Já conferiu a sétima temporada de Black Mirror? A série da Netflix ganhou seis novos episódios recentemente e está mexendo - novamente - com cabeça de todo mundo. Mas, além disso, as novas histórias trazem um gostinho de deja vu ao nos fazer relembrar de outros momentos da série. Tanto é que o próprio streaming os chamou de primos. Quer entender melhor essa história? Só cuidado com os spoilers, hein! Quer conferir um conteúdo de Black Mirror sem spoilers, basta conferir a galeria que fizemos sobre os motivos que tornam a série imperdível

Para começar, vamos falar do primeiro episódio da sétima temporada - o Pessoas Comuns. Nesta história, acompanhamos um casal apaixonado, que está tentando engravidar. Enquanto a mulher é professora, o marido é metalúrgico e juntos eles mantém uma rotina comum e apaixonada. Mas, tudo muda quando a mulher desmaia no trabalho e o marido descobre que ela tem um tumor no cérebro que a deixou em coma, sem muitas chances de acordar. Em desespero, ele é abordado por uma start up, que oferece uma nova tecnologia que pode salvar a vida da espoa. A empresa explica que irá clonar a parte do cérebro dela que foi afetada e salvar em uma nuvem, e então retirar o tumor e colocar um dispositivo criado por eles. Dessa forma, ela acordará e voltará a ser ela mesma, com as mesmas memórias e personalidade. Um sonho perfeito, não é? Mas, claro, estamos falando de Black Mirror, então rapidamente as coisas desandam. Para manter o dispositivo, eles precisam pagar uma mensalidade de 300 reais, o que já torna tudo mais difícil, visto que o marido precisa fazer horas extras no trabalho para manter os boletos em dia. Até que a empresa começa a criar novas modalidades e planos de assinatura, e o casal se vê obrigado a gastar ainda mais dinheiro e fazer coisas inimagináveis para conseguir manter a vida da esposa funcionando. Esse episódio é primo de Volto Já, primeiro episódio da segunda temporada. Na trama, uma mulher se torna viúva após o marido sofrer um grave acidente de carro. Grávida e de luto, ela consegue ver uma luz no fim do túnel quando descobre que um aplicativo de inteligência artificial consegue replicar a voz e a personalidade do marido através de vídeos, áudios e matérias dele nas redes sociais. Rapidamente, ela começa a ter conversas com o amado e descobre que pode ter uma versão ainda mais avançada da experiência, um boneco em tamanho real do marido. Tudo parece perfeito, até que ela percebe que o substituto nunca conseguirá ser a pessoa que ela perdeu. Inegável que ambos os episódios falam sobre as coisas inimagináveis que fazemos em nome do amor e o medo da perda.

O episódio dois da sétima temporada se chama Bête Noire, e conta a história de uma jovem que trabalha em uma empresa de alimentos. Ela tem um cargo alto e é muito respeitada pelos pares, mas tudo muda quando uma pessoa de seu passado retorna e passa a ser sua colega de trabalho. Rapidamente, as duas entram em embates e a nossa protagonista se vê enlouquecendo quando coisas que ela tinha certeza que eram reais, mudam de repente. Esse episódio se parece muito com Queda Livre, o primeiro da terceira temporada. Assim como a protagonista anterior, aqui acompanhamos uma mulher que se vê refém da aceitação e do respeito das pessoas ao seu redor. Até mesmo fora do trabalho. Assim como em Bête Noire, acompanhamos a protagonista enfrentando uma montanha-russa de emoções. E, no final, toda aquela segurança vai para os ares.

Romântico e destruidor de corações. Essas são descrições perfeitas para o terceiro episódio da sétima temporada - Hotel Reverie - e o quarto da terceira temporada - San Junipero. No primeiro, vemos uma atriz de Hollywood topar participar da regravação de um clássico. Só que, ao em vez de novos atores, eles decidem inserir a protagonista dentro de uma realidade virtual com os personagens do filme. O que ela não esperava, no entanto, é se apaixonar de verdade por seu par romântico. Um verdadeiro amor impossível! O mesmo acontece em San Junipero, quando vemos duas mulheres se apaixonarem perdidamente dentro de uma realidade virtual. O amor se torna impossível, no entanto, quando descobrimos que ambas são pessoas em coma em uma casa de repouso.

No episódio quatro da sétima temporada, nomeado Brinquedo, vemos um personagem que já conhecemos anteriormente, em Bandersnatch. Caso você não tenha visto, esse último não é exatamente um episódio, mas uma espécie de spin off, em que conseguimos controlar parte das ações do personagem principal. Apesar de Brinquedo não oferecer esse artifício, ambos os episódios usam como plano de fundo o mundo dos games.

O quinto episódio se chama Eulogy e aborda um tema delicado. Após descobrir que um grande amor de seu passado morreu, o protagonista se vê usando a realidade virtual para reviver momentos antigos e refletir sobre o passado. A realidade virtual também é fundamental no primeiro episódio da quinta temporada, Striking Vipers, quando dois amigos se veem refletindo sobre sua amizade quando acontecimentos inesperados em uma partida de videogame muda a forma como eles se enxergaram a vida toda.

Aqui não estamos nem falando de episódios primos, mas sim irmãos! Isso porque o sexto e último episódio da sétima temporada é a continuação do primeiro episódio da quarta temporada. No começo dessa história, acompanhamos um grande criador do mundo dos games que acaba clonando seus colegas de trabalho e os incluindo dentro de uma realidade virtual em que ele tem total controle. Sem escolha, as pessoas acabam tendo que obedecer a todos os caprichos desse personagem, até que conseguem se livrar dele permanentemente e passam a viver dentro do universo do jogo que ele criou. Na sétima temporada, no entanto, vemos que apesar de ter parecido uma boa ideia, sobreviver dentro do jogo não é tão fácil assim, visto que eles precisam de créditos para continuar vivos e, para isso, precisam enfrentar todos os outros gamers.