diversidade de cabelos muito interessante no elenco.

Como rainha das referências, como você fez para voltar ao mundo de 2006? 

Maisa: Eu escutei bastante uma playlist que a Bruna Vieira tem. As preparadoras de elenco também propuseram que a gente criasse a nossa própria playlist, para entrar no mood. Mas isso foi mais no começo das gravações, para entrar na personagem mesmo. Em uma das primeiras reuniões que eu fiz com a Vivi [Vivianne Jundi, diretora-geral], ela me passou uma lista de filmes como referência. Eu já tinha assistido a maioria. E a série tem bastante dos anos 2000, só que algumas coisas ruins dessa época a gente não vai reproduzir, porque, de certo modo, seria um anti exemplo para as próximas gerações. E não é isso que a gente quer. Não queremos reproduzir aspectos sobre os quais a gente já avançou. Já sobre os gadgets da época, deu aquele bug. Por mais que eu tenha vivido esse período, eu era muito criança, então eu não sabia mexer no computador direito, manusear uma câmera cybershot.

Sobre a moda da época, de quais elementos do figurino da Anita você gostou mais e usaria hoje em dia? 

Maisa: Quando eu soube que a série se passava nos anos 2000, a primeira coisa que veio à minha cabeça foi a calça cintura baixa. Eu sei, é polêmico, uns amam, outros odeiam. Eu já paguei a língua porque usei calça cintura baixa recentemente, mas estou repensando a peça. Eu não usaria como a Carol e a Luiza. A Klara [Castanho, intérprete da Carol] brincava que não conseguia abaixar. Eu fiquei pensando como as mulheres conseguiam abaixar sem aparecer um cofrinho ali… Da Anita eu usaria as camisetas dela, que são confortáveis, têm umas estampas bonitas de banda. E o tênis rosa que ela usa o tempo inteiro! Só que ela usa esse tênis todo dia, e meu pé já estaria querendo uma novidade. Ela também tem um coturno vermelho que é a minha cara. Já os shorts jeans com meia-calça não são muito a minha cara. Eu também gosto dos anéis dela. Eu roubaria todos. E acho que eu pegaria umas roupas emprestadas da Fernanda e da Luiza. A Fernanda tem uns looks muito bons, meio street. E a Luiza é a musa do candy color, eu adoro, adoro tons pastéis. E também da César! O look da festa eu usaria. Tem uma vibe meio emo, eu usaria para me sentir uma Avril Lavigne.

Como você tomou conhecimento do livro da Bruna Vieira? 

Maisa: Eu engoli [os livros]. E até fiquei pedindo o terceiro para a Bruna, isso antes mesmo de eu saber que ia fazer a série. É uma história muito envolvente. Quando eu soube que ia fazer a série, fiquei me perguntando como isso iria acontecer. Porque a história do livro é mais a história da Anita aos 30 anos de idade. Só que, nessa versão inspirada nos livros, criaram novos personagens, um universo inteiro se desenvolveu, e foi muito bacana da parte da Bruna ter jogado junto com todo time de roteiro. Então, se a gente tiver uma segunda temporada, como muito do primeiro e do segundo livro foram usados, a segunda temporada acho que seria mais própria, baseada na própria série. Para o pessoal que leu o livro e assistir a série, eles vão perceber que a Anita está ali, mas também tem vários outros universos e várias outras camadas que a gente trabalha nessa adaptação para o audiovisual.

A presença de mulheres, principalmente nos bastidores, é muito forte. Qual o impacto disso na série, de uma forma geral? 

Maisa: É incrível. É uma honra poder trabalhar com um time tão feminino, competente, talentoso. Eu adoro a perspectiva feminina. É muito legal o cuidado que se tem de não estereotipar as relações, as situações. E, como temos uma protagonista mulher, é importante fugir do óbvio. Foi muito legal conversar com todas elas, ter toda essa liberdade e ver o quanto elas estavam prontas para ouvir. A Vivi e a Daina são mães. Então, às vezes, elas davam umas broncas na gente, falavam umas coisas de mãe. A Vivi dizia para a gente cobrir a garganta porque estava frio. E é inspirador porque outras meninas que assistirem a série vão olhar os nomes nos créditos e pensar que podem se ver nesse lugar.

Falando em representatividade, além do envolvimento feminino, a série traz uma diversidade ainda mais abrangente… 

Maisa: A equipe de fato é super diversa. Não é um tipo de representatividade para vender. Por trás das câmeras, temos pessoas trans trabalhando, temos muita diversidade de cor, de gênero, enfim… Isso é incrível e deveria ser cada vez mais frequente nos sets.

Essa é a primeira vez que você faz uma série para o streaming. O que achou de diferente nesse formato? 

Maisa: Eu sempre quis fazer uma série, mas não esperava que isso fosse acontecer neste momento da minha vida. Achava que ia ser quando eu fosse adulta. Quando eu comecei a trabalhar com a Netflix, pensava que eu só ia fazer filmes. Mas são muitas possibilidades e, como artista, é um super presente. Eu sempre quero me desafiar e fazer coisas novas. As séries têm aquilo de deixar um gostinho de quero mais para os próximos episódios, para a galera querer voltar. Só de pegar o roteiro, eu não conseguia parar de ler. Então pensei que, quem assistir a um episódio, não vai querer parar. Um bom roteiro leva tudo para um bom caminho.

Assim como Anita, se você pudesse voltar no tempo para algum momento da sua vida, qual seria? 

Maisa: Se fosse para voltar com a minha cabeça atual, eu voltaria para os meus 15 anos de idade mesmo. Foi uma fase muito boa, não tinha pandemia, aconteceu muita coisa importante na minha vida. Com a cabeça que tenho hoje, acho que eu faria algumas coisas diferentes. Ao mesmo tempo, não me arrependo de nada. Acho que eu voltaria mais para ter o prazer de viver muitas coisas pela primeira vez.


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Em bate-papo exclusivo, Maisa Silva revela que fez a primeira personagem da carreira com o seu cabelo natural em De Volta Aos 15

26/Abr/

Orkut, MSNIpod, testes de revistas, all star... Bateu a nostalgia aí? Baseada no livro homônimo de Bruna Vieira, a série De Volta aos 15, nova aposta da Netflix, é uma verdadeira viagem no tempo para os anos 2000. Construída em seis episódios, a trama acompanha Anita, uma adolescente que só queria se tornar adulta o quanto antes para poder viajar e conhecer o mundo. No entanto, quando ela completa 30 anos de idade percebe que sua vida está longe de ser como sonhou. Protagonizada por Maísa Silva e Camila Queiroz, que interpretam a mesma personagem em diferentes épocas, a produção ainda traz representatividade e promete deixar qualquer um de coração quentinho. Em bate-papo exclusivo com Maisa, a atriz contou que Anita é a sua primeira personagem com o cabelo natural, após ter realizado a transição capilar, e ainda entregou qual momento de sua vida ela viveria novamente.

Como você definiria a Anita? 

Maisa: Anita é uma mulher de 30 anos de idade, que acaba misteriosamente voltando ao passado e se encontra neste corpinho por um período que a gente não sabe quanto vai durar. Ela é uma menina/mulher completamente perdida. Acho que ela vai acabar servindo de exemplo para muitas pessoas, porque a gente tem aquela ideia de que com 30 anos a pessoa já vai estar com a vida estabelecida. E a Anita quebra esses estereótipos porque ainda está tentando descobrir quem é. Com as viagens no tempo, ela acha que está no comando. Só não se dá conta de que a volta no tempo é também uma chance dela se redescobrir. Ela acaba achando que, voltando, ela vai poder ajudar a mãe, o pai, a irmã, a prima. Só que a gente é a gente, e os outros são os outros. Essa é uma das lições da série. Você pode tentar controlar alguém, mesmo que seja pelo bem da pessoa. Mas tem coisas, experiências, até corações partidos, pelos quais a gente precisa passar para evoluir e a vida caminhar do jeito que tem que caminhar. E a Anita se dá conta disso. Ela não é a senhora do tempo como acha que é.

Como foi interpretar um personagem com a cabeça de alguém mais velha do que você? 

Maisa: A personagem que eu faço na maior parte da série é a menina de 15 anos de idade com cabeça de 30. Ela é uma menina adolescente, mas você nota que ela tem uma certa maturidade. Tem uma coisa muito legal que acabou surgindo automaticamente, por exemplo: eu estava fazendo uma cena onde a Anita consolava a irmã, que é mais velha, a Luiza. Mas quando a Anita volta no tempo, ela é uma mulher de 30 anos de idade, dando conselhos para a irmã de 17 anos. Então, a irmã acaba virando a mais nova. A Daia [Dainara Toffoli, diretora] elogiou minha postura, dizendo que eu tinha agido como uma mulher de 30. E eu nem tinha percebido.

Como você e a Camila Queiroz chegaram em um consenso sobre interpretar a mesma personagem? 

Maisa: A gente conversou muito por mensagem, saímos para jantar e juntamos algumas características, conversando com as diretoras e com as preparadoras. A Anita gosta muito de comer bolacha recheada. E a gente passou um dia com as preparadoras [de elenco] treinando formas de comer bolacha. Além, claro, de formas de se sentar, de andar, porque a Anita é uma personagem completamente sem postura, não tem muita noção do corpo, de espaço. E é muito gostoso poder dar essa relaxada, que às vezes acho que nem eu me permito. A Anita tem essa característica destrambelhada e livre de quem não está nem aí para nada. Eu e a Camila trabalhamos isso. Eu lembro que a gente fez alguns exercícios do tipo uma comendo bolacha em frente à outra. Tem umas coisas que a Camila [Queiroz] faz, como, por exemplo, agachar até o final, e eu não consigo. Ou seja, tem coisas que a nossa Anita não vai fazer igual porque as possibilidades de corpo não rolam. Descobrir isso junto com alguém que é diferente de você é uma experiência muito incrível.

E vocês ficaram muito parecidas. Como foi isso? 

Maisa: Quando eu aceitei fazer o projeto, eu me perguntei se iriam querer alisar o cabelo da Anita. Mas acho que todo mundo gostou do meu cabelo natural. Como eu passei pela transição capilar, essa é minha primeira personagem com meu cabelo natural. Eu estou muito feliz de poder fazer isso. A Bruna Vieira, que escreveu o livro, também tem cachos lindos. Então, tudo foi caminhando naturalmente. Como a Anita vem do futuro, ela já carrega uma informação de 2021 de que o cabelo de chapinha não é mais o padrão, necessariamente. Quando ela volta à adolescência, ela já superou aquele medo que tinha por ter sofrido bullying na escola por conta do cabelo, por ter uma irmã de cabelo liso que é a gatinha na escola e Anita não é nada disso. Então, eu achei muito legal a série continuar com meu cabelo natural mesmo. E tem muitas pessoas na série com cabelo ondulado, cacheado, crespo, enfim, a gente vê uma diversidade de cabelos muito interessante no elenco.

Como rainha das referências, como você fez para voltar ao mundo de 2006? 

Maisa: Eu escutei bastante uma playlist que a Bruna Vieira tem. As preparadoras de elenco também propuseram que a gente criasse a nossa própria playlist, para entrar no mood. Mas isso foi mais no começo das gravações, para entrar na personagem mesmo. Em uma das primeiras reuniões que eu fiz com a Vivi [Vivianne Jundi, diretora-geral], ela me passou uma lista de filmes como referência. Eu já tinha assistido a maioria. E a série tem bastante dos anos 2000, só que algumas coisas ruins dessa época a gente não vai reproduzir, porque, de certo modo, seria um anti exemplo para as próximas gerações. E não é isso que a gente quer. Não queremos reproduzir aspectos sobre os quais a gente já avançou. Já sobre os gadgets da época, deu aquele bug. Por mais que eu tenha vivido esse período, eu era muito criança, então eu não sabia mexer no computador direito, manusear uma câmera cybershot.

Sobre a moda da época, de quais elementos do figurino da Anita você gostou mais e usaria hoje em dia? 

Maisa: Quando eu soube que a série se passava nos anos 2000, a primeira coisa que veio à minha cabeça foi a calça cintura baixa. Eu sei, é polêmico, uns amam, outros odeiam. Eu já paguei a língua porque usei calça cintura baixa recentemente, mas estou repensando a peça. Eu não usaria como a Carol e a Luiza. A Klara [Castanho, intérprete da Carol] brincava que não conseguia abaixar. Eu fiquei pensando como as mulheres conseguiam abaixar sem aparecer um cofrinho ali… Da Anita eu usaria as camisetas dela, que são confortáveis, têm umas estampas bonitas de banda. E o tênis rosa que ela usa o tempo inteiro! Só que ela usa esse tênis todo dia, e meu pé já estaria querendo uma novidade. Ela também tem um coturno vermelho que é a minha cara. Já os shorts jeans com meia-calça não são muito a minha cara. Eu também gosto dos anéis dela. Eu roubaria todos. E acho que eu pegaria umas roupas emprestadas da Fernanda e da Luiza. A Fernanda tem uns looks muito bons, meio street. E a Luiza é a musa do candy color, eu adoro, adoro tons pastéis. E também da César! O look da festa eu usaria. Tem uma vibe meio emo, eu usaria para me sentir uma Avril Lavigne.

Como você tomou conhecimento do livro da Bruna Vieira? 

Maisa: Eu engoli [os livros]. E até fiquei pedindo o terceiro para a Bruna, isso antes mesmo de eu saber que ia fazer a série. É uma história muito envolvente. Quando eu soube que ia fazer a série, fiquei me perguntando como isso iria acontecer. Porque a história do livro é mais a história da Anita aos 30 anos de idade. Só que, nessa versão inspirada nos livros, criaram novos personagens, um universo inteiro se desenvolveu, e foi muito bacana da parte da Bruna ter jogado junto com todo time de roteiro. Então, se a gente tiver uma segunda temporada, como muito do primeiro e do segundo livro foram usados, a segunda temporada acho que seria mais própria, baseada na própria série. Para o pessoal que leu o livro e assistir a série, eles vão perceber que a Anita está ali, mas também tem vários outros universos e várias outras camadas que a gente trabalha nessa adaptação para o audiovisual.

A presença de mulheres, principalmente nos bastidores, é muito forte. Qual o impacto disso na série, de uma forma geral? 

Maisa: É incrível. É uma honra poder trabalhar com um time tão feminino, competente, talentoso. Eu adoro a perspectiva feminina. É muito legal o cuidado que se tem de não estereotipar as relações, as situações. E, como temos uma protagonista mulher, é importante fugir do óbvio. Foi muito legal conversar com todas elas, ter toda essa liberdade e ver o quanto elas estavam prontas para ouvir. A Vivi e a Daina são mães. Então, às vezes, elas davam umas broncas na gente, falavam umas coisas de mãe. A Vivi dizia para a gente cobrir a garganta porque estava frio. E é inspirador porque outras meninas que assistirem a série vão olhar os nomes nos créditos e pensar que podem se ver nesse lugar.

Falando em representatividade, além do envolvimento feminino, a série traz uma diversidade ainda mais abrangente… 

Maisa: A equipe de fato é super diversa. Não é um tipo de representatividade para vender. Por trás das câmeras, temos pessoas trans trabalhando, temos muita diversidade de cor, de gênero, enfim… Isso é incrível e deveria ser cada vez mais frequente nos sets.

Essa é a primeira vez que você faz uma série para o streaming. O que achou de diferente nesse formato? 

Maisa: Eu sempre quis fazer uma série, mas não esperava que isso fosse acontecer neste momento da minha vida. Achava que ia ser quando eu fosse adulta. Quando eu comecei a trabalhar com a Netflix, pensava que eu só ia fazer filmes. Mas são muitas possibilidades e, como artista, é um super presente. Eu sempre quero me desafiar e fazer coisas novas. As séries têm aquilo de deixar um gostinho de quero mais para os próximos episódios, para a galera querer voltar. Só de pegar o roteiro, eu não conseguia parar de ler. Então pensei que, quem assistir a um episódio, não vai querer parar. Um bom roteiro leva tudo para um bom caminho.

Assim como Anita, se você pudesse voltar no tempo para algum momento da sua vida, qual seria? 

Maisa: Se fosse para voltar com a minha cabeça atual, eu voltaria para os meus 15 anos de idade mesmo. Foi uma fase muito boa, não tinha pandemia, aconteceu muita coisa importante na minha vida. Com a cabeça que tenho hoje, acho que eu faria algumas coisas diferentes. Ao mesmo tempo, não me arrependo de nada. Acho que eu voltaria mais para ter o prazer de viver muitas coisas pela primeira vez.