Otávio Mesquita se pronunciou na noite da última quarta-feira, dia 27, sobre a acusação de estupro da comediante Juliana Oliveira. Segundo informações da colunista Mônica Bergamos, do jornal Folha de S. Paulo, a ex-assistente de palco e produtora do The Noite, programa de Danilo Gentili no SBT, entrou com uma representação criminal no Ministério Público de São Paulo (MP-SP) na qual acusa o apresentador de 65 anos de idade de estupro durante uma das gravações do programa.

Ainda de acordo com informações do jornal, na denúncia aparecem as imagens e a transcrição dos diálogos da atração, que foi ao ar em 25 de abril de 2016, quando Mesquita tocou em partes íntimas de Juliana. Além disso, o advogado Hédio Silva Jr., que representa a humorista, afirma que a lei penal considera que a prática de atos libidinosos mediante violência configura estupro, ainda que não haja penetração.

Diante das acusações, Mesquita negou o fato, afirmando à colunista que foi uma brincadeira combinada informalmente entre eles antes do início das filmagens. Além disso, ele firma também que o programa foi gravado e, caso ela não tivesse gostado, teria pedido ao SBT para que ele não fosse ao ar. 

- É um absurdo [essa acusação]. Aquilo foi gravado. Ela demorou nove anos e só fez isso agora porque foi demitida e está chateada, disse à Monica Bergamo em referência ao fato de que Juliana foi desligada do SBT no início de 2025. 

Ele ainda continuou:

- A minha ex-mulher e o meu filho estavam lá na plateia. Não houve um estupro. Foi uma brincadeira. 

Procuradas pelo ESTRELANDO, a assessoria de imprensa do Otávio Mesquita e do SBT não se manifestaram sobre o caso até o momento da publicação desta matéria. 

No entanto, ele usou as redes sociais para falar sobre o assunto, enfatizando em um vídeo publicado no Instagram que nesses quase dez anos que o separam do episódio, nunca houve uma reclamação formal ou alguma queixa direcionada a ele. 

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Mais tarde, e um pouco mais calmo, ele voltou a falar sobre o assunto na mesma rede social com outro vídeo.

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Segundo a denúncia, o crime teria ocorrido nos minutos iniciais do programa The Noite, quando Mesquita, convidado da atração, entra no palco pelo teto, de ponta-cabeça, puxado por um cabo e ao som da música do Batman. Quando Juliana vai ajudá-lo a retirar os equipamentos de segurança, ele apalpa os seios dela e, de acordo com a representação, também a sua genitália. Depois, ao se desvirar, ele a prende com as pernas e simula que estão transando. Já de pé, ele a abraça, a empurra no sofá e volta a fazer movimentos como se estivesse fazendo sexo com ela. O episódio dura cerca de três minutos.

Apresentador do programa, Danilo Gentili chegou a falar na época:

- Juliana está fazendo cara feia, mas eu sei que ela gostou. 

E Mesquita diz:

- Eu vou falar uma coisa para você que na sua história, fora os seus namorados, ninguém fez. Sem querer, eu dei uma apertada nas peitocas dela...é durinho, é durinho.

Veja o programa, na íntegra:

Segundo a reportagem de Mônica Bergamo que trouxe a acusação a público, para os advogados de Juliana - que além de Silva Jr., também conta com a advogada Silvia Souza -, as imagens evidenciam o uso de violência física, já que a vítima lutou ativamente para se desvencilhar do agressor, reagindo com tapas e chutes, conforme as palavras usadas por eles, que ainda argumentam:

- Essa resistência reforça a ausência de consentimento e elimina qualquer dúvida sobre a configuração do crime.

Eles ainda afirmam ao jornal que a exposição do ocorrido em rede nacional agrava a ofensa à dignidade da vítima.

Orientada pelos advogados, Juliana optou por não se manifestar neste momento. Segundo Hédio Silva Jr revelou à Bergamo, ela inicialmente não tinha consciência da gravidade do ocorrido e achava que tinha sido vítima de assédio.

- A cultura do silenciamento, reforçada pelo julgamento social e pela descrença das autoridades, muitas vezes impede a busca imediata por Justiça, fatores estes que encarecem a intervenção do Ministério Público para garantir a responsabilização do agressor e impedir que o tempo seja um escudo para a impunidade.

O ESTRELANDO também procurou o Ministério Público, os advogados de Juliana, assim como a própria artista, mas não obteve retorno de nenhuma das partes até o momento da publicação desta matéria. Diferente de Mesquita, ela não se manifestou nas redes sociais sobre o ocorrido, apesar de suas postagens mais antigas contarem com mensagens de apoio de seus fãs e seguidores.