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Publicada em 22/02/2024 às 00:00 | Atualizada em 21/02/2024 às 18:52

Jacqueline Sato comenta importância da discussão sobre a representatividade amarela na indústria televisiva

A multi-artista celebra programa Mulheres Asiáticas, assim como outras conquistas

Clara Rocha

Divulgação-Crédito: Andrea Dematte

Saindo de um de seus anos mais desafiadores, porém cheio de aprendizados, Jacqueline Sato conta estar se sentindo mais corajosa, forte, capaz e criativa do que acreditava ser. Ao ESTRELANDO, a artista ainda afirma que 2024 será um ano recheado de novos projetos que estavam guardados na gaveta, agora, prontos para serem apresentados para o mundo.

Ter vivido momentos em que superei minhas expectativas em relação ao meu comportamento e a minha forma de encontrar soluções ao longo deste último ano me deixou mais pronta pra encarar os novos projetos com ainda mais segurança e leveza.

Em sua mais recente estreia, a série A História Delas, da plataforma de streaming paga Star+, a atriz vive a personagem Mirella, uma ex-modelo deslumbrada e falida, que é casada com um agiota, vivido por Leo Jaime. Estrelando ao lado de atrizes como Leticia Spiller e Cris Vianna, a famosa fez um balanço das similaridades e diferenças entre ela e sua personagem.

Acho que o otimismo e a fé nos sonhos é algo que a gente tem em comum. Mas a gente diverge em vários quesitos, principalmente no jeito mais expansivo dela; na forma mais ousada/espalhafatosa de se vestir; e na quantidade e forma de exposição de si própria nas redes. Ela é do tipo que faz vídeo e selfie de quase tudo o que está vivendo e usa disso como forma de divulgar seu trabalho. Eu não sou tão usuária assim. Minha usabilidade é bem variável. Mirella é mais automática em relação a isto, revela Sato.

Convidada para fazer parte do elenco pela produtora Diana Galantini, responsável pela primeira série que a atriz fez na vida, Psi, da HBO Brasil, Jacqueline Sato ainda compartilhou estar em constante aprendizado ao observar o trabalho de outros colegas. Para a artista, os momentos de troca com suas companheiras de cena, como o marcante reencontro com Leticia Spiller, são sempre carregados de significados. 

Aprendizados são sempre muitos, e geralmente vem da observação do trabalho de outras colegas. O que sempre me inspira e faz ver novas abordagens em cima de um mesmo texto. Pois, o mais incrível dessa nossa arte é que cada pessoa que pegar uma cena para fazer, fará de um jeito completamente diferente da outra pessoa. Então, eu amo ver como eu li a cena e como ela está sendo interpretada pela atriz que dá vida a ela, começou dizendo. 

Sobre o reencontro com Spiller, atriz com quem trabalhou em novela tempos atrás, Sato conta que a colega havia ouvido falar de seu programa Mulheres Asiáticas e estava ansiosa por saber mais detalhes.

A gente tem um carinho enorme uma pela outra e se reencontrar num trabalho como este, onde as duas estavam muito felizes e gratas por histórias como estas existirem foi satisfatório demais. Muito gostoso poder partilhar estes momentos. Fora as conversas a respeito de relacionamento e maternidade que tivemos na hora do almoço. É sempre muito rico trocar com ela, afirmou, complementando ao dizer sobre a surpresa positiva ao conhecer as outras atrizes da série. 

A importância de um projeto voltado para pessoas amarelas

Para quem não sabe, o programa Mulheres Asiáticas é uma produção do E! Entertainment coordenado pela própria atriz. Com a urgência de contramão à invisibilidade histórica de grupos não-brancos, o projeto carrega como principal premissa levar para o público a realidade das mulheres de ascendência asiática no território brasileiro, longe do cercado de estigmas e de estereótipos. 

Sato se emociona ao ser questionada sobre a importância e responsabilidade de tratar sobre um tópico tão pertinente. Lembrando a leitura do relatório final feito por Ricca Lee, a pessoa que é sensitive viewer no projeto, a artista conta estar em um mix de alívio e orgulho.

Só eu sei os inúmeros perrengues e as saídas que encontramos. Ser o programa que traz pela primeira vez essa pauta como foco, é desafiador demais. Olhando para o todo, dá muito orgulho em poder dizer que criamos, finalmente, um conteúdo que represente mulheres amarelas diversas, de diferentes backgrounds, profissões e faixas etárias, diz ao começar. 

Tratar deste tema sempre foi algo que eu quis, mas durante a maior parte da minha vida esperei ver isto acontecendo e sendo produzido por outras pessoas, afinal, eu ocupava muito o lugar da atriz que era chamada para somar voz ou dar visibilidade a algo, mas ainda não o de criadora e produtora. Fico muito feliz em constatar que acabei me tornando aquela por quem sempre esperei. Estou produzindo os conteúdos que sempre quis ver no mundo, e sempre quis participar. É muito gratificante. Sinto que esse primeiro passo é de extrema importância, pois já chega de não nos vermos representadas e sermos mal compreendidas, declara a famosa.

Com o desejo de ser o programa que ajude a substituir o imaginário coletivo que, nas palavras de Sato, até hoje, é recheado de clichês, por um muito mais real e plural, a apresentadora pontua que as as discussões sobre este recorte, a bibliografia desta história, ainda é muito pequena. 

Muitas de nós demoraram a se entenderem e autodenominarem radicalizadas, demoraram a perceber que a falta de representatividade está relacionada a algo estrutural que precisa ser transformado. Espero que o programa dê voz a múltiplas mulheres e outras pessoas desse recorte, não apenas às convidadas incríveis que recebo; que isto se expanda exponencialmente gerando conversas entre famílias, amigos, e muita reflexão. Que seja um convite para que mais conversas e trocas como as que acontecem dentro dele passem a fazer parte da nossa realidade, declara ao finalizar.

Integrante da Academia do Emmy Internacional

Em 2023, Jacqueline Sato teve a honra de ser uma das brasileiras nominadas como novas integrantes da Academia do Emmy Internacional, que coordena a premiação de maior reconhecimento do mundo televisivo. Questionada sobre a conquista e o peso de ser uma das representantes do país em meio a um seleto grupo de profissionais da indústria mundial, a artista reafirma a importância da representatividade das mulheres em ambientes seletos como este - além de afirmar os novos pontos de vista e aprendizados que estar inserido na Academia oferecem.

Foi um momento muito especial. Eu ainda estava na pré-produção do Mulheres Asiáticas, por volta de abril [de 2023], e lembro de transbordar felicidade e choque. Tem coisas que acontecem na vida que a gente para e pensa: Caramba, isto está acontecendo de verdade? Em outros momentos da minha vida, quando algo muito importante acontecia, aquela tendência a síndrome da impostora queria vir à tona, revela Sato. 

Tenho trabalhado isso para validar e celebrar minhas conquistas, e entender que esse padrão que é tão recorrente em nós mulheres precisa parar. Desta vez, fiquei em choque sim, mas logo me coloquei no lugar de celebrar e honrar esse espaço que estou ocupando da melhor forma possível. Que minha presença lá signifique, não só tornar este ambiente mais plural, afinal estes espaços ainda são predominantemente dominados por homens, e homens brancos, como também seja acelerador de processos na construção de projetos audiovisuais relevantes que somente vozes ainda não ouvidas são capazes de criar; e claro, que sejam excelentes projetos, declara. 

Acho que deu para perceber que Jacqueline Sato é uma verdadeira multi-artista, né? Se dividindo entre atriz, apresentadora, produtora e muito mais, a famosa conta como faz para conciliar a vida pessoal em meio a todas suas demandas de carreira. Quando consegue aquela merecida pausa em meio a tantos compromissos, seu go-to sempre será a natureza. Para a atriz, é estando em contato com ela que conquista relaxamento profundo, se conectando com Deus e consigo mesma.

Estou amando ser multi. Acho que sempre fui, mas custei a aceitar que, sim, era possível. Me sinto mais realizada do que nunca. Amo cada ofício de forma ímpar. Cada um me agrega de uma forma. Quando eu era atriz, tinha essa pulsação dentro de mim de querer fazer mais, mas levei meu tempo até estar pronta para, enfim, acolher este desejo e dar conta dele. Gosto mesmo de usar meu tempo e existência para realizar coisas diversas. Ficar apenas em uma, hoje, percebo o quanto poderia ser limitante, afirma Sato.

Ao finalizar, ainda revela seu segredo para carregar a vida estando mais presente. A apresentadora também afirma que, mesmo com todas as demandas, não tem visto essa pluralidade como algo pesado ou cansativo, mas sim como algo potencializador para focar em seus objetivos.

Me expande e me deixa com vontade de fazer cada vez mais. O meu conciliar é trabalhar muito a presença; algo que sempre exercitei enquanto atriz, e carreguei pra vida. Afinal, não é possível realizar uma cena sem estar cem por cento presente naquele momento do presente. E pra mim, na vida também. Eu mergulho focada numa coisa e vou a fundo, depois mergulho também tão fundo quanto nos meus momentos de descanso. Procuro aproveitar bem tanto os momentos de trabalho, quanto os de descanso e lazer. E busco balancear isto ao longo dos dias, diz ao finalizar.

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27/Abr/

Saindo de um de seus anos mais desafiadores, porém cheio de aprendizados, Jacqueline Sato conta estar se sentindo mais corajosa, forte, capaz e criativa do que acreditava ser. Ao ESTRELANDO, a artista ainda afirma que 2024 será um ano recheado de novos projetos que estavam guardados na gaveta, agora, prontos para serem apresentados para o mundo.

Ter vivido momentos em que superei minhas expectativas em relação ao meu comportamento e a minha forma de encontrar soluções ao longo deste último ano me deixou mais pronta pra encarar os novos projetos com ainda mais segurança e leveza.

Em sua mais recente estreia, a série A História Delas, da plataforma de streaming paga Star+, a atriz vive a personagem Mirella, uma ex-modelo deslumbrada e falida, que é casada com um agiota, vivido por Leo Jaime. Estrelando ao lado de atrizes como Leticia Spiller e Cris Vianna, a famosa fez um balanço das similaridades e diferenças entre ela e sua personagem.

Acho que o otimismo e a fé nos sonhos é algo que a gente tem em comum. Mas a gente diverge em vários quesitos, principalmente no jeito mais expansivo dela; na forma mais ousada/espalhafatosa de se vestir; e na quantidade e forma de exposição de si própria nas redes. Ela é do tipo que faz vídeo e selfie de quase tudo o que está vivendo e usa disso como forma de divulgar seu trabalho. Eu não sou tão usuária assim. Minha usabilidade é bem variável. Mirella é mais automática em relação a isto, revela Sato.

Convidada para fazer parte do elenco pela produtora Diana Galantini, responsável pela primeira série que a atriz fez na vida, Psi, da HBO Brasil, Jacqueline Sato ainda compartilhou estar em constante aprendizado ao observar o trabalho de outros colegas. Para a artista, os momentos de troca com suas companheiras de cena, como o marcante reencontro com Leticia Spiller, são sempre carregados de significados. 

Aprendizados são sempre muitos, e geralmente vem da observação do trabalho de outras colegas. O que sempre me inspira e faz ver novas abordagens em cima de um mesmo texto. Pois, o mais incrível dessa nossa arte é que cada pessoa que pegar uma cena para fazer, fará de um jeito completamente diferente da outra pessoa. Então, eu amo ver como eu li a cena e como ela está sendo interpretada pela atriz que dá vida a ela, começou dizendo. 

Sobre o reencontro com Spiller, atriz com quem trabalhou em novela tempos atrás, Sato conta que a colega havia ouvido falar de seu programa Mulheres Asiáticas e estava ansiosa por saber mais detalhes.

A gente tem um carinho enorme uma pela outra e se reencontrar num trabalho como este, onde as duas estavam muito felizes e gratas por histórias como estas existirem foi satisfatório demais. Muito gostoso poder partilhar estes momentos. Fora as conversas a respeito de relacionamento e maternidade que tivemos na hora do almoço. É sempre muito rico trocar com ela, afirmou, complementando ao dizer sobre a surpresa positiva ao conhecer as outras atrizes da série. 

A importância de um projeto voltado para pessoas amarelas

Para quem não sabe, o programa Mulheres Asiáticas é uma produção do E! Entertainment coordenado pela própria atriz. Com a urgência de contramão à invisibilidade histórica de grupos não-brancos, o projeto carrega como principal premissa levar para o público a realidade das mulheres de ascendência asiática no território brasileiro, longe do cercado de estigmas e de estereótipos. 

Sato se emociona ao ser questionada sobre a importância e responsabilidade de tratar sobre um tópico tão pertinente. Lembrando a leitura do relatório final feito por Ricca Lee, a pessoa que é sensitive viewer no projeto, a artista conta estar em um mix de alívio e orgulho.

Só eu sei os inúmeros perrengues e as saídas que encontramos. Ser o programa que traz pela primeira vez essa pauta como foco, é desafiador demais. Olhando para o todo, dá muito orgulho em poder dizer que criamos, finalmente, um conteúdo que represente mulheres amarelas diversas, de diferentes backgrounds, profissões e faixas etárias, diz ao começar. 

Tratar deste tema sempre foi algo que eu quis, mas durante a maior parte da minha vida esperei ver isto acontecendo e sendo produzido por outras pessoas, afinal, eu ocupava muito o lugar da atriz que era chamada para somar voz ou dar visibilidade a algo, mas ainda não o de criadora e produtora. Fico muito feliz em constatar que acabei me tornando aquela por quem sempre esperei. Estou produzindo os conteúdos que sempre quis ver no mundo, e sempre quis participar. É muito gratificante. Sinto que esse primeiro passo é de extrema importância, pois já chega de não nos vermos representadas e sermos mal compreendidas, declara a famosa.

Com o desejo de ser o programa que ajude a substituir o imaginário coletivo que, nas palavras de Sato, até hoje, é recheado de clichês, por um muito mais real e plural, a apresentadora pontua que as as discussões sobre este recorte, a bibliografia desta história, ainda é muito pequena. 

Muitas de nós demoraram a se entenderem e autodenominarem radicalizadas, demoraram a perceber que a falta de representatividade está relacionada a algo estrutural que precisa ser transformado. Espero que o programa dê voz a múltiplas mulheres e outras pessoas desse recorte, não apenas às convidadas incríveis que recebo; que isto se expanda exponencialmente gerando conversas entre famílias, amigos, e muita reflexão. Que seja um convite para que mais conversas e trocas como as que acontecem dentro dele passem a fazer parte da nossa realidade, declara ao finalizar.

Integrante da Academia do Emmy Internacional

Em 2023, Jacqueline Sato teve a honra de ser uma das brasileiras nominadas como novas integrantes da Academia do Emmy Internacional, que coordena a premiação de maior reconhecimento do mundo televisivo. Questionada sobre a conquista e o peso de ser uma das representantes do país em meio a um seleto grupo de profissionais da indústria mundial, a artista reafirma a importância da representatividade das mulheres em ambientes seletos como este - além de afirmar os novos pontos de vista e aprendizados que estar inserido na Academia oferecem.

Foi um momento muito especial. Eu ainda estava na pré-produção do Mulheres Asiáticas, por volta de abril [de 2023], e lembro de transbordar felicidade e choque. Tem coisas que acontecem na vida que a gente para e pensa: Caramba, isto está acontecendo de verdade? Em outros momentos da minha vida, quando algo muito importante acontecia, aquela tendência a síndrome da impostora queria vir à tona, revela Sato. 

Tenho trabalhado isso para validar e celebrar minhas conquistas, e entender que esse padrão que é tão recorrente em nós mulheres precisa parar. Desta vez, fiquei em choque sim, mas logo me coloquei no lugar de celebrar e honrar esse espaço que estou ocupando da melhor forma possível. Que minha presença lá signifique, não só tornar este ambiente mais plural, afinal estes espaços ainda são predominantemente dominados por homens, e homens brancos, como também seja acelerador de processos na construção de projetos audiovisuais relevantes que somente vozes ainda não ouvidas são capazes de criar; e claro, que sejam excelentes projetos, declara. 

Acho que deu para perceber que Jacqueline Sato é uma verdadeira multi-artista, né? Se dividindo entre atriz, apresentadora, produtora e muito mais, a famosa conta como faz para conciliar a vida pessoal em meio a todas suas demandas de carreira. Quando consegue aquela merecida pausa em meio a tantos compromissos, seu go-to sempre será a natureza. Para a atriz, é estando em contato com ela que conquista relaxamento profundo, se conectando com Deus e consigo mesma.

Estou amando ser multi. Acho que sempre fui, mas custei a aceitar que, sim, era possível. Me sinto mais realizada do que nunca. Amo cada ofício de forma ímpar. Cada um me agrega de uma forma. Quando eu era atriz, tinha essa pulsação dentro de mim de querer fazer mais, mas levei meu tempo até estar pronta para, enfim, acolher este desejo e dar conta dele. Gosto mesmo de usar meu tempo e existência para realizar coisas diversas. Ficar apenas em uma, hoje, percebo o quanto poderia ser limitante, afirma Sato.

Ao finalizar, ainda revela seu segredo para carregar a vida estando mais presente. A apresentadora também afirma que, mesmo com todas as demandas, não tem visto essa pluralidade como algo pesado ou cansativo, mas sim como algo potencializador para focar em seus objetivos.

Me expande e me deixa com vontade de fazer cada vez mais. O meu conciliar é trabalhar muito a presença; algo que sempre exercitei enquanto atriz, e carreguei pra vida. Afinal, não é possível realizar uma cena sem estar cem por cento presente naquele momento do presente. E pra mim, na vida também. Eu mergulho focada numa coisa e vou a fundo, depois mergulho também tão fundo quanto nos meus momentos de descanso. Procuro aproveitar bem tanto os momentos de trabalho, quanto os de descanso e lazer. E busco balancear isto ao longo dos dias, diz ao finalizar.