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Publicada em 09/08/2024 às 14:57 | Atualizada em 09/08/2024 às 14:57

Atleta de saltos ornamentais chora na web ao desabafar sobre saúde mental: Me machucou

Ingrid Oliveira abriu o coração

Da Redação

Divulgação-@ingrid.oliveira96

Não é novidade que os atletas das Olimpíadas de Paris 2024 estão sob constante pressão. Ingrid Oliveira, dos saltos ornamentais, usou as redes sociais para desabafar sobre saúde mental e caiu no choro.

Fiz esse vídeo no dia 6/7, e desde então refleti se postava ou não esse desabafo, se valeria ou não a pena expor coisas que sempre guardei para mim, mas vi que guardar tudo me fez adoecer. Então estou aqui, expondo coisas que ninguém nunca saberia, que muita gente passa por isso no off, porque não quero mais que isso assombre minha mente, disse.

E continuou:

O meio esportivo é assim. Não que a gente não possa se expressar, mas isso pode soar como fraqueza. Não pelo que as pessoas acham, mas o que a gente mesmo acha da gente. Quando a saúde mental não está bem, não é sobre os outros, é sobre a gente. A gente se sente fraco de não conseguir lidar, e tem tanta gente que consegue lidar tão bem com as coisas. Pelo menos é como eu me sinto.

Só eu sei das minhas batalhas e dores, e consegui passar. Talvez não da forma ideal, porque hoje em dia eu estou assim. Na época, parecia a coisa certa e que eu tinha superado. Se você não lida da forma correta, uma hora a conta chega. Há vários anos não me sinto bem psicologicamente, emocionalmente, e fisicamente, com lesões.

Quando minha mãe morreu, em 2013, no dia seguinte eu já estava treinando. Eu tinha uma coisa muito certa na minha cabeça, que era me classificar para os Jogos Olímpicos de 2016 porque era o sonho da minha mãe me ver lá! Consegui! Apesar de não ter sido uma Olimpíada ideal. Bem longe do que eu imaginava diante de tudo o que aconteceu lá, diante de erros, confusões e polêmicas. Foi a minha primeira Olimpíada, eu tinha 19 anos de idade, e o que restou depois foi uma Ingrid quebrada emocionalmente. Mas eu lidei como tudo que lidava na minha vida e só ignorei e tentei seguir em frente. Estar passando por isso é uma consquência, óbvio. Eu estava ignorando todos os ataques e ameaças contra mim, minha treinadora e alguns amigos meus. A maioria das pessoas ficou com raiva de mim, e eu só tinha 19 anos, e não sabia lidar com muita coisa. Tanto que demorei anos para contar o que realmente aconteceu. Tinha muita gente dando pitaco em coisas que não sabiam. Não estou me isentando da responsabilidade, mas sei o que fui fazer na Olimpíada, e não foi aquilo.

Ingrid ainda contou que foi diagnosticada com depressão.

Então, veio a depressão, com a qual fui diagnosticada. No fundo, eu já sabia porque não me sentia mais a mesma Ingrid de 2016. Por trás da máscara de que estava tudo bem e que eu estava feliz, tinha uma Ingrid toda destruída por dentro. E tem o lado da vergonha. Eu fingia que estava bem. Já tive umas quatro crises de ansiedade. Nessas crises, eu acho que se fizer alguma coisa, eu vou morrer. Esse pensamento fica tão forte na minha cabeça que não consigo pensar em mais nada. Isso é tão forte que toma conta.


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Atleta de saltos ornamentais chora na <I>web</i> ao desabafar sobre saúde mental: <I>Me machucou</i>

Atleta de saltos ornamentais chora na web ao desabafar sobre saúde mental: Me machucou

17/Jun/

Não é novidade que os atletas das Olimpíadas de Paris 2024 estão sob constante pressão. Ingrid Oliveira, dos saltos ornamentais, usou as redes sociais para desabafar sobre saúde mental e caiu no choro.

Fiz esse vídeo no dia 6/7, e desde então refleti se postava ou não esse desabafo, se valeria ou não a pena expor coisas que sempre guardei para mim, mas vi que guardar tudo me fez adoecer. Então estou aqui, expondo coisas que ninguém nunca saberia, que muita gente passa por isso no off, porque não quero mais que isso assombre minha mente, disse.

E continuou:

O meio esportivo é assim. Não que a gente não possa se expressar, mas isso pode soar como fraqueza. Não pelo que as pessoas acham, mas o que a gente mesmo acha da gente. Quando a saúde mental não está bem, não é sobre os outros, é sobre a gente. A gente se sente fraco de não conseguir lidar, e tem tanta gente que consegue lidar tão bem com as coisas. Pelo menos é como eu me sinto.

Só eu sei das minhas batalhas e dores, e consegui passar. Talvez não da forma ideal, porque hoje em dia eu estou assim. Na época, parecia a coisa certa e que eu tinha superado. Se você não lida da forma correta, uma hora a conta chega. Há vários anos não me sinto bem psicologicamente, emocionalmente, e fisicamente, com lesões.

Quando minha mãe morreu, em 2013, no dia seguinte eu já estava treinando. Eu tinha uma coisa muito certa na minha cabeça, que era me classificar para os Jogos Olímpicos de 2016 porque era o sonho da minha mãe me ver lá! Consegui! Apesar de não ter sido uma Olimpíada ideal. Bem longe do que eu imaginava diante de tudo o que aconteceu lá, diante de erros, confusões e polêmicas. Foi a minha primeira Olimpíada, eu tinha 19 anos de idade, e o que restou depois foi uma Ingrid quebrada emocionalmente. Mas eu lidei como tudo que lidava na minha vida e só ignorei e tentei seguir em frente. Estar passando por isso é uma consquência, óbvio. Eu estava ignorando todos os ataques e ameaças contra mim, minha treinadora e alguns amigos meus. A maioria das pessoas ficou com raiva de mim, e eu só tinha 19 anos, e não sabia lidar com muita coisa. Tanto que demorei anos para contar o que realmente aconteceu. Tinha muita gente dando pitaco em coisas que não sabiam. Não estou me isentando da responsabilidade, mas sei o que fui fazer na Olimpíada, e não foi aquilo.

Ingrid ainda contou que foi diagnosticada com depressão.

Então, veio a depressão, com a qual fui diagnosticada. No fundo, eu já sabia porque não me sentia mais a mesma Ingrid de 2016. Por trás da máscara de que estava tudo bem e que eu estava feliz, tinha uma Ingrid toda destruída por dentro. E tem o lado da vergonha. Eu fingia que estava bem. Já tive umas quatro crises de ansiedade. Nessas crises, eu acho que se fizer alguma coisa, eu vou morrer. Esse pensamento fica tão forte na minha cabeça que não consigo pensar em mais nada. Isso é tão forte que toma conta.