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Publicada em 31/05/2024 às 12:45 | Atualizada em 31/05/2024 às 12:45

Maya Massafera sobre ser mulher trans: Passei 40 anos na pior prisão que vocês podem imaginar

A influenciadora escreveu uma carta aberta sobre a nova fase da vida

Da Redação

Divulgação-@mayamassafera

Maya Massafera abriu o coração e escreveu uma carta aberta sobre a nova fase da vida como mulher trans. 

Para a revista Vogue, a influenciadora, de 43 anos de idade, afirmou que passou 40 anos na pior prisão que todos podem imaginar: dentro de um corpo no qual não se identificava.

Tem um ditado que diz que a vida começa aos 40 anos de idade. A minha literalmente começou aos 43. Pela primeira vez, entendo o que é ser feliz. Meu estado de espírito está feliz. Conversando com médicos e psicólogos, eles me explicaram que esse meu estado de felicidade é o estado normal de uma pessoa que nasceu no corpo e gênero com que se identifica e que, provavelmente no futuro, vou me acostumar com esse estado. Tenho vontade de me olhar no espelho, de sair de casa e de viver. Ao mesmo tempo, tenho muito medo e uma disforia, porque sair de casa se tornou um evento. As pessoas querem ver se estou realmente feminina, o que mais mudou em mim e como está o meu corpo. Até meus amigos têm essa curiosidade e sei que não é por mal – mas estou exausta. Temos que entender que somos únicas.

E continuou:

Passei 40 anos na pior prisão que vocês podem imaginar. Eram 24 horas por dia dentro de um corpo e gênero que não eram meus. Nasci com alma feminina, eu era uma mulher presa em um corpo masculino. Tinha meus momentos felizes, mas não era uma pessoa feliz. Ainda mais porque não me entendia como uma mulher trans. Minha transição começou anos atrás, bem antes, mesmo sem eu entender. Fazia alguns anos que eu já não conseguia usar roupas que a sociedade determina como masculinas, por exemplo. Muita gente tem falado que eu mudei até de estilo, que antes eu era polêmica e agora me visto bem. Mas isso não existe. O que acontecia é que eu usava itens femininos e a sociedade acha polêmico um corpo masculino usar roupas femininas. Quando eu entendi que era uma mulher trans e comecei minha transição, só tinha certeza de que queria fazer tudo longe da mídia e ter muita saúde mental. Contei para minha família e para meus melhores amigos. Minha mãe foi minha maior parceira. Comecei os hormônios em outubro de 2023 e, durante três meses, não conseguia sair da cama, pois fiquei muito fraca. Foi um momento muito difícil, mas libertador. Nos meus planos, eu pretendia ficar mais tempo longe de tudo, porém a mídia descobriu e começaram a sair algumas matérias muito distorcidas.

Conversando com meus médicos e analista, vi que o melhor era enfrentar e contar a história do meu jeito. Ainda não estou preparada para conversar sobre tudo. Quero ir no meu tempo, mas quero deixar uma coisa clara para vocês: como eu estou feliz e me encontrei no gênero feminino. Não sei por qual motivo Deus me fez assim, mas era para ser dessa forma e hoje sou a pessoa mais feliz do mundo. Sou uma mulher trans com muito orgulho. O futuro eu não sei ao certo, mas sei que quero continuar no entretenimento e ser uma influência boa para quem me acompanha. Quero fazer diferença no mundo e espalhar toda essa alegria e gratidão que estão no meu peito. Um beijo enorme e carinho para todo mundo, em especial para minha mãe, meus dois irmãos, Antonio e Max, Alessandra Ambrosio, Thiago Jorge e Ale Nunes.

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Maya Massafera sobre ser mulher trans: <I>Passei 40 anos na pior prisão que vocês podem imaginar</i>

Maya Massafera sobre ser mulher trans: Passei 40 anos na pior prisão que vocês podem imaginar

01/Mai/

Maya Massafera abriu o coração e escreveu uma carta aberta sobre a nova fase da vida como mulher trans. 

Para a revista Vogue, a influenciadora, de 43 anos de idade, afirmou que passou 40 anos na pior prisão que todos podem imaginar: dentro de um corpo no qual não se identificava.

Tem um ditado que diz que a vida começa aos 40 anos de idade. A minha literalmente começou aos 43. Pela primeira vez, entendo o que é ser feliz. Meu estado de espírito está feliz. Conversando com médicos e psicólogos, eles me explicaram que esse meu estado de felicidade é o estado normal de uma pessoa que nasceu no corpo e gênero com que se identifica e que, provavelmente no futuro, vou me acostumar com esse estado. Tenho vontade de me olhar no espelho, de sair de casa e de viver. Ao mesmo tempo, tenho muito medo e uma disforia, porque sair de casa se tornou um evento. As pessoas querem ver se estou realmente feminina, o que mais mudou em mim e como está o meu corpo. Até meus amigos têm essa curiosidade e sei que não é por mal – mas estou exausta. Temos que entender que somos únicas.

E continuou:

Passei 40 anos na pior prisão que vocês podem imaginar. Eram 24 horas por dia dentro de um corpo e gênero que não eram meus. Nasci com alma feminina, eu era uma mulher presa em um corpo masculino. Tinha meus momentos felizes, mas não era uma pessoa feliz. Ainda mais porque não me entendia como uma mulher trans. Minha transição começou anos atrás, bem antes, mesmo sem eu entender. Fazia alguns anos que eu já não conseguia usar roupas que a sociedade determina como masculinas, por exemplo. Muita gente tem falado que eu mudei até de estilo, que antes eu era polêmica e agora me visto bem. Mas isso não existe. O que acontecia é que eu usava itens femininos e a sociedade acha polêmico um corpo masculino usar roupas femininas. Quando eu entendi que era uma mulher trans e comecei minha transição, só tinha certeza de que queria fazer tudo longe da mídia e ter muita saúde mental. Contei para minha família e para meus melhores amigos. Minha mãe foi minha maior parceira. Comecei os hormônios em outubro de 2023 e, durante três meses, não conseguia sair da cama, pois fiquei muito fraca. Foi um momento muito difícil, mas libertador. Nos meus planos, eu pretendia ficar mais tempo longe de tudo, porém a mídia descobriu e começaram a sair algumas matérias muito distorcidas.

Conversando com meus médicos e analista, vi que o melhor era enfrentar e contar a história do meu jeito. Ainda não estou preparada para conversar sobre tudo. Quero ir no meu tempo, mas quero deixar uma coisa clara para vocês: como eu estou feliz e me encontrei no gênero feminino. Não sei por qual motivo Deus me fez assim, mas era para ser dessa forma e hoje sou a pessoa mais feliz do mundo. Sou uma mulher trans com muito orgulho. O futuro eu não sei ao certo, mas sei que quero continuar no entretenimento e ser uma influência boa para quem me acompanha. Quero fazer diferença no mundo e espalhar toda essa alegria e gratidão que estão no meu peito. Um beijo enorme e carinho para todo mundo, em especial para minha mãe, meus dois irmãos, Antonio e Max, Alessandra Ambrosio, Thiago Jorge e Ale Nunes.