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Publicada em 19/01/2024 às 19:56 | Atualizada em 19/01/2024 às 19:57

Zeca Pagodinho relembra carreira e conta: Diziam que eu não ia chegar aos 30 anos de idade

O pagodeiro está completando 40 anos de carreira e admite que, agora, não há mais tempo para a antiga boemia

Da Redação

AgNews

Logo Zeca Pagodinho completará 65 anos de idade, no dia 4 de fevereiro, algo que a intensa boemia da adolescência e da juventude não prometia. A longevidade não era um sonho que parecia inalcançável, mas ela vem chegando - tanto na vida pessoal quanto no trabalho. 

- Diziam que eu não ia chegar aos 30 [anos de idade], recorda o cantor em entrevista para O Globo.

Em 2023, o pagodeiro completou quatro décadas de carreira e a comemoração já têm data marcada. No show que será realizado no Estádio Nilton Santos, o Engenhão, no Rio de Janeiro, no próprio dia 4 de fevereiro. A apresentação contará com participações de peso: Alcione, Jorge Aragão, Xande de Pilares, Seu Jorge, Diogo Nogueira, Marcelo D2 e Djonga. Ainda mais, será gravada e transformada em DVD e álbum visual.

A comemoração Zeca 40 anos promete um repertório apenas de sucessos e ainda terá shows em outras cidades ao longo do ano. Além disso, ainda contará com o intitulado Navio Zeca Pagodinho, que começará no dia 6 de dezembro de 2024 e irá até o dia 9 do mesmo mês. 

- Foi Leninha [Brandão, empresária] quem quis. Mas 40 anos de carreira merecem mesmo um show desses, afirmou o pagodeiro. 

Embora suas primeiras músicas tenham sido gravadas em 1981, o ponto de partida das quatro décadas será Camarão que dorme a onda leva, parceria com Arlindo Cruz e Beto Sem Braço. O famoso samba faz parte do disco Suor no rosto (1983) da saudosa Beth Carvalho, que morreu em 30 de abril de 2019 e que, na época da gravação do álbum, chamou Zeca para dividir a faixa e participar do clipe no Fantástico.

- Beth me jogou nesse mundo doido. Eu não queria entrar. Demorei muito a aceitar e várias vezes pensei em parar. Aí nascia filho de um músico, filho de outro, e não parei, era emprego que gerava, contou a celebridade ao veículo.

Perda de Liberdade e Infância

O estouro de Zeca Pagodinho aconteceu em 1986, com o disco que leva seu nome artístico e que chegou a vender um milhão de cópias. Todas as doze músicas do disco foram tocadas no rádio e, com a fama, os fãs que conquistou passaram a o perseguir.

- Ali, então, perdi minha liberdade, lamenta o músico, que, segundo o jornal O Globo, chegou a dizer para o produtor Milton Manhães que queria voltar a ser anotador de jogo do bicho (ou corretor zoológico, como disse preferir).

Zeca cresceu entre os bairros de Del Castilho e Irajá, no Rio de Janeiro. Segundo o cantor, sua família era muito musical, ligada à seresta e ao samba. Conta ainda que o tio-avô Thybau, por exemplo, era um ótimo violonista e estimulava as crianças a gostarem de música. No entanto, gostar é uma coisa, viver disso é outra.

- Ninguém, de família nenhuma, queria filho no samba. Os pais queriam que os filhos estudassem, trabalhassem. Fui expulso de algumas escolas. Na quarta, eu mesmo fui embora. Sempre aprendi muito rápido. O professor explicava alguma coisa e perguntava: Quem não entendeu? A maioria levantava a mão. Ah, não vou ficar. Ia embora, afirmou Zeca, que parou no quarto ano do antigo Primeiro Grau, equivalente hoje ao quinto ano do Ensino Fundamental atualmente. 

Foi feirante, camelô, mas gostava mesmo era de frequentar as rodas de samba, como a do Cacique de Ramos, na qual Beth Carvalho o descobriu. Assim, mesmo contrariados, seus pais tiveram que se conformar. Nessa época, o seu companheiro mais frequente era Arlindo Cruz - eles eram chamados de Cosme e Damião ou o Gordo e o Magro. 

- A vida empurrou para um lado e não teve jeito. Fui pra rua, pro meu caminho. Não tinha como frear. Não sei como a gente arrumava o dinheiro da passagem. Eu sei que a gente ia, lembrou o pagodeiro.

Fase Difícil e Os Dias Atuais

No entanto, houve também um período em que Zeca fez pouco sucesso. Entre os anos de 1988 e 1993, ele lançou seis discos que acabaram não conquistando o público geral. Durante a conversa com O Globo, ele se espanta e pergunta se não foram só quatro, não acreditando que aquela fase difícil onde seu trabalho não era muito divulgado tenha durado tudo isso.

- Tinha um diretor que queria botar músicas de dois compositores que davam parceria para ele. Eu não aceitava, revelou.

Já em 1995, veio o convite da gravadora PolyGram, hoje Universal Music. Na época, encontrou no executivo Max Pierre e, no maestro Rildo Hora, os companheiros certos para poder reerguer sua carreira, a começar pelo disco Samba pras moças. Nas palavras do músico, ao se juntar com os novos companheiros que o acompanham até hoje, foi introduzido também à novos instrumentos, como o oboé e a harpa.

- Falei: Pode botar o que quiser, mas a batucada tem que ficar, contou.

Atualmente, o que falta mesmo é tempo e ânimo para reviver a boemia tão presente do passado. Em entrevista para o jornal, admitiu preferir passar as noites em casa as tardes com os netos, que, no total, são quatro, mas que já estão pra nascer mais dois. Nas palavras do cantor, às nove e meia da noite ele já está na cama.

- Vou aonde? Do meu tempo, não tem mais. Tem da garotada, mas não é a minha linguagem, finaliza Zeca Pagodinho.

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Zeca Pagodinho relembra carreira e conta: <i>Diziam que eu não ia chegar aos 30 anos de idade</i>

Zeca Pagodinho relembra carreira e conta: Diziam que eu não ia chegar aos 30 anos de idade

28/Abr/

Logo Zeca Pagodinho completará 65 anos de idade, no dia 4 de fevereiro, algo que a intensa boemia da adolescência e da juventude não prometia. A longevidade não era um sonho que parecia inalcançável, mas ela vem chegando - tanto na vida pessoal quanto no trabalho. 

- Diziam que eu não ia chegar aos 30 [anos de idade], recorda o cantor em entrevista para O Globo.

Em 2023, o pagodeiro completou quatro décadas de carreira e a comemoração já têm data marcada. No show que será realizado no Estádio Nilton Santos, o Engenhão, no Rio de Janeiro, no próprio dia 4 de fevereiro. A apresentação contará com participações de peso: Alcione, Jorge Aragão, Xande de Pilares, Seu Jorge, Diogo Nogueira, Marcelo D2 e Djonga. Ainda mais, será gravada e transformada em DVD e álbum visual.

A comemoração Zeca 40 anos promete um repertório apenas de sucessos e ainda terá shows em outras cidades ao longo do ano. Além disso, ainda contará com o intitulado Navio Zeca Pagodinho, que começará no dia 6 de dezembro de 2024 e irá até o dia 9 do mesmo mês. 

- Foi Leninha [Brandão, empresária] quem quis. Mas 40 anos de carreira merecem mesmo um show desses, afirmou o pagodeiro. 

Embora suas primeiras músicas tenham sido gravadas em 1981, o ponto de partida das quatro décadas será Camarão que dorme a onda leva, parceria com Arlindo Cruz e Beto Sem Braço. O famoso samba faz parte do disco Suor no rosto (1983) da saudosa Beth Carvalho, que morreu em 30 de abril de 2019 e que, na época da gravação do álbum, chamou Zeca para dividir a faixa e participar do clipe no Fantástico.

- Beth me jogou nesse mundo doido. Eu não queria entrar. Demorei muito a aceitar e várias vezes pensei em parar. Aí nascia filho de um músico, filho de outro, e não parei, era emprego que gerava, contou a celebridade ao veículo.

Perda de Liberdade e Infância

O estouro de Zeca Pagodinho aconteceu em 1986, com o disco que leva seu nome artístico e que chegou a vender um milhão de cópias. Todas as doze músicas do disco foram tocadas no rádio e, com a fama, os fãs que conquistou passaram a o perseguir.

- Ali, então, perdi minha liberdade, lamenta o músico, que, segundo o jornal O Globo, chegou a dizer para o produtor Milton Manhães que queria voltar a ser anotador de jogo do bicho (ou corretor zoológico, como disse preferir).

Zeca cresceu entre os bairros de Del Castilho e Irajá, no Rio de Janeiro. Segundo o cantor, sua família era muito musical, ligada à seresta e ao samba. Conta ainda que o tio-avô Thybau, por exemplo, era um ótimo violonista e estimulava as crianças a gostarem de música. No entanto, gostar é uma coisa, viver disso é outra.

- Ninguém, de família nenhuma, queria filho no samba. Os pais queriam que os filhos estudassem, trabalhassem. Fui expulso de algumas escolas. Na quarta, eu mesmo fui embora. Sempre aprendi muito rápido. O professor explicava alguma coisa e perguntava: Quem não entendeu? A maioria levantava a mão. Ah, não vou ficar. Ia embora, afirmou Zeca, que parou no quarto ano do antigo Primeiro Grau, equivalente hoje ao quinto ano do Ensino Fundamental atualmente. 

Foi feirante, camelô, mas gostava mesmo era de frequentar as rodas de samba, como a do Cacique de Ramos, na qual Beth Carvalho o descobriu. Assim, mesmo contrariados, seus pais tiveram que se conformar. Nessa época, o seu companheiro mais frequente era Arlindo Cruz - eles eram chamados de Cosme e Damião ou o Gordo e o Magro. 

- A vida empurrou para um lado e não teve jeito. Fui pra rua, pro meu caminho. Não tinha como frear. Não sei como a gente arrumava o dinheiro da passagem. Eu sei que a gente ia, lembrou o pagodeiro.

Fase Difícil e Os Dias Atuais

No entanto, houve também um período em que Zeca fez pouco sucesso. Entre os anos de 1988 e 1993, ele lançou seis discos que acabaram não conquistando o público geral. Durante a conversa com O Globo, ele se espanta e pergunta se não foram só quatro, não acreditando que aquela fase difícil onde seu trabalho não era muito divulgado tenha durado tudo isso.

- Tinha um diretor que queria botar músicas de dois compositores que davam parceria para ele. Eu não aceitava, revelou.

Já em 1995, veio o convite da gravadora PolyGram, hoje Universal Music. Na época, encontrou no executivo Max Pierre e, no maestro Rildo Hora, os companheiros certos para poder reerguer sua carreira, a começar pelo disco Samba pras moças. Nas palavras do músico, ao se juntar com os novos companheiros que o acompanham até hoje, foi introduzido também à novos instrumentos, como o oboé e a harpa.

- Falei: Pode botar o que quiser, mas a batucada tem que ficar, contou.

Atualmente, o que falta mesmo é tempo e ânimo para reviver a boemia tão presente do passado. Em entrevista para o jornal, admitiu preferir passar as noites em casa as tardes com os netos, que, no total, são quatro, mas que já estão pra nascer mais dois. Nas palavras do cantor, às nove e meia da noite ele já está na cama.

- Vou aonde? Do meu tempo, não tem mais. Tem da garotada, mas não é a minha linguagem, finaliza Zeca Pagodinho.