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Publicada em 09/08/2024 às 00:00 | Atualizada em 09/08/2024 às 11:37

Protagonistas de Saideira, Thati Lopes e Luciana Paes falam sobre papéis na comédia nacional

O filme chegou às telonas do cinema na última quinta-feira, dia 8

Brisa Sayuri Kunichiro

Montagem-Divulgação

Você viu no ESTRELANDO que Saideira, filme dos diretores Júlio Taubkin e Pedro Arantes, chegou às telonas dos cinemas na última quinta-feira, dia 8, e conta a história de duas irmãs, Joana e Penélope Caldas, interpretadas por Thati Lopes e Luciana Paes, respectivamente. Após perderem o avô, com quem tiveram que morar quando crianças depois do falecimento dos pais, elas embarcam em uma jornada para descobrir mais sobre sua família e achar a última garrafa da cachaça Saideira, que dá nome à comédia nacional. Agora, em entrevista exclusiva, as atrizes falam um pouco dos seus papéis no longa. 

Dando vida à Joana, conhecida como Jo, Thati começa falando sobre o equilíbrio do filme e da atuação entre o drama e a comédia. Sua personagem transita muito entre esses dois gêneros, pois ao mesmo tempo que ela é engraçada, meio estabanada, sonhadora, intuitiva e teimosa, também é sensível e muito forte, já que passou por muitas coisas na infância: 

- Para mim é uma coisa que está chegando agora. Eu realmente faço muita coisa, né, só de comédia. Mas não é, de fato, no meu coração o que eu quero [fazer]. Realmente, fazer esse filme, ou os meus últimos, foi me encontrar, que é fazer esse tipo de comédia mais realista e que tem uma curva dramática. Daqui a pouco quero estar fazendo coisas só de drama, que eu acho muito legal enquanto atriz. E eu acho que esse filme traz isso para a gente. É um filme que você consegue mostrar tudo, tem curvas e ficam histórias boas de se ouvir, de se reconhecer. E que você vai rir, mas daqui a pouco você fala: Nossa, estou emocionada, estava rindo agora, agora estou chorando. Então acho que isso é incrível.

Luciana, que vive a irmã mais velha, Penélope, continua e concorda com a atriz, já que sua personagem também aponta características bem equilibradas. Embora seja durona, organizada e aparenta ser meio insensível, no decorrer do filme ela se demonstra sentimental, carinhosa e também forte, já que se lembra de mais detalhes da infância que Jo. As duas personagens possuem a mesma mania - que é fazer piadas com suas dificuldades e serem irônicas em diversos momentos. Visto isso, Paes aponta que o longa acerta em cheio no seu tipo de humor favorito: 

- A coisa que eu mais gosto é ficar no meio do caminho, deixar as pessoas sentirem o que elas quiserem. Não necessariamente isso aqui tem que ser engraçado. Eu acho, por exemplo, uma sensação que eu acho muito legal é você rir de alguém e ficar meio culpada que você riu, sabe? Meio: Ai, gente, eu ri, mas que momento dramático! Sabe? Esse meio do caminho, porque eu vejo muito a vida assim, eu acho que a vida é esse tragicômico. Esse meio do caminho, é tudo junto e misturado mesmo. A gente passa por momentos terríveis e no meio desses momentos terríveis dá risada.

Depois, ela aponta que existem mais oportunidades de trabalhar na comédia:

- De fato, eu acho que é mais fácil trabalhar na comédia. Eu acabei indo mais pra comédia porque eu sentia que tinha mais esse chamado. É mais fácil trabalhar, você trabalha mais na comédia. 

- Você trabalha mais, é verdade. Você tem uma dificuldade de encontrar outras coisas fora da comédia, de fazer isso, reafirma Thati. 

Paes aponta que é um ciclo de chamadas: 

- Você começa a fazer comédia, você é chamado para fazer comédia. É um circuito que, às vezes, é difícil.

E Lopes completa: 

- Porque é difícil, né? Mas é onde a gente se encontra, onde a gente se sente à vontade. Mas, realmente, não é fácil fazer, não. Vão chamando. A gente se encontra porque é um grupo que acaba sendo pequeno. 

Elas contam, ainda, um pouco mais da dinâmica das irmãs do filme, e a atriz de Joana começa: 

- É a vida mesmo, até para os meus irmãos. Ninguém é igual, então, você tem que começar a entender o outro, ver as diferenças do outro. Acho que é um filme que você se reconhece, também. Você vai vê-lo e fala: Nossa, eu sou mais Jo, ou, de repente, as duas. Você fala: Cara, eu sou um pouquinho Jo, mas, também, eu tenho aquilo da Penélope, ou na relação familiar, nas relações amorosas. Então, eu acho que, em algum momento, você se reconhece nessa história. 

E Luciana aponta: 

- É o tipo de relação que, para as personagens darem química, elas precisam estar em atrito. Então, tem uma lógica das atrizes entendendo que quando dá atrito: Oba! A gente está discordando: Oba! Que é uma lógica inversa do que a gente faz na vida, porque, geralmente, quando a gente está em atrito com alguém, a gente tenta apaziguar isso, [até] porque estar em atrito não é uma coisa legal, né? Para a gente, todas as diferenças eram um material que faria a relação das duas crescer. 

O mais irônico é que elas se identificam com a personagem da outra: 

- Eu acho que eu vejo muito a Jo. Acredito que para fora, talvez, eu fale que eu seja Jo, mas, no meu íntimo, eu vejo muita coisa que eu tenho de Penélope, entendeu? Isso são coisas que a gente não fala, mas que eu vejo que eu tenho. Então, eu acho que eu sou 50-50, começou Thati. 

Já Paes diz o contrário: 

- Olha, eu acho que o mundo me vê bastante como Penélope. Eu acabo fazendo personagens que são mais duras, assim, mais pragmáticas. Mas eu, dentro de mim, sou bem tonta, sou bem tontona. Eu sou bem mais Jo. No íntimo. 

Em relação às cachaças, as duas fazem jus ao personagem, e mesmo não gostando de bebidas, elas tiveram uma visão iguais a das irmãs: 

- Eu não bebo cachaça. Não tenho favoritas, porque eu sou uma fraude. Eu não gosto muito. Também não sou cachaceira. Não tenho fígado para isso. Não tenho fígado para o álcool, mas das que eu provei,  a que eu mais gostei foi as que são envelhecidas no Carvalho, aponta Luciana, que interpreta uma especialista em cachaça. Já a Thati fala que quando bebe sente que é tudo igual, algo que Jo até cita no decorrer do filme!

Por fim, Paes compartilha um momento nos bastidores e conta uma curiosidade sobre os figurantes, e revela que alguns deles não eram atores: 

- Tem uma cena que eu estou muito alcoolizada, conversando com um cara na borracharia e ele era não ator. E os diretores falaram: Olha, Lu, a gente pensou, tem atores possíveis, mas a gente achou que esse cara é o melhor, para fazer essa cena. E aí, como eu estava no estado alterado, fingindo estar bêbada, às vezes eu dava uns tempos... ficava olhando para a cara dele, então eu pensava assim: É melhor eu ficar interagindo com ele, como se eu tivesse alcoolizada o tempo inteiro, para ele ir acostumando. E aí, tem uma hora que eu tenho um tempo maior, e ele olhou para a minha cara e falou baixinho: Eu não sei o que falar agora. Muito lindo. Ponto para todos os não atores e a figuração de Minas, que realmente foram maravilhosos.

E aí, ansioso para assistir ao filme? 

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Protagonistas de <i>Saideira</i>, Thati Lopes e Luciana Paes falam sobre papéis na comédia nacional

Protagonistas de Saideira, Thati Lopes e Luciana Paes falam sobre papéis na comédia nacional

12/Set/

Você viu no ESTRELANDO que Saideira, filme dos diretores Júlio Taubkin e Pedro Arantes, chegou às telonas dos cinemas na última quinta-feira, dia 8, e conta a história de duas irmãs, Joana e Penélope Caldas, interpretadas por Thati Lopes e Luciana Paes, respectivamente. Após perderem o avô, com quem tiveram que morar quando crianças depois do falecimento dos pais, elas embarcam em uma jornada para descobrir mais sobre sua família e achar a última garrafa da cachaça Saideira, que dá nome à comédia nacional. Agora, em entrevista exclusiva, as atrizes falam um pouco dos seus papéis no longa. 

Dando vida à Joana, conhecida como Jo, Thati começa falando sobre o equilíbrio do filme e da atuação entre o drama e a comédia. Sua personagem transita muito entre esses dois gêneros, pois ao mesmo tempo que ela é engraçada, meio estabanada, sonhadora, intuitiva e teimosa, também é sensível e muito forte, já que passou por muitas coisas na infância: 

- Para mim é uma coisa que está chegando agora. Eu realmente faço muita coisa, né, só de comédia. Mas não é, de fato, no meu coração o que eu quero [fazer]. Realmente, fazer esse filme, ou os meus últimos, foi me encontrar, que é fazer esse tipo de comédia mais realista e que tem uma curva dramática. Daqui a pouco quero estar fazendo coisas só de drama, que eu acho muito legal enquanto atriz. E eu acho que esse filme traz isso para a gente. É um filme que você consegue mostrar tudo, tem curvas e ficam histórias boas de se ouvir, de se reconhecer. E que você vai rir, mas daqui a pouco você fala: Nossa, estou emocionada, estava rindo agora, agora estou chorando. Então acho que isso é incrível.

Luciana, que vive a irmã mais velha, Penélope, continua e concorda com a atriz, já que sua personagem também aponta características bem equilibradas. Embora seja durona, organizada e aparenta ser meio insensível, no decorrer do filme ela se demonstra sentimental, carinhosa e também forte, já que se lembra de mais detalhes da infância que Jo. As duas personagens possuem a mesma mania - que é fazer piadas com suas dificuldades e serem irônicas em diversos momentos. Visto isso, Paes aponta que o longa acerta em cheio no seu tipo de humor favorito: 

- A coisa que eu mais gosto é ficar no meio do caminho, deixar as pessoas sentirem o que elas quiserem. Não necessariamente isso aqui tem que ser engraçado. Eu acho, por exemplo, uma sensação que eu acho muito legal é você rir de alguém e ficar meio culpada que você riu, sabe? Meio: Ai, gente, eu ri, mas que momento dramático! Sabe? Esse meio do caminho, porque eu vejo muito a vida assim, eu acho que a vida é esse tragicômico. Esse meio do caminho, é tudo junto e misturado mesmo. A gente passa por momentos terríveis e no meio desses momentos terríveis dá risada.

Depois, ela aponta que existem mais oportunidades de trabalhar na comédia:

- De fato, eu acho que é mais fácil trabalhar na comédia. Eu acabei indo mais pra comédia porque eu sentia que tinha mais esse chamado. É mais fácil trabalhar, você trabalha mais na comédia. 

- Você trabalha mais, é verdade. Você tem uma dificuldade de encontrar outras coisas fora da comédia, de fazer isso, reafirma Thati. 

Paes aponta que é um ciclo de chamadas: 

- Você começa a fazer comédia, você é chamado para fazer comédia. É um circuito que, às vezes, é difícil.

E Lopes completa: 

- Porque é difícil, né? Mas é onde a gente se encontra, onde a gente se sente à vontade. Mas, realmente, não é fácil fazer, não. Vão chamando. A gente se encontra porque é um grupo que acaba sendo pequeno. 

Elas contam, ainda, um pouco mais da dinâmica das irmãs do filme, e a atriz de Joana começa: 

- É a vida mesmo, até para os meus irmãos. Ninguém é igual, então, você tem que começar a entender o outro, ver as diferenças do outro. Acho que é um filme que você se reconhece, também. Você vai vê-lo e fala: Nossa, eu sou mais Jo, ou, de repente, as duas. Você fala: Cara, eu sou um pouquinho Jo, mas, também, eu tenho aquilo da Penélope, ou na relação familiar, nas relações amorosas. Então, eu acho que, em algum momento, você se reconhece nessa história. 

E Luciana aponta: 

- É o tipo de relação que, para as personagens darem química, elas precisam estar em atrito. Então, tem uma lógica das atrizes entendendo que quando dá atrito: Oba! A gente está discordando: Oba! Que é uma lógica inversa do que a gente faz na vida, porque, geralmente, quando a gente está em atrito com alguém, a gente tenta apaziguar isso, [até] porque estar em atrito não é uma coisa legal, né? Para a gente, todas as diferenças eram um material que faria a relação das duas crescer. 

O mais irônico é que elas se identificam com a personagem da outra: 

- Eu acho que eu vejo muito a Jo. Acredito que para fora, talvez, eu fale que eu seja Jo, mas, no meu íntimo, eu vejo muita coisa que eu tenho de Penélope, entendeu? Isso são coisas que a gente não fala, mas que eu vejo que eu tenho. Então, eu acho que eu sou 50-50, começou Thati. 

Já Paes diz o contrário: 

- Olha, eu acho que o mundo me vê bastante como Penélope. Eu acabo fazendo personagens que são mais duras, assim, mais pragmáticas. Mas eu, dentro de mim, sou bem tonta, sou bem tontona. Eu sou bem mais Jo. No íntimo. 

Em relação às cachaças, as duas fazem jus ao personagem, e mesmo não gostando de bebidas, elas tiveram uma visão iguais a das irmãs: 

- Eu não bebo cachaça. Não tenho favoritas, porque eu sou uma fraude. Eu não gosto muito. Também não sou cachaceira. Não tenho fígado para isso. Não tenho fígado para o álcool, mas das que eu provei,  a que eu mais gostei foi as que são envelhecidas no Carvalho, aponta Luciana, que interpreta uma especialista em cachaça. Já a Thati fala que quando bebe sente que é tudo igual, algo que Jo até cita no decorrer do filme!

Por fim, Paes compartilha um momento nos bastidores e conta uma curiosidade sobre os figurantes, e revela que alguns deles não eram atores: 

- Tem uma cena que eu estou muito alcoolizada, conversando com um cara na borracharia e ele era não ator. E os diretores falaram: Olha, Lu, a gente pensou, tem atores possíveis, mas a gente achou que esse cara é o melhor, para fazer essa cena. E aí, como eu estava no estado alterado, fingindo estar bêbada, às vezes eu dava uns tempos... ficava olhando para a cara dele, então eu pensava assim: É melhor eu ficar interagindo com ele, como se eu tivesse alcoolizada o tempo inteiro, para ele ir acostumando. E aí, tem uma hora que eu tenho um tempo maior, e ele olhou para a minha cara e falou baixinho: Eu não sei o que falar agora. Muito lindo. Ponto para todos os não atores e a figuração de Minas, que realmente foram maravilhosos.

E aí, ansioso para assistir ao filme?